Vitor Roma projeta investimento maior em E-Sports e novo programa de sócio estatutário
O Club de Regatas Vasco da Gama tenta encontrar um novo caminho depois de ter criado e vendido 70% das ações da Sociedade Anônima de Futebol para a 777 Partners. Uma das alternativas no horizonte é o investimento nas competições de esporte eletrônico.
O cruz-maltino já está inserido nesse mundo, de maneira ainda incipiente. A meta agora é se tornar o maior de e-sports do cenário brasileiro. Isso faz parte de um plano mais amplo, que conta também com a criação de um novo programa de sócios e mais investimento em modalidades olímpicas. Ele vem sendo elaborado por grupos que fazem parte da base de apoio do presidente Jorge Salgado e que deve ser apresentado ao dirigente essa semana.
A preocupação é evitar um enfraquecimento excessivo do clube depois da perda do controle do futebol. Neste sentido, os jogos eletrônicos abrem boas perspectivas. O mercado movimenta bilhões de dólares por ano ao redor do mundo e mobiliza os mais jovens tanto ou mais que modalidades esportivas tradicionais, como o próprio futebol.
Atualmente, os jogos eletrônicos ficam sob o guarda-chuva da vice-presidência de marketing e novos negócios, encabeçada por Vitor Roma. O dirigente, um dos responsáveis pelo plano de gestão que será apresentado aos poderes do clube, afirmou que segue a serviço do Vasco na era pós-SAF e que uma de suas prioridades será o direcionamento do cruz-maltino para o mundo das competições virtuais.
— Quando entramos, fizemos uma parceria com a Black Dragons, que é uma gigante do setor. Mas paramos por aí. Tínhamos outras questões para atacar, no futebol. Agora podemos voltar a olhar para cá — explicou o dirigente.
Atualmente, o clube disputa competições de EFootball e Free Fire, com oito atletas representando o Vasco. No começo do mês, a equipe de EFootball foi vice-campeã brasileira, em competição com a chancela da CBF e realizada na arena de games montada no Rock In Rio. Por conta da parceria com a Black Dragons, o clube cruz-maltino não tem gastos com os atletas.
A ideia é crescer o setor a partir de agora, na aposta de que ele será capaz de gerar receitas através de patrocínios, streaming, organização de competições, produção de conteúdo, venda de materiais e produtos licenciados, negociação de atletas e premiação em competições disputadas.
O pontapé demanda dinheiro, que o Vasco espera obter através de projetos incentivados. Com a venda da SAF, o clube deve obter certidões negativas de débito que permitirão acionar a Lei de Incentivo ao Esporte.
Manter o clube saudável financeiramente nesta nova fase é fundamental. Somente assim ele poderá gerir melhor os 30% que restaram do controle da SAF. Sem o apelo do futebol, somente com as contas no azul o cruz-maltino terá fôlego para seguir promovendo valores de inclusão social e igualdade, algo recorrente nos últimos anos.
Sem o futebol, as principais fontes de receita do Vasco se tornaram o aluguel de São Januário, pago pela SAF e mais o que é arrecadado com o quadro social.
Mas sem conseguir manter aos sócios estatutários os benefícios referentes ao futebol, existe o receio que ele migre para o programa de sócio-torcedor, que ficou nas mãos da nova empresa.
Vitor Roma afirma que está em elaboração um novo programa de sócio que possa compensar essas perdas, mas não deu detalhes de como seria possível trazer novos sócios sem a contrapartida de preferência na compra de ingressos para jogos do time, por exemplo.
Fonte: Extra