Grupos de clubes trocam propostas por direitos de TV e criação da liga se arrasta
A última reunião entre Libra e Liga Forte Futebol teve cálculos para tentar achar um ponto em comum entre os grupos dos dois times. A questão principal é a diferença entre o clube que mais ganha e o o que menos arrecada: a discussão gira entre 3,5 vezes e 5 vezes. Mas os dois grupos estão há algum tempo sem conversar e o calendário começa a ficar apertado por fatores externos.
O encontro ocorreu há 15 dias entre as equipes técnicas dos dois grupos. Foi uma reunião logo após o Forte Futebol anunciar a contratação da XP para buscar investimentos para o grupo.
No encontro, o Forte Futebol apresentou sua proposta, que já é pública, de distribuição com máximo de 3,5 de diferença entre o clube que mais ganha e o que menos arrecada. Sua ideia é usar a divisão: 45% iguais, 30% por posição e 25% por engajamento. Neste último item, seria usada a audiência como medida em cada plataforma.
A Libra tem uma divisão diferente em percentuais e critérios: 40% iguais, 30% por posição e 30% por torcida. No engajamento, são considerados tamanho de torcida, venda de ingressos e audiência. A diferença pode ficar em até 5 vezes a depender de cenários como um time com maior torcida ser campeão.
As duas equipes técnicas fizeram simulações e traçaram quatro ou cinco cenários diferentes com os critérios de engajamento e performance. Na visão da Libra, a diferença entre os modelos não era tão grande, já que o mínimo e o máximo girava entre 3,5 vezes e 5 vezes.
Há outros pontos divergentes. A Libra inclui em seus critérios a garantia de que os clubes tenham as rendas atuais mantidas, inclusive os patamares mínimos de pay-per-view. Já o Forte Futebol não aceita isso, apenas histórico em outros itens. Na prática, isso significa garantia nenhuma do valor atual para clubes como Corinthians e Flamengo.
A ideia na Libra é encontrar um modelo que deixe confortável os clubes dos dois lados para se chegar a um acordo. Para isso, pretende levar para os clubes da Libra os cenários traçados para saber o que, em assembleia, desejam aprovar.
Do lado do Forte Futebol, espera-se uma resposta da Libra à proposta concreta apresentada com critérios definidos. Na prática, querem a aceitação ou uma contraproposta para seguir as negociações.
A questão é que, dos dois lados, há o temor de que se a negociação não avançar em setembro pode emperrar de vez em outubro. Há eleições presidenciais, finais de Copa do Brasil e Libertadores e, depois, Copa do Mundo. Assim, o debate sobre a Liga demoraria ainda mais.
Fonte: Blog do Rodrigo Mattos - UOL