Alex Teixeira chega a 100 jogos pelo Vasco, faz balanço e revela função em que se sente mais à vontade
A ficha de muitos vascaínos ainda não caiu, após anos pedindo pelo retorno de Alex Teixeira. Em julho, o Vasco anunciou a volta do atacante depois de 12 anos no exterior. Alex chegou com status de craque e ídolo, mas em campo, após quatro jogos, ainda não brilhou. Uma questão de ritmo de jogo e readaptação, segundo o jogador.
- É um começo tranquilo. Tem a questão de adaptação depois de 12 anos fora. O campeonato também está no meio. Mas no balanço geral, fui bem. E a cada jogo estou melhor - analisou Alex.
Para muitos, Alex está sendo escalado fora de posição. Ele iniciou a carreira no Vasco como ponta, mas na Europa passou a jogar mais centralizado no ataque, onde de fato se sente mais à vontade. Em entrevista ao ge, Alex falou sobre suas preferências, mas se colocou à disposição para jogar onde Emílio Faro achar melhor. Quer ajudar. Mas não será surpresa se aparecer em uma nova função contra o Bahia.
- Comecei na ponta esquerda. Mas na Europa joguei mais como um atacante ou de número 10. Mas isso aí é opção do treinador. Estou aqui para respeitar. Não tenho essa vaidade de falar que quero jogar em determinada posição. Estou aqui para obedecer ao treinador e, onde ele me colocar, vou corresponder da melhor maneira. Mas onde me sinto mais à vontade é como segundo atacante ou um falso 9.
Fora de posição ou não, fato é que Alex Teixeira está feliz. Após muito tempo morando no exterior - jogou na Ucrânia, na China e na Turquia -, o camisa 7 está de volta ao Brasil e ao Vasco. No Rio de Janeiro, acompanhou no último sábado o nascimento de Alex Júnior, seu primeiro filho após duas meninas.
Em campo Alex também tem o que comemorar. No próximo domingo ele vai celebrar a marca de 100 jogos com a camisa do Vasco.
- É uma marca muito importante. Fico feliz. Mas não adianta fazer 100 jogos se a gente não conseguir o resultado no domingo contra o Bahia. Vou focar primeiro no jogo e depois comemorar essa marca de 100 jogos - disse Alex.
Em bate papo com ge, o atacante falou como tem sido seu retorno ao Brasil e ao Vasco, fez lobby pela permanência de Emílio Faro no comando até o fim do ano e respondeu sobre questões físicas, a busca pelo entrosamento com Nenê e as diferenças que tem encontrado no futebol brasileiro. A reportagem completa com Alex Teixeira vai ao ar no Globo Esporte deste sábado, às 13h, na Globo.
ge: Após 12 anos no exterior, como tem sido jogar a Série B?
Alex Teixeira: Está um pouco complicado. As viagens são complicadas. No exterior a gente sempre viajava na véspera da partida. Agora tivemos uma viagem para Maceió, em que viajamos na terça e voltamos na sexta à noite. É complicado. Mas sei bem o que é Série B. Lembro muito bem da nossa rotina em 2009. Estou tentando cumprir o que o clube manda. No exterior a gente sempre viajava um dia antes, em voos fretados.
A questão dos gramados também é diferente. Aqui tem uns campos muito ruins. Mas temos que nos adaptar. O futebol na Série B é muito mais pegado e corrido, totalmente diferente da Europa. É um futebol de mais força. São essas coisas que diferenciam a Europa do Brasil.
Está pronto fisicamente?
Estou bem agora. Já tem um mês e meio que estou trabalhando no clube, trabalhando muito forte todos os dias. Estou tentando buscar ao máximo. Sei que está no meio da competição, estava há dois meses sem jogar. A cada jogo posso melhorar mais.
O Nenê falou que vocês ainda buscam o melhor entrosamento.
É isso mesmo. Cheguei há pouco mais de um mês. É questão de adaptação e entrosamento. No dia a dia vamos trabalhar isso e colocar no jogo. No jogo temos que tentar buscar um ao outro. É questão de tempo para estarmos entrosados.
Como foi a semana de trabalho de olho no Bahia?
Analisamos todos os erros que tivemos contra o CSA. Esquecemos esse jogo. Estamos treinando forte durante toda semana. Tem sido muito pegado. Mas tem que ser assim mesmo. Estudamos o Bahia. Temos tudo para sair com um bom resultado de lá.
Seu filho, Alex Jr., nasceu no último sábado, um dia antes do aniversário do Vasco.
Estou muito feliz. Já planejava esse menino há bastante tempo. Ele quase veio em uma data muito importante, que é o aniversário do Vasco. Eu queria muito que ele nascesse no dia do aniversário do Vasco, mas não foi possível. Mas estou muito feliz com a chegada dele.
Agora tem mais um homem na família.
Eu não aguentava mais só mulher em casa (risos). A família toda está muito feliz com a chegada do príncipe. Ele veio com homenagem ao meu nome, o Alex Jr. A minha filha mais velha (Maria Eduarda, de 9 anos) está encantada. Já a Maria Luíza (5 anos) está com ciúmes, ela era a xodozinha da casa. Mas estão todos felizes.
Como tem sido trabalhar com Emílio Faro?
Ele é um paizão para todos nós. Tem a confiança de todo grupo. Por mim a gente permanece com ele até o fim da Série B. Ele já conhece todo grupo, que respeita muito ele. Na minha opinião, ele deve ficar até o final conosco.
E como tem sido a relação com o grupo do Vasco?
O grupo é muito bom. Antes de vir para o Vasco, a primeira coisa que perguntei foi sobre o grupo, e só ouvi coisas positivas. É um grupo muito unido, e isso é importante para buscarmos o nosso acesso.
Como está sendo voltar a morar no Brasil depois de tanto tempo?
É muito bom morar no Brasil. Estou em casa, na minha casa e no Vasco, onde cheguei aos 7 anos. É muito bom.
E já definiu se pretende ficar no Brasil e no Vasco?
Estou focado até novembro no acesso para voltarmos para a elite. E depois disso a gente pensa.
Fonte: ge