Confira outros tópicos da entrevista coletiva de Emílio Faro após Vasco 3 x 1 Tombense
Sábado, 13/08/2022 - 16:15
O Vasco voltou a vencer no Campeonato Brasileiro da Série B. Bateu o Tombense por 3 a 1 em São Januário, nesta manhã e início da tarde de sábado, pela 24ª rodada. O resultado deixa o clube da Colina com 42 pontos na quarta posição, a oito pontos do Londrina, o quinto colocado.
Depois da partida, o treinador Emilio Faro refletiu sobre pergunta a respeito de Raniel, que não marcou e ouviu pedidos da torcida por Eguinaldo.
Na coletiva de imprensa, Emilio foi questionado sobre possível decisão de barrar o atacante titular para escalar Eguinaldo, outro jovem de destaque de uma base que já tem Andrey Santos e Marlon Gomes como titulares. A dupla marcou os gols da partida - dois de Andrey e um de Marlon.
O Vasco volta a campo na próxima quinta-feira para encarar o CSA, fora de casa, às 20h.
- O novo é atrativo. Muitas pessoas terminam casamento de 50 anos com a esposa por causa do novo. Se a gente for anulando todo mundo que no momento oscilou perfomance, a gente daqui a pouco não tem elenco. Você falou do Eguinaldo... eu tenho todas as redes sociais, mas não tenho facilidade de manipulação delas. Deixei tudo aberto e as pessoas falam lá.... Mas não esquento a cabeça com isso. Agora, o número de escalações que chegam para mim hoje é uma coisa absurda. E todo mundo tem preferência por time. Aí a gente começa a anular jogador por causa da minha preferência, por causa do novo. "Bota o fulano". Em casa meu pai me manda, "joga com o fulano". Legal, mais um me falando (risos)... Mas esse atrativo pelo novo a gente tem que ter muita tranquilidade. Se a gente for anulando um pelo outro, um pelo outro, daqui a pouco a gente não tem ninguém com confiança. E futebol bem jogado é futebol com confiança - disse Emilio Faro.
"Andrey é o cara dos três terços do campo"
Na análise que fez da partida, Emilio Faro voltou a ressaltar a importância dos jogadores revelados pelo clube. Mas pediu também maior entendimento da crítica em cima do que é a competição. Lembrou que o tema após a derrota para a Ponte Preta foram os gols em bola parada, mas comentou o que é a tônica da Série B: gols de bola parada.
- O tema da nossa prelação hoje foi o nosso melhor. Tirando fator resultado, que é o grande mensurador das críticas e dos elogios, a gente viu que em todos os jogos a gente fez o nosso melhor. Houve momentos que nosso melhor não foi suficiente para vencer. Para o externo, nosso melhor é só quando ganha. Com essa cultura a gente vai ficando para trás em relação a muitos times fora do país. Acabou o jogo (contra a Ponte), por exemplo, e o tema da mídia foi bola parada. "O Vasco tem tomado gols de bola parada". O campeonato da Série B é um campeonato de bolas paradas. A maioria dos gols são oriundos de bola parada. Tirando o jogo de hoje eram 24 jogos e 12 gols de bola parada que a gente fez - comentou Emilio Faro
O treinador pediu compreensão maior em cima das características da competição. E reforçou a confiança no acesso do Vasco para a Série A em 2023.
- A gente sempre busca algum tipo de correlação quando o resultado não é positivo. Porque é uma análise fácil. Temos que melhorar um pouquinho a cultura de analisar e o que tenho para dizer para a torcida é o seguinte: o grupo que está tentando e vai conseguir o acesso é um grupo diferenciado de profissionais da melhor qualidade possível. A torcida tem restrições com alguns, mas são baitas profissionais - disse o treinador.
Ainda em cima do que comentou sobre Eguinaldo e Raniel, a disputa do novo e de um titular que joga desde o início do ano, Emilio lembrou que tem aceitação na torcida porque é um técnico sem histórico. Ou seja, é o novo.
- Por isso sou bem aceito. A gente tem vontade danada de rotular as pessoas que não servem. Então a gente está sempre pelo novo, novo, novo. aí o clube no final do ano às vezes tem 60, 70 jogadores, porque a gente fica com a vontade de renovar o novo. Porque aquilo fica praticamente cancelado.
E não foi só de reflexão a coletiva de imprensa de Emilio Faro. Serviu também de constatação do jogador que hoje domina as ações no Vasco, o jovem Andrey Santos.
- Na nossa rotina de análise dos jogos, o Andrey é o cara dos três terços do campo. O cara do tiro de meta, o cara do segundo terço, da criação e é o cara do terceiro terço, da finalização. Que local que a gente posiciona o Andrey? Ele por si só ele se encontra nessa situação de desenvolvimento na dinâmica do jogo e se encontra nos três terços com a maior facilidade possível - afirmou.
Mais da coletiva de imprensa
Melhora do ataque
- O Vasco vem apresentando bom entendimento de jogadores na frente e tem conseguido bastante finalizações. Hoje o que nos favoreceu é que nossas finalizações geraram gols. O que vamos falar do Alex Teixeira? O que vamos falar do Nenê, o que vamos falar do Raniel, que é nosso artilheiro no ano? O Andrey, o Marlon, que vinha fazendo partida impecável e, infelizmente, sentiu no segundo tempo. E temos opções. Hoje o Vasco se fortaleceu com opções. Hoje a disputa por posição vai fazer com que os jogadores tentem se desenvolver mais para sustentar a titularidade ou então para tomar a titularidade. O panorama hoje é bem favorável no Vasco para o quesito ataque.
A base e a oscilação
- O vasco está fechado dentro de processo que temos atletas que são validados para a gente usar. A gente a partir dessas informações, de coleta de dados, a gente começa a observar no treino. E pedem passagem. Mas a entrada no profissional, a gente tem que entender o seguinte: a gente quer que eles entreguem em todas as partidas a mesma perfomance. Mas a tendência de jogador de base é oscilar. Não vai ter a mesma perfomance o tempo todo. Hoje o Marlon fez uma grata partida e a gente vai gerar expectativa para a próxima. Mas são jogadores jovens. Temos uma mescla interessante. Tem o Alex Teixeira perto, que tem valor simbólico que não é só dele jogando, é da experiência internacional. O Nenê a mesma coisa. O Anderson, o Edimar... eles passam para os mais jovens bagagem de experiência para eles encontrarem ambiente mais calmo e tranquilo para jogarem no profissional.
Evolução de Alex Teixeira
- Ele veio de outro campeonato, de modelo diferente de jogo. O Alex pode entregar mais e ele vai entregar. É uma situação muito satisfatória para a gente. Se hoje ele está nesse nível a gente pode ter certeza que os níveis e as prateleiras de qualidade de jogo dele só tendem a aumentar.
Matheus Ribeiro contra "cancelamento"
- Ele chegou com 14 dias, tem as avaliações, tem os processos de avaliação dos médicos. Então ele chegou num período que perdemos três atletas, ficamos enxutos na relação contra a Ponte Preta. E o Leo Mattos tomou cartão amarelo, num jogo que estava muito disputado. Achamos que aquele cartão poderia gerar uma expulsão. Matheus Ribeiro estreia sem os comportamentos ainda adquiridos. Naquele jogo ele, de repente, ainda estava sem entendimento de como é sistema da equipe, como a equipe se comporta. E quando a gente recebe atleta a gente se aprofunda para conhecê-lo. Ele é base do Inter, jogou no Santos, tem título da Série B, tem experiência e a gente conhece jogando e a gente sabe que pode render. Mas por causa de um jogo e por essa precipitação de lançar logo o novo, aniquilando tudo que a gente construiu até agora, a gente podia tê-lo perdido. Pelo cancelamento de mídia mais um atleta.
Fonte: ge