Eguinaldo: 'Emoção muito grande poder fazer meu 1º gol, com São Januário lotado, também lembrei do meu pai, que faleceu em fevereiro'
O jogo já estava decidido, com 3 a 0 para o Vasco no placar e nos acréscimos, até que Eguinaldo encheu o pé da entrada da área para marcar seu primeiro gol como profissional do Vasco. Aos 17 anos, o garoto teve uma ascensão meteórica. Com uma história que se confunde com a de milhões de brasileiros, o atacante sempre teve que dividir seu tempo entre o trabalho na roça, os estudos e o futebol.
Natural de Monção, no Maranhão, o Menino da Colina precisava ajudar no sustento da casa. Ele trabalhava com o pai, Edinaldo, e jogava no futebol amador nos fins de semana. Lá, foi descoberto e acertou com o Artsul. No Tricolor da Dutra, chegou ao time Sub-20 e rapidamente foi alçado aos profissionais. O destaque chamou atenção dos quatro grandes cariocas. Fez avaliação no Fluminense, mas não foi aprovado. Logo depois, pintaram os convites de Botafogo e Flamengo, também para avaliação, mas o Vasco, através do Setor de Captação e Análise de Mercado, ofertou colocá-lo logo na equipe Sub-17.
O bom desempenho no Vasco foi rápido. Em 2021, foi importante nas conquistas do Campeonato Carioca e da Recopa Carioca (onde marcou na decisão). Em 2022, perdeu o pai, Edinaldo, em fevereiro, e pensou em abandonar os campos. O setor de psicologia e assistência social do Clube entrou no circuito auxiliando o artilheiro, que retornou ao Rio de Janeiro. Já com idade de Sub-20, ganhou a vaga e se tornou artilheiro da equipe com 11 gols na temporada.
– É uma emoção muito grande poder fazer meu primeiro gol, com São Januário lotado, também lembrei do meu pai, que faleceu em fevereiro. Esse gol foi para ele. Apontei para o céu em homenagem. É inexplicável. Pensei em desistir no começo do ano. Após o falecimento do meu pai. Foi muito complicado pra mim, um baque muito grande. Eu estava lá no Maranhão, de férias e pensei em não voltar pro Rio. Muito complicado. Eu tinha conversado com a minha mãe que não queria mais saber de futebol, mas todos me incentivaram e eu optei por voltar. Não sabia o que fazer. Só chorava e sentia saudade.
O artilheiro da base ainda falou sobre a confiança da Comissão Técnica e do apoio que recebeu dos Meninos da Colina que também estão no profissional:
– Emílio sempre me passou muita confiança. Antes do jogo ele pediu para eu fazer o meu melhor e ir pra cima dos marcadores. Fui muito feliz em conseguir fazer o gol. É o meu DNA. Ir pra cima da marcação. Pude ajudar meus companheiros dentro de campo, fazendo gol e ajudando o time. O poder dos crias da base é muito forte. A base tem um desempenho muito bom. O Andrey é um grande jogador, o Marlon Gomes, sempre me ajudaram muito, troco muito ideia com eles.
Fonte: Site oficial do Vasco