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De acordo com o 2º VP Geral do Vasco, Roberto Duque Estrada, o clube não teria problema em mostrar o contrato com a 777 na íntegra.

Porém, a holding estadunidense prefere manter a confidencialidade para não impossibilitar novos negócios com futuros parceiros.

(🗞️: @AVascainos)

Fonte: Twitter NewsColina (texto), Youtube Atenção Vascaínos (vídeo)


Confira respostas de Duque Estrada sobre conclusão da Comissão

Trazemos todas as respostas que o 2º VP Geral do Vasco, Roberto Duque Estrada, deu ao Atenção Vascaínos de forma exclusiva sobre detalhes do contrato, balanço feito e conclusão chegada pela Comissão:

 Qual o balanço destes quase 20 dias de análises, contando principalmente a heterogeneidade do grupo com várias correntes políticas do clube inseridas na comissão?

"O balanço é extremamente positivo porque nós tivemos um grupo heterogêneo mas com gente muito gabaritada e capacitada nas suas diversas e diferentes áreas de atuação profissional. Isso acabou sendo muito importante porque conduziu a um debate muito interessante. Eu separei a comissão em três grupos: um para analise do acordo de investimentos; um para analise do acordo de acionistas e dos estatutos; e outro para analise dos contratos ‘acessórios' como locação de São Januário, cessão de uso dos CTs e o direito de propriedade intelectual. Todos eles trabalharam bastante. O debate foi franco, principalmente nos três últimos dias da semana passada. Nós estivemos trancados lá direto e foi o melhor possível. Eu estou muito contente. Acho que todos os membros da comissão, sem exceção, demonstraram o seu amor pelo Vasco abrindo mão de compromissos pessoais e profissionais pra estarem nesses dias envolvidos na produção de um documento histórico, que contextualiza toda situação que o Vasco passou nos últimos anos; as alternativas de levantamento de recursos; a legislação da SAF; a proposta não-vinculante; o empréstimo e os documentos de implementação da operação na proposta da 777; e depois nossos comentários, recomendações e riscos."

 Quais as maiores dúvidas e dificuldades de se chegar a um parecer final? O que mais teve discussão?

"O ponto de maior discussão acabou sendo questões relativas aos direitos dos sócios estatutários e a grande preocupação da comissão, que representa o conselho deliberativo e por conseguinte a associação, é o futuro do Vasco. Que o Vasco tenha, enquanto acionista da SAF e desenvolvedor dos esportes amadores, receitas suficientes para se sustentar e ter um quadro de sócios estatutários importante com uma participação politica relevante porque seremos acionistas com uma participação significativa em uma empresa que pretende ser bastante rentável e lucrativa."

 As dúvidas dos sócios que foram mais recorrentes em rede social e audiência pública da Vasco TV foram levadas a discussão interna?

"As duvidas dos sócios acabam sendo nossas próprias duvidas. Preocupação com o compromisso de investimento; que a 777 vá conduzir a SAF do Vasco com o foco de ser um time vencedor, ganhador de títulos como historicamente nós somos; preocupação significativa com os contratos de São Januário e a questão da propriedade do estádio que fica mantida na associação e que qualquer coisa que vá ser feita no futuro vai depender de um entendimento novo entre 777 e Vasco, embora as bases desse entendimento já tenham sido lançadas. Então todas essas questões, duvidas e preocupações foram levadas e discutidas por diversas pessoas que estavam na comissão e que, por sua vez, representam seus grupos políticos. Eu acho que as duvidas do publico, que foram tiradas muitas no SAQ que postamos no site em uma comunicação direta com o torcedor, foram olhadas e debatidas sendo muito positivo."

 Esta briga jurídica que reza sobre a transparência do contrato, levou a comissão a achar que seria necessário dar mais tempo para deliberar ou mesmo desestimulou por não ser, na ótica destes associados, confiável a analisar? Como foi internamente acompanhar este imbróglio?

"Eu entendo que essa questão da transparência é uma falácia porque mais transparente impossível do que nós fomos aqui. Eu falo também pela Diretoria Administrativa com todos os debates, audiências publicas e entrevistas coletivas. Todo esse processo da SAF foi sendo aberto e muito claramente debatido. O parecer da comissão analisou o contrato, nós fizemos um documento de obrigação de confidencialidade, mas nós vimos os contratos e entendemos até que a confidencialidade está muito mais como uma preocupação do nosso parceiro investidor com estratégias de investimento, orçamentos, alocação de valores, por concorrência de mercado. Exclusivamente com isso. Não tem nenhuma regra, nenhuma confidencialidade que esconda algo prejudicial ao Vasco. Muito pelo contrário. Todas confidencialidades está em relação aos compromissos de investimento que são muito favoráveis aos Vasco. Infelizmente é lamentável essa decisão judicial. A gente que essa discussão do torcedor consumidor parece juridicamente equivocada, mas a gente respeita pois enquanto a decisão estiver valendo não se pode deliberar. Nós tivemos mais esse tempo para ultimas discussões de alguns pontos e essa suspensão acabou nos dando mais tempo para usarmos todo tempo adicional de 10 dias e concluímos com muita precisão técnica e muito diálogo o parecer."

 Pra fechar, pq o parecer foi favorável e se há alguma chance, na sua ótica, do negócio ser desfeito por parte dos americanos diante de tanta discussão externa? O negócio, pela Comissão é algo que mudará o Vasco de nível?

"Entendo que eles não têm intenção de desfazer o negócio. É obvio que existe um tempo para a realização do negocio e esse tempo corre. O sócio vascaíno tem consciência que o Vasco passa ainda por uma situação financeira muito delicada, estamos jogando a Série B do Campeonato Brasileiro, nós precisamos realmente de um aporte de recursos e investimentos para voltarmos ao patamar que todo sócio vascaíno gostaria de estar. Essa é uma alternativa que nós recomendamos porque ela parece extremamente positiva no cenário atual e em comparação a outros negócios feitos de SAF que não tem tantas disposições protetivas a associação, que obrigue um investimento e uma busca permanente por títulos como o nosso contrato. O contrato foi extremamente bem negociado em uma oportunidade única, antes do mundo entrar em guerra com a guerra da Ucrânia, antes de certas condições de mercado terem mudado. Não sei se essas condições se manteriam no negócio se essa proposta viesse já depois da guerra, com a mudança de ambiente econômico do mundo. O fato é que esse negócio certamente mudará o Vasco de nível e nós vamos ter um dos maiores orçamentos do Brasil. Também estou muito bem impressionado com o profissionalismo, o nível técnico dos representantes da 777 que estiveram aqui. Você vê que eles estão realmente dispostos a fazer história aqui no Vasco, de fazer um time vitorioso como nós fomos por inúmeras vezes e deixamos de ser justamente por um descalabro administrativo, por um momento em que mudaram as condições de levantamento de recursos no Brasil dos clubes de futebol e o Vasco foi muito penalizado com isso. Esperamos agora virar essa página e fazer história aqui com um negócio muito positivo pro Vasco e pra gente ter um time realmente vencedor."

Fonte: Atenção Vascaínos