Sérgio Frias comenta processo de venda da SAF do Vasco e liminar que obriga apresentação de documentos
Sexta-feira, 15/07/2022 - 07:39
Sérgio Frias @SergioEduFrias
Ontem um suposto canal de notícias extraoficial do Vasco, no qual se esconde um politiqueiro notório, informou que no dizer da direção terá o Vasco em cinco anos o maior orçamento de sua história. Claro que terá, com a LIBRA. Isso independe de SAF ou 777, que não são sinônimos.

Na apresentação da KPMG ao CB sobre a proposta dos setes, o grande fator balizador de crescimento do orçamento daqui a alguns anos era exatamente o aumento de receita nas cotas de TV, o que nada tem a ver com quem compra, mas, na prática, entraria como dinheiro novo para si.

A questão primordial reside no fato de que não só o Vasco, mas todos os outros clubes aumentarão seus orçamentos com a LIBRA e o Vasco já se posiciona com o objetivo de ter o 5º maior orçamento do Brasil, o que, na prática, o põe muito atrás do principal rival.

Tenta-se hoje uma venda atropelada, sem dar oportunidade de ouvir minuciosamente o mercado ou observar vários modelos possíveis outros de SAF e interessados, desconsiderando ser o clube o gigante que é em termos de potencial de consumo para qualquer um que faça negócio com ele.

É plausível, pelo potencial de consumo evidente, engajamento da torcida, base forte e história peculiar, que o clube se unisse a algum parceiro, oferecendo-se pô-lo, como premissa, em 1º lugar no Brasil, já que o dinheiro novo a entrar não estaria entrando nos demais.

Ao invés disso, propõe-se a venda com o 'ideal' de em cinco anos o Vasco ser o 5º maior orçamento do país, desconsiderando que outros possam fazer suas SAFs em condições muito melhores e sem entregar o clube como quer a gestão fazer.

E caso a meta não seja alcançada, pela forma como foi feita o acordo, o que perde quem compra? Quais as punições? O clube volta a ser da associação? Não adianta criar cláusulas que podem ser burladas se o objetivo fim da empresa é o lucro, mais fácil com pontes de atletas.

E se o 'ideal' for alcançado? O que adianta ficar em 5º, 4º, 3º, 2º? Para quem compra, na ponta do lápis, quanto custa ficar em 5º, quanto custa arriscar ser 1º? Fora o fato de que nada garante uma posição, baseada no orçamento tão somente para garantir o 'ideal'.

Como princípio, apenas as conquistas de títulos deveria dar direito aos setes de ganhar algo em sentido amplo (o risco do negócio é de quem compra).

A obrigação de obtenção dos títulos para lucrar, proteção à base, inclusive poder de veto da associação em negociações débeis, evitando pontes, garantias de crescimento da associação com lucros da SAF, entre outras medidas protetivas ao Vasco, são preceitos imperiosos.

A pergunta de um milhão de dólares é: existe alguma outra solução? Claro que há várias, dentro e fora da SAF. Tem para todos os gostos. Ainda mais com o potencial futuro de receitas via LIBRA. Há muita gente de olho nisso.

Para finalizar, o Vasco sobe com ou sem 777, desde que não se façam grandes besteiras até o fim da temporada que se encerra daqui a quatro meses, aproximadamente.

Fonte: Twitter Sérgio Frias


Sérgio Frias @SergioEduFrias
Não há perdedores diante da decisão liminar concedida hoje. O Vasco ganha, os sócios ganham, os torcedores, por extensão ganham. O Vasco não pode aceitar ser vendido para ter como premissa um lugar menor que o do seu principal rival (e isso ocorreria no mundo ideal da 777).

Fonte: Twitter Sérgio Frias