Os torcedores do Vasco precisaram de menos de uma hora para esgotar os 1.900 ingressos que o Criciúma disponibilizou para o jogo deste sábado, às 16h30, no Estádio Heriberto Hülse. Espalhados por Santa Catarina, vascaínos de várias cidades do estado estarão presentes na partida da 17ª rodada da Série B e, ainda assim, muita gente ficou sem ingresso.



Os mais de 1.300 quilômetros que separam Criciúma do Rio de Janeiro não são suficientes para impedir a força do Vasco em Santa Catarina. Atuantes, as torcidas do estado vão à capital carioca com frequência e marcam presença nos jogos do time pelo Sul do Brasil.



É de Santa Catarina, aliás, a primeira capitania do Vasco, projeto criado pelo clube visando as torcidas de fora do Rio de Janeiro. A União VasBrusque foi criada em 2019, cresceu, montou a própria sede e foi procurada pelo próprio Vasco para se tornar capitania. O grupo tem cerca de 70 sócios e já até levou patrocinador para o clube. A capitania reúne com frequência torcedores de diversas partes do estado para eventos em Brusque.

- Além de ver os jogos, a gente viu que poderia fazer algo a mais e organizamos um evento em que o lucro foi destinado ao CT do Vasco. Foi um sucesso e passamos a envolver muitas pessoas e, desde então, fizemos várias ações sociais. Dinamite, Acácio, Donizete, Sorato, entre outros ídolos já foram à nossa capitania para eventos com os torcedores. Vai vir agora também o Carlos Germano. A ideia é encurtar o espaço entre os torcedores de fora do Rio e o Vasco. Já fomos ao Rio de Janeiro esse ano no Carioca e também no jogo contra o Cruzeiro. Eu mesmo, só em 2019, vi oito jogos do Vasco no Rio - disse o capitão Marcolan Batista ao ge.



Além da VasBrusque, Santa Catarina tem outras três capitanias, em Joinville, Rodeio e Blumenau. A torcida de Blumenau surgiu em 2008 e se transformou em capitania há cerca de duas semanas. Os blumenauenses estiveram no jogo contra a Chapecoense, pela terceira rodada da Série B, e estão com viagem programada para o Rio em outubro.

- Nós vamos em dois ônibus aqui de Blumenau para Criciúma, fora as outras torcidas da região, tanto que os ingressos acabaram em 38 minutos. Pena que muita gente não conseguiu, só aqui a gente tinha três ônibus. Nós também fazemos ações solidárias em prol de entidades da nossa cidade. Hoje estamos com 87 sócios adimplentes - contou o capitão Sérgio Roberto Guber.



Os torcedores das capitanias VascoVille e Vasco Vale também estarão em Criciúma, assim como grupos de outras torcidas espalhados pelo estado, como é o caso do Trem Bala da Serra, de Lages. Fundado em 2011, a torcida faz referência ao time apelidado de Trem Bala da Colina e que tinha em campo jogadores como Diego Souza e Alecsandro na conquista da Copa do Brasil de 2011.



- Acredito que a torcida do Vasco seja uma das maiores do nosso estado. Isso vem lá das décadas de 1950, 1960 e 1970, em que meus avós e tios vascaínos contam que escutavam muitos jogos pelas rádios nacionais com o Vasco já com grande destaque. Essa paixão foi passada de gerações para gerações, assim como eu passei para a minha filha Lara, de sete anos, que é fanática - afirmou o presidente do Trem Bala da Serra, Leandro Lima, que completou:

- O último jogo que fomos no Rio, antes da pandemia, foi um ônibus com 44 pessoas. Agora estamos programando para irmos em novembro. Para Criciúma estávamos em 92 pessoas, mas mais de 40 ficaram sem ingresso. Ainda fomos em Chapecó em abril, e estamos programando para ir contra o Brusque e contra o Grêmio.



Criada em 2015, a Vascaínos do Vale reúne torcedores das cidades de São João Batista, Canelinha, Tijucas e região. O grupo teve representantes no jogo contra o Londrina, estará em Criciúma e já está se organizando para ir para Brusque e Porto Alegre este ano.

- Fomos crescendo, fizemos camisas, eventos e hoje estamos com mais ou menos 150 pessoas no grupo. A gente se reúne para ir em jogos aqui pelo Sul, estamos sempre juntos na Capitania VasBrusque e até no Rio de Janeiro já fomos também - comentou Mayco Ouriques, um dos líderes da Vascaínos do Vale.



O título do Campeonato Carioca de 2015, conquistado após duas vitórias em cima do Botafogo, fez com que os vascaínos de Balneário Camboriú se organizassem para criar uma torcida do Vasco na cidade. Hoje com mais de 100 integrantes, a Caravela Vascaína de Balneário está sempre viajando pelo Sul e tem excursão marcada para o Rio no jogo contra o Náutico, em setembro.

- Do Paraná ao Rio Grande do Sul, onde o Vasco está a gente vai atrás. E não só futebol profissional, fomos em jogos de basquete, base, a gente acompanha o Vasco em tudo. A gente estava indo em 32 pessoas para Criciúma, mas diminuímos porque só 12 conseguiram ingresso - destacou Diego Adão, presidente e fundador da Caravela Vascaína.



Vascaínos de Criciúma, Brusque, Blumenau, Joinville, Rodeio, Lages, Balneário Camboriú, Laguna, Florianópolis e outras cidades de Santa Catarina estarão no Estádio Heriberto Hülse. Um bom número de torcedores já fez plantão no hotel do time na véspera da partida. A reportagem ouviu de pessoas da cidade que a presença do Vasco será um evento em Criciúma neste fim de semana. A bola rola a partir das 16h30 deste sábado, e a expectativa é de um público de quase 20 mil pessoas.

Fonte: ge