Valor do aluguel do Maracanã gera atrito nos bastidores e Vasco questiona cobranças do consórcio
Apesar dos 65 mil ingressos rapidamente vendidos para o jogo deste domingo, contra o Cruzeiro, Vasco e Maracanã não falam a mesma língua nos bastidores. O clube está incomodado com o preço cobrado pela concessionária que administra o estádio e tenta reduzir o valor. Ao contrário de jogos anteriores, quando o aluguel foi de R$ 90 mil, o Vasco terá de pagar R$ 250 mil dessa vez, além da taxa de R$ 130 mil por ressarcimentos de custos, como água e energia.
O valor causou estranheza e indignação, uma vez que Flamengo e Fluminense, dois dos atuais administradores, seguem pagando R$ 90 mil por jogo. O Vasco entende, no entanto, que deveria haver isonomia, assim como aconteceu no Campeonato Carioca, há pouco mais de dois meses, quando o clube gastou R$ 90 mil para mandar um jogo da semifinal contra o Flamengo, além da taxa de ressarcimento de R$ 75 mil (veja o borderô no fim da matéria). Em 2019, quando foi assinado o contrato de cessão do estádio a Flamengo e Fluminense, ficou definido que Vasco e Botafogo teriam de pagar aluguel de R$ 90 mil para jogar no estádio.
O ge apurou que um dos motivos que elevou o preço do aluguel foi o fato de o Consórcio não querer aumentar o número de jogos do Maracanã, que tem recebido todas as partidas de Flamengo e Fluminense como mandantes. Portanto, imagina-se que um valor maior iniba a procura de outros interessados pelo estádio.
O Vasco tenta reduzir o valor e acionou autoridades. Não tem sido uma tarefa fácil. Na última sexta, quando a partida foi transferida oficialmente para o Maracanã, a direção fez a primeira tentativa com um pedido de reconsideração dos valores, mas recebeu negativa. Apesar do desconforto, não há possibilidade de o jogo contra o Cruzeiro ser transferido para outro estádio.
O clube então apresentou um novo ofício nesta quarta com questionamentos e vem trabalhando nos bastidores. Assinado pelo presidente Jorge Salgado, o documento foi enviado ao Consórcio, com cópias para Rodolfo Landim e Mário Bittnecourt, presidentes de Flamengo e Fluminense, respectivamente, além do governo do Rio de Janeiro. A Ferj também está tentando ajudar, mas até o momento o Vasco não teve retorno.
No ofício enviado, o Vasco anexou os borderôs de seu último jogo como mandante no Maracanã, em 16 de março, contra o Flamengo, quando pagou R$ 90 mil de aluguel. Borderôs de jogos recentes de Flamengo e Fluminense também foram anexados. Os valores dos custos de ressarcimento variaram, mas em todas as partidas os clubes pagaram R$ 90 mil de aluguel. O ge teve acesso ao documento e entrou em contato com o Vasco.
- Recebemos com surpresa esse abrupto e injustificado aumento do custo de locação do Maracanã. Estamos aguardando os esclarecimentos do consórcio sobre as razões desse aumento de quase 300% e se o novo valor de R$250mil também será pago pelos outros clubes cariocas que mandam seus jogos no Maracanã. O estádio é um equipamento público e a isonomia entre os clubes cariocas faz-se indispensável. Não podemos ter diferença de tratamento no principal estádio do Rio que foi construído com recursos públicos e pertence ao Estado – questionou o vice-presidente geral do Vasco, Carlos Roberto Osório, ao ge.
Outro ponto que incomodou a direção do Vasco é a capacidade máxima determinada para a partida. O Consórcio passou ao clube, com respaldo da Polícia Militar, que foi bloqueada a venda de ingressos no entorno do setor de torcida visitante, o que reduziu a carga total para 65 mil ingressos.
O Vasco havia solicitado carga máxima de pouco mais de 70 mil ingressos. Foi enviada uma solicitação para reconsideração Maracanã. Essa também é uma solicitação do Cruzeiro, uma vez que seus torcedores adquiriram todos os 4 mil lugares disponíveis.
Fonte: ge