Impasse sobre divisão das cotas de TV atrasa criação da liga nacional
Terça-feira, 03/05/2022 - 07:21
Apesar de já autorizada por Ednaldo Rodrigues, o presidente eleito da CBF, a sonhada criação da Liga Independente dos clubes patina.

E por dois motivos:

1 - a dificuldades de atender aos interesses de dois blocos;

2 - a pouca disposição de Flamengo e Corinthians em ver suas cotas reduzidas em nome da divisão equilibrada de receitas de transmissão dos jogos.

Sobretudo com relação ao dinheiro captado pelo Pay Per View (PPV).

Hoje, pode-se dizer que já há três grupos à mesa de negociação para a materialização da Liga.

Um, com os grandes do eixo Rio, São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul;

O outro, denominado "Forte Futebol", com Athlético-PR e dez "emergentes" em ação na Série A;

E o chamado sub-grupo, só com Flamengo e Corinthians, já inseridos no primeiro, mas que ainda não deram aval para divisão de receitas.

A Codajas Sports Kapital, com Flávio Zveiter e Ricardo Fortes à frente, tenta a unir os clubes, com a promessa de Liga forte, bem estruturada e independente.

Acena com investimentos que superam a um bilhão de reais, um calendário mais racional e a geração de novas receitas.

No modelo atual, a maior fatia vem das transmissões nas TVs Aberta, Fechada e PPV - fora direitos internacionais e placas de publicidade no campo.

O problema é que Athletico-PR, América-MG, Atlético-GO, Avaí, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fortaleza, Juventude e Goiás não concordam com a divisão das cotas.

E se juntaram para que a Liga não se deixe levar pelos interesses das grandes.

No mês passada, o "Forte Futebol" costurou apoio do Atlético-MG, que fará a interseção entre os blocos, na luta pela redução das diferenças no montante.

No contrato que termina em 2024, o dinheiro das transmissões nas TVs Aberta e Fechada é dividido da seguinte forma:

Do total, 40% é distribuído igualitariamente, 30% vem com base na performance do clube e 30% é pago pelo número de transmissões.

No PPV, o dinheiro é dividido com base na audiência do "torcidômetro".

Ocorre que na assinatura do contrato, em 2014, Flamengo e Corinthians exigiram um mínimo garantido, diferente dos demais.

E este é o "X" da questão.

Os emergentes alegam que há clubes recebendo, no todo, até R$ 160 milhões por ano.

Enquanto outros, como o Cuiabá, ganham menos de R$ 2 milhões (cerca de 1,2%) - e na mesma competição.

O pedido é para que a diferença não seja superior a quatro vezes maior entre o mais bem remunerado e o menos afortunado.

Em princípio, Flamengo é contra, ainda que a Liga ofereça compensações.

Corinthians fecha com os rubro-negros e o projeto trava no impasse...



Fonte: Blog Futebol, coisa & tal... - Extra