A primeira parte da temporada 2022 chegou ao fim para o Vasco com a eliminação na semifinal do Campeonato Carioca após derrota para o Flamengo no último domingo. Um novo capítulo terá início nesta quarta-feira, quando o elenco se reapresenta no CT Moacyr Barbosa com o foco voltado para a estreia na Série B, no dia 9 de abril. A 18 dias da partida contra o Vila Nova, em São Januário, o time terá raras semanas livres para se preparar para o principal objetivo do ano.

Será a chance para o Vasco ter uma espécie de segunda pré-temporada em 2022. Em janeiro, Zé Ricardo teve dificuldades para trabalhar, já que o elenco ainda não tinha recebido todos os reforços, e alguns atletas, contaminados com a Covid-19, perderam treinos. Os próximos dias prometem ser de muita transpiração para o treinador e todo o departamento de futebol.

Reforçar o elenco

A tarefa mais urgente é, sem dúvidas, contratar atletas para a disputa da Série B, até porque o clube tem até o dia 12 de abril para inscrever reforços. A busca por jogadores promete ficar um pouco mais fácil com a intervenção da 777 Partners, iminente compradora da SAF do Vasco. O grupo americano vai disponibilizar seu departamento de scouting e recursos tecnológicos para mapear o mercado.

No primeiro momento, o Vasco teve dificuldades de encontrar reforços que se encaixassem na realidade financeira do clube e ouviu negativas em algumas consultas. O clube entende que o fato de ter colocado os salários em dia, com o auxílio de um empréstimo da 777, já é um grande aliado para recuperar a credibilidade no mercado da bola. Mas a empresa não vai ajudar financeiramente nesse momento, como disse o presidente Jorge Salgado ao ge.

Hoje, atacantes de lado são a grande necessidade do time de Zé Ricardo, que ainda busca zagueiro, lateral e meia ofensivo. O primeiro reforço para a Série B está acertado: o atacante Lucas Oliveira, do Bangu, já até se apresentou ao Vasco.

Recuperar jogadores

Outro fator positivo das semanas livres será recuperar jogadores que ainda estão ou saíram há pouco tempo do departamento médico. Os meio-campistas Yuri Lara e Vitinho, por exemplo, passaram boa parte do início da temporada lesionados e ainda buscam retomar 100% a forma física. Os dois geram boas expectativas no torcedor e na comissão técnica para a disputa da Série B.

O volante Matheus Barbosa é outro que acaba de deixar o DM, enquanto Léo Matos preocupou após ser substituído no último domingo ainda no primeiro tempo. O lateral-direito não teve lesão detectada. Ao contrário de Anderson Conceição, que sofreu uma fissura na última costela direita no clássico contra o Flamengo. O zagueiro já iniciou o processo de recuperação. O atacante Laranjeira também está em tratamento.

Além disso, é uma oportunidade para o Departamento de Saúde e Performance tratar o desgaste de jogadores que foram mais utilizados nas primeiras 15 partidas. Alguns reforços vêm de temporadas de menos chances e há atletas que exigem mais cuidados, como o meia-atacante Nenê, de 40 anos.

Trabalhar o setor ofensivo

A avaliação da primeira parte da temporada aponta para um time que construiu uma defesa sólida, mas que ainda precisa evoluir as ideias ofensivas. Nos jogos mais competitivos até aqui, contra os principais rivais, o Vasco marcou apenas um gol nos cinco clássicos. Ao todo, foram 21 gols marcados entre jogos do Campeonato Carioca e Copa do Brasil - média de 1,4 por partida.

A ineficiência do Vasco no ataque se deu também pela falta de peças à disposição de Zé Ricardo. Muitas das vezes, o treinador só teve Gabriel Pec como opção de velocidade, e o jovem ficou sobrecarregado com a função de receber as bolas e levar o time à frente. A dependência de Nenê na construção das jogadas é outro ponto a ser trabalhado pelo treinador.

Encontrar atletas velozes e variar as jogadas ofensivas, utilizando os laterais no apoio, é uma necessidade da equipe, que também precisa colocar mais o Raniel no jogo. Após um bom início, o centroavante ficou sumido em campo nos principais confrontos do Vasco. Melhorar a produtividade ofensiva é uma necessidade para um time que vai encontrar defesas fechadas na Série B.

Logística para a Série B

O planejamento para a Série B fora de campo é mais uma das missões do departamento de futebol. Com a experiência recente na memória, o clube sabe que vai enfrentar viagens em sequência e desgastantes, o que influencia diretamente no desempenho do time. Os dirigentes e os profissionais da área de saúde do Vasco já trabalham para minimizar os problemas.

- Desde que a tabela da Série B saiu, o pessoal da direção está trabalhando muito para que a gente consiga minimizar essas viagens tão desgastantes de Norte a Sul do Brasil. É realmente uma parte que precisa investir, clube está consciente disso e levantando orçamento, hotéis e percursos. A equipe que conseguir organizar melhor sua logística vai dar um passo minimizar os deslizes. Como nosso objetivo é subir, a preocupação existe - disse Zé Ricardo em coletiva no último domingo.

O Vasco já terá experiência desgastante logo no início. Depois da estreia contra o Vila Nova em casa, o time terá dois jogos fora e em locais distantes um do outro: pega o CRB em Maceió, no Nordeste, e viaja para Chapecó, no Sul, onde enfrentará a Chapecoense.



Fonte: ge