Além do baque moral, a eliminação precoce do Vasco para a Juazeirense ontem (9) na Copa do Brasil também trouxe um prejuízo financeiro. O clube previa chegar ao menos até a terceira fase da competição. Deixou, assim, de ganhar R$ 1,9 milhão em premiação e agora vê o empréstimo-ponte de R$ 70 milhões da 777 Partners —empresa que quer comprar a SAF— como uma verdadeira salvação momentânea.
Sem tal aporte, a situação financeira poderia ser classificada como dramática. Com a quantia, porém, o Cruzmaltino conseguiu pagar todos os salários atrasados de jogadores e funcionários, quitou pendências com fornecedores e ficou em dia nos acordos fechados com o Governo Federal.
O valor transferido pelos americanos, sem dúvidas, trouxe um pouco mais de tranquilidade administrativa ao clube para os próximos meses. Mesmo assim, como a venda da SAF ainda não está oficializada internamente, o Vasco prefere adotar cautela e mantém seus cálculos sem contar com a chegada da 777 Partners. Diante de tais números, o clube avalia que será necessário arrecadar mais R$ 50 milhões para não fechar a temporada no vermelho.
Fora da Copa do Brasil, a competição que gera a maior premiação do futebol brasileiro, o Cruzmaltino tem no calendário agora somente o Campeonato Carioca e a Série B. Por isso, a solução vista para alcançar os tais R$ 50 milhões é, principalmente, a venda de ativos —leia-se jogadores.
Recentemente, o clube renovou o contrato de quatro promessas reveladas na base, numa forma de se resguardar e também aumentar as respectivas multas rescisórias. Destaque da temporada, o atacante Gabriel Pec assinou até dezembro de 2026.
Artilheiro da Copinha deste ano, o também atacante Figueiredo estendeu seu vínculo até dezembro de 2025. O zagueiro Ulisses renovou até dezembro de 2024.
Ontem o Vasco também anunciou a renovação do lateral esquerdo Julião até fevereiro de 2025. Ele foi um dos destaques na Copinha, mas ainda integra a equipe sub-20.
Estabilidade momentânea vira trunfo por reforços
A estabilidade financeira momentânea gerada pelo empréstimo-ponte de R$ 70 milhões da 777 Partners acabou se tornando também um trunfo para o Vasco buscar reforços visando a Série B. Isso porque, até então, os salários atrasados recorrentes acabavam afastando muito dos interessados.
Agora, além de provar os vencimentos em dia, o clube tem a perspectiva da chegada da empresa norte-americana para gerir a SAF, algo que tem sido usado para atrair novos jogadores.
Em entrevista ao "ge" ontem, o gerente de futebol, Carlos Brazil, informou que o clube pretende contratar ao menos mais quatro ou cinco reforços para a Série B.
Empréstimo terá que ser pago caso SAF não seja aprovada
Um adendo muito importante a ser feito é o fato de que, caso a SAF não seja aprovada no Vasco, o clube terá que pagar até setembro os R$ 70 milhões da 777 Partners. Internamente, porém, o clima é de otimismo pela aprovação, principalmente após o resultado da votação que sinalizou positivamente para o aporte do empréstimo-ponte, com ampla maioria de votos no Conselho Deliberativo.
O órgão, aliás, se reúne novamente hoje (10), a partir das 18h, de maneira online e presencial, para votar uma nova etapa no processo de formatação da SAF. Desta vez, será discutido o rito a ser seguido pelo Conselho em relação ao tema. Uma vez aprovado, estão previstas ainda mais duas reuniões do Deliberativo e mais duas Assembleias Gerais para que os sócios chancelem ou não a decisão dos conselheiros.
Caso a venda de 70% da SAF do Vasco para a 777 Partners seja aprovada, o clube receberá um aporte de mais R$ 120 milhões imediatamente após a assinatura do contrato vinculante.
Tais verbas fornecidas inicialmente serão descontadas dos R$ 700 milhões que os americanos prometem investir. Além disso, a empresa também se compromete a assumir a dívida do clube, avaliada também na casa dos R$ 700 milhões.
Fonte: UOL