São 14 anos de diferença e nacionalidades distintas. Em comum, a língua espanhola, fator preponderante para iniciar laço quase paternal que já dura dois anos. Agora no Fluminense, o argentino Germán Cano, de 34 anos, resolveu "adotar" o jovem Matías Galarza, de 20, assim que o paraguaio chegou ao Vasco, em junho de 2020. Hoje (26), os dois se enfrentam no clássico entre as equipes, às 17h (de Brasília), no estádio Nilton Santos.

Na ocasião, Galarza havia sido emprestado pelo Olímpia (PAR) e desembarcou em São Januário ainda para compor o elenco sub-20. Pela primeira vez longe do país de origem e de seus familiares e namorada, o meia encontrou no experiente atacante o suporte para se adaptar.

No time de jovens do Vasco, Galarza conquistou títulos e foi destaque, algo que o fez ser promovido na temporada seguinte aos profissionais, um objetivo traçado quando deixou seu lar em Assunção (PAR).

Foram muitos os momentos onde Cano convidou Galarza para jantares em sua residência, além de procurar sempre orientá-lo com questões dentro e fora de campo. Hoje, já adaptado ao Rio de Janeiro e contrato em definitivo pelo Vasco, o paraguaio tem sentimento de gratidão pelo artilheiro, a quem chama de brincadeira e carinhosamente de "pai".

Mesmo atualmente defendendo o Fluminense, Germán Cano mantém contato com Galarza e tem cuidados com seu "filho" paraguaio. O fato de morarem no mesmo bairro no Rio de Janeiro, a Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), acaba sendo um facilitador.

Hoje, às 17h, no estádio Nilton Santos (RJ), pela primeira vez "pai" e filho" estarão em lados opostos, em jogo que vale a liderança da Taça Guanabara. A tendência é a de que Cano inicie como titular no Fluminense e Galarza fique no banco, no Vasco.

Galarza dá suporte aos equatorianos

Quem convive com Galarza costuma elogiá-lo por seu comprometimento, profissionalismo e maturidade no alto de seus 20 anos. E é com esta maturidade que o paraguaio tem procurado dar suporte e companheirismo aos equatorianos Jhon Sánchez e Luis Cangá, contratados mais recentemente pelo Vasco e que ainda estão em processo de adaptação.

Nos treinamentos, é comum ver Galarza explicando e orientando a tímida dupla, que ainda é de poucas palavras no dia a dia no CT Moacyr Barbosa. Outro estrangeiro mais "antigo" do elenco, o argentino Sarrafiore ainda se recupera de uma grave lesão no joelho ocorrida ano passado e tem convivido pouco com o grupo, já que passa a maior parte do tempo nas sessões de fisioterapia e fortalecimento muscular.

Nos últimos dias a turma de gringos foi engrossada pelo zagueiro colombiano Juan Quintero, emprestado pelo Fortaleza e que já está mais adaptado ao Brasil, onde vai para sua quarta temporada.



Fonte: UOL