Julio Brant, Alexandre Campello, Roberto Monteiro e Mussa opinam sobre o acordo entre Vasco e 777 Partners
A etapa seguinte à assinatura do memorando de intenções com a 777 Partners pode ser mais complexa do que a primeira: convencer conselheiros e associados do Vasco a aprovarem a migração do futebol e seus ativos para a empresa a ser criada e o posterior repasse do controle da SAF para os americanos.
Inicialmente, o presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Fonseca, terá de convocar sessão do poder para votar a pauta. São 300 conselheiros, 150 eleitos para o triênio 2021-2023, 150 beneméritos e grandes beneméritos. O foco maior de resistência à pauta reside entre os 150 beneméritos e grandes beneméritos.
— Todo vascaíno quer ver o Vasco campeão novamente. O que não somos favoráveis é o debate atropelado. O debate que não observe o futuro do clube. A chegada de dinheiro novo é sempre comemorada — disse Julio Brant, membro do Conselho Deliberativo.
Caso aprovada no Conselho Deliberativo, Otto de Carvalho Júnior, presidente da Assembleia Geral, terá de convocar Assembleia Geral Extraordinária em que todos os sócios estatutários do Vasco em dia com suas obrigações terão a chance de votar a favor ou contra a criação da SAF e seu repasse para a 777 Partners.
Alguns conselheiros têm posição firme no assunto:
— Essa posição do Vasco, de dizer que a única solução é a SAF, parte de uma falsa premissa, de que o Vasco está inviável. Nenhuma formulação por parte da gestão mostra a inviabilidade real do Vasco — afirmou o benemérito Roberto Monteiro.
Grupos políticos de oposição à criação da SAF marcaram protesto em frente a São Januário, no próximo dia 5. Uma das principais lideranças é Luiz Roberto Leven Siano, candidato à presidência na última eleição.
Para Alexandre Campello, ex-presidente do Vasco, é importante que o processo tenha transparência:
— Clubes como Palmeiras, Grêmio, Flamengo e Atlético-MG já estiveram muito endividados e conseguiram caminhar. O que demonstra que, se a SAF é uma solução, ela não é a única. Acho que todos devem exigir total transparência. Para o vascaíno de fato escolher.
Faues Mussa, grande benemérito e ex-presidente da Assembleia Geral, declarou-se favorável à criação da SAF, mas também ponderou para a importância da transparência.
— Sempre briguei para que os sócios tenham voz, vou continuar seguindo a minha coerência, por isso é sim (para a mudança para a SAF) no Deliberativo. Assim, seguirá para Assembleia Geral onde os sócios vão decidir se querem ou não uma SAF no Vasco. O importante é a transparência nesse processo.
Fonte: O Globo