Salgado tem conversado com potenciais investidores da SAF com formato e valores em mente
Quinta-feira, 17/02/2022 - 13:58
Jorge Salgado viajou para os EUA para avançar nas negociações sobre a venda dos ativos da sociedade anônima de futebol que o Vasco pretende criar com valores e formato de investimento já em mente. Nas conversas com grupos que sinalizam interesse na empresa, os dois pontos têm sido apresentados.

Quanto ao montante de investimento, mesmo sem ter realizado ainda o "valuation" dos ativos que serão transferidos para uma eventual SAF, Salgado tem os números das negociações protagonizadas por Botafogo e Cruzeiro como parâmetro. O discutido é que, caso ocorra a venda de 90% dos ativos, isso movimente mais do que os R$ 400 milhões prometidos por John Textor ao alvinegro e por Ronaldo à Raposa.

Esse valor pode até ser menor em números absolutos, contanto que envolva a compra de um percentual menor das ações da SAF vascaína. Neste caso, o clube permaneceria com uma fatia maior do que os 10% que sobraram para Botafogo e Cruzeiro e teria a perspectiva de vender essa diferença para terceiros, em transação posterior, torcendo por uma valorização futura.

O grupo americano 777 Partners, dono do Genoa, da Itália, e de parte minoritária do Sevilla, da Espanha, é o que possui conversas mais avançadas com Jorge Salgado. O presidente vascaíno também tem como referência para o formato do negócio o estabelecimento de metas de investimento que garantam que o clube tenha o passivo na casa dos R$ 800 milhões diminuído e ao mesmo tempo que a SAF consiga montar uma equipe de futebol competitiva.

Neste caso, a obrigação de um aumento mínimo anual na folha salarial do futebol, estabelecida no contrato assinado por Botafogo e John Textor, serve de inspiração para os vascaínos.

Qual é o valor da SAF do Vasco

A diretoria do Vasco promete, posteriormente, realizar estudos que determinem o valor estimado de tudo que será transferido para a sociedade anônima de futebol. Basicamente, isso inclui receitas diversas, como patrocínios, direitos de transmissão, bilheterias e programas de sócio-torcedor, e mais os direitos econômicos dos jogadores sob contrato e dos amadores que por ventura, posteriormente, assinarem vínculos profissionais.

A conta não é fácil de ser feita. Ela deve levar em consideração a estimativa de receitas futuras e potencial de crescimento. Além disso, no caso das sociedades anônimas de futebol, elas herdam os passivos gerados pelos clubes. E esse montante, assim como seu perfil, devem ser levados em consideração no cálculo final.

Ao mercado, o Vasco tem se apresentado como opção de investimento mais rentável do que Botafogo e Cruzeiro, por entender que possui uma torcida mais numerosa, e que por isso o negócio deve acontecer em patamar superior ao feito pelos dois clubes nos últimos meses.



Fonte: O Globo