O Vasco ainda não anunciou, mas duas caras novas já treinam com o elenco no CT Moacyr Barbosa. Emprestados até dezembro, Luiz Henrique e Juan Quintero não estavam nos planos do Fortaleza e reforçam o time de Zé Ricardo. Jogadores que terminaram a última temporada em baixa, mas podem ajudar a equipe carioca na Série B, na opinião de quem os acompanhou de perto nos últimos anos.
Há muitas perguntas sobre a dupla. Luiz Henrique se sai melhor como volante ou meia? Quais são as características de Quintero? Por que a dupla não vinha sendo aproveitada por Vojvoda? Conversamos com o comentarista Daniel Rocha, da TV Verdes Mares, e com Thaís Jorge, setorista do Fortaleza pelo ge, para entender o que levou o clube cearense a abrir mão dos dois e como eles podem ajudar o Vasco.
Luiz Henrique: técnico e com visão de jogo, mas irregular
Destaque nas categorias de base do Flamengo, Luiz Henrique foi capitão de uma geração multicampeã na Gávea, que faturou tudo no sub-20. Sem espaço no estrelado elenco profissional rubro-negro, foi em 2020 para o Fortaleza, onde teve momentos de protagonismo no início.
- O Luiz Henrique é um garoto que chegou no início de 2020. E no momento mais crítico da temporada, quando o Fortaleza brigava contra o rebaixamento, ele foi o camisa 10, o cara central da organização do time do Enderson Moreira. Ele deu assistências, passou a ser protagonista no setor de criação, como um verdadeiro camisa 10 - destacou Daniel Rocha, comentarista da TV Verdes Mares.
Daniel acredita que Luiz Henrique possa recuperar o bom futebol e provavelmente brigará por uma vaga na equipe de Zé Ricardo ao longo da temporada, uma vez que pode exercer mais de uma função. Luiz é meia, mas pode ser utilizado como segundo volante.
- Ele começou jogando como segundo volante, no desarme e dando início às transições ofensivas do Fortaleza. Então pode jogar nas duas funções no time do Vasco. Acredito, especialmente em uma competição do nível técnico da Série B, que ele vai ter espaço no meio de campo do Zé Ricardo e vai ser bastante utilizado e até ser titular. Ele tem muita qualidade técnica, bom passe e visão de jogo, além da qualidade de desarme, por já ter jogado como volante com qualidade na saída de jogo - analisou Daniel Rocha.
Thais Jorge, que acompanhou o dia a dia de Luiz Henrique no Fortaleza, destacou que a irregularidade do atleta foi o que o fez perder espaço no clube, uma vez que ele alternou bons jogos com atuações apagadas.
- Luiz Henrique oscila muito. Não conseguiu conquistar a titularidade, mas foi importante com duas assistências para David, contra Coritiba e Vasco, em 2020. O melhor momento foi com Enderson Moreira, que depois o levou para Botafogo - recordou Thaís.
No ano passado, Luiz Henrique foi indicado ao Botafogo por Enderson Moreira, com quem se destacou no Fortaleza. No time carioca, no entanto, chegou com a Série B em andamento e pouco jogou na campanha do título - fez 11 jogos, começando apenas um como titular. Volta agora ao Rio de Janeiro em busca de uma nova chance.
Juan Quintero: liderança e raça, mas cabeça quente
No futebol brasileiro há três temporadas, Quintero se destacou no Fortaleza em 2019, quando fez 56 jogos. Ao todo, entrou em campo 96 vezes pelo clube cearense, sendo o colombiano que mais atuou com a camisa do Tricolor do Pici. Perdeu espaço e em 2021 foi emprestado ao Juventude.
Daniel Rocha aponta um episódio como crucial para que Quintero saísse de vez dos planos de Vojvoda. O zagueiro foi expulso no início do segundo tempo em jogo contra a Chapecoense, em junho do ano passado, após jogada imatura, o que acabou irritando o treinador. Foi sua última partida com a camisa do Fortaleza. Na opinião do comentarista, apesar dos cartões desnecessários, é um atleta que pode ajudar dentro e fora de campo.
- Um zagueiro com aquela pitada de xerifão. Ele tem aquela cara que amedronta, de quem não leva desaforo para casa. Até por isso algumas vezes acaba passando do ponto. Tem perfil de liderança. Era o capitão do Fortaleza. Mas com o Vojvoda acabou perdendo espaço no esquema com três zagueiros, não agradou muito ao técnico argentino. Por não jogar com o técnico, era melhor para o Fortaleza não manter um jogador jovem com passagem pela seleção colombiana. Acredito que no Vasco ele tem perfil para ser titular - avaliou Daniel.
A setorista Thais Jorge também destaca a raça de Quintero como um dos pontos fortes do zagueiro, mas chama atenção para a questão disciplinar.
- Quintero fez um bom ano em 2019, ganhando a confiança da torcida do Fortaleza. É aquele zagueiro mais firme nas jogadas e conseguiu render bem. No entanto, em 2020, acabou perdendo espaço, fazendo 27 jogos. É um atleta que pode agregar para uma Série B de Brasileiro. Muito raçudo. Às vezes peca na quantidade de punições, o que acaba prejudicando - pontuou a jornalista.
Em 2021, o estrangeiro fez 13 jogos pelo Fortaleza e 11 com a camisa do Juventude. Na última terça-feira, Quintero treinou pela primeira vez com o elenco do Vasco no CT Moacyr Barbosa.
Ainda sem a dupla, o Vasco enfrenta o Bangu na próxima quinta-feira, em São Januário, às 20h30, pela sétima rodada do Campeonato Carioca. O time de Zé Ricardo é o quarto colocado com 13 pontos, mesma pontuação de Botafogo e Flamengo, que estão acima na tabela pelo critério de saldo de gols.
Fonte: ge