Enquanto se prepara para encaminhar o projeto da SAF para aprovação do Conselho Deliberativo, o Vasco vê a possibilidade de dar andamento à reforma e ampliação de São Januário à medida que o processo avance. O assunto, pelo menos, é pauta nos debates sobre o clube-empresa.
O clube não condiciona a obra à implementação da SAF, mas acredita que a reforma do estádio ganhe mais importância com uma eventual transformação em empresa. Pedro Seixas, vice-presidente de Projetos Especiais do Vasco, acompanha de perto as conversas sobre o processo.
- É um projeto estratégico para o clube, assim como é a conclusão das obras do CT. Investimento em infraestrutura, nos equipamentos, nas sedes, é estratégico e passa por toda conversa que envolve uma eventual parceria dentro do contexto da SAF. Não precisamos colocar como condição, vai interessar ao sócio fazer investimento em ativos que ajudarão a gerar mais receitas. Isso é parte importante na estruturação do plano da eventual SAF - disse Pedro ao ge.
Apesar de fazer parte das conversas sobre a SAF, a diretoria indicou, em ofício entregue aos Conselhos Deliberativo e de Beneméritos no fim de janeiro, que a intenção é manter São Januário como ativo do clube. Se mudar de ideia e decidir pela transferência do estádio para a empresa, a pauta precisa ser aprovada pelos conselheiros e sócios.
No momento, o debate é sobre uma SAF 100% do Vasco, mas o clube entende que vender mais de 50% das ações e deixar de ter o controle sobre o futebol é a forma mais factível de conseguir dinheiro imediato para investimento na pasta, além do equacionamento da dívida.
Em caso de proposta de investidores, Vasco precisa levar para votação em Assembleia Geral de Sócios. Na hipótese de venda do clube, a ideia é cobrar um valor referente ao aluguel do uso de São Januário, como informou o ge. Outra possibilidade paralela à transferência do ativo seria, por exemplo, negociar uma cessão do estádio por "X" anos que viabilizasse o investimento.
A partir do momento que o Vasco receber propostas pela SAF, Pedro Seixas acredita que a reforma de São Januário será colocada na pauta entre os itens prioritários do clube.
Obras não avançam
Sem investidores para tocar a reforma e ampliação de São Januário, o Vasco ainda depende de conversas com a Prefeitura do Rio para viabilizar não a aprovação da obra, mas questões relacionadas ao licenciamento. Sem a SAF, uma das possibilidades é fazer a reforma por etapas, como adiantou o ge no começo deste ano. Neste caso, ela começaria pela Social.
- Hoje o Vasco não tem capacidade de realizar com recursos próprios. A partir do momento que se abre a possibilidade de entrada de novos recursos através da SAF, você contribui para viabilizar esses investimentos e melhorias - afirmou Pedro.
Em março de 2021, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou projeto de lei que reconhece São Januário "como de interesse histórico, cultural, desportivo e social para o Município". Esta é mais uma aposta do clube para beneficiar o andamento das obras, e é uma das linhas do debate com a Prefeitura.
A obra tem orçamento estimado em R$ 275 milhões, começou a ser planejada na gestão de Alexandre Campello e continuou sendo tratada como prioritária por Jorge Salgado, atual presidente. Pelo cronograma, o prazo de construção é de 18 meses, mas são necessários seis meses de desenvolvimento e aprovação do licenciamento do projeto. A WTorre deixou de atuar na captação de recursos, mas tem a prioridade em operar o novo estádio.
Além do estádio, as obras do CT Moacyr Barbosa, na Cidade de Deus, também dependem de verba. Existe também a intenção de não executar todo o projeto de uma vez, mas em etapas, sendo um dos planos na mesa entregar mais dois campos e a conclusão das obras de infraestrutura num período de 12 meses a depender da viabilização dos recursos.
Gramado recebe melhorias
Os três primeiros jogos do Vasco em São Januário no ano renderam elogios ao gramado do estádio, que passou por reforma em 2021, como as melhorias no sistema de irrigação.
- O gramado é um ponto positivo, uma surpresa agradável. Tanto no ano passado quanto na minha primeira passagem aqui a gente tinha muitos problemas com o gramado de São Januário, até compreensível porque treinávamos ali. Jogadores elogiaram bastante, pra torcida fica muito agradável também ver a bola rolando. Tomara que continuemos elogiando o gramado no resto da temporada. Futebol de qualidade também se faz com um grande gramado - destacou o técnico Zé Ricardo.
No processo de reforma, foram feitos o rebaixamento de corte para rebrotamento, a descompatação, que melhora o desenvolvimento das raízes, o top dressing, para melhorar o nivelamento, a adubação, para repor os nutrientes e manter a grama saudável, e a pulverização, para irrigar o gramado.
Na última quarta-feira, na vitória sobre a Portuguesa, o gramado teve o primeiro grande teste da temporada, e o sistema de irrigação funcionou bem com a chuva que caiu praticamente durante os 90 minutos. Nas últimas semanas, os campos do CT do Vasco também passaram por tratamento.
Na próxima quinta-feira, São Januário recebe Vasco x Bangu, a partir de 20h30, pela sétima rodada do Campeonato Carioca. O time de Zé Ricardo é o quarto colocado com 13 pontos, mesma pontuação de Botafogo e Flamengo, que estão acima na tabela pelo critério de saldo de gols.
Fonte: ge