As articulações no Vasco avançam de olho em uma futura votação para a criação da sociedade anônima de futebol. A diretoria já deixou claro que o desejo é transferir os ativos para essa empresa e posteriormente vender a maior parte de suas ações para investidores externos, seguindo o caminho de Botafogo e Cruzeiro. E os diversos atores políticos de São Januário já se preparam para a pauta.

Para ser criada, a SAF do Vasco precisará, primeiramente, ser aprovada em sessão do Conselho Deliberativo. A tendência é que ela ocorra até março, assim que a diretoria encerrar os estudos sobre como deseja estruturar a sociedade anônima.

O Conselho Deliberativo é formado 300 conselheiros. Cento e cinquenta deles foram eleitos no mesmo processo que levou Jorge Salgado ao poder: 120 da chapa vencedora, de Salgado, 30 da chapa que ficou em segundo lugar, de Julio Brant.

A tendência é que ao menos a base aliada da diretoria vote a favor da criação da SAF, ainda que Salgado esteja politicamente enfraquecido com os maus resultados no primeiro ano de gestão.

Os outros 150 membros do Conselho Deliberativo são beneméritos e grandes beneméritos. Em dezembro, 61 deles fizeram críticas à forma como a diretoria do Vasco estava tocando a pauta.

Manifestações contrárias

A diretoria reagiu com a criação de grupos internos para a discussão da SAF, incluindo a oposição. Recentemente, Itamar Ribeiro, ex-presidente da Assembleia Geral, e Roberto Monteiro, ex-presidente do Conselho Deliberativo, se manifestaram contrários à conversão para SAF.

Há a promessa de divergências quanto à quantidade de votos necessários para a aprovação no Conselho Deliberativo: uns defendem que a maioria simples é o suficiente (metade mais um dos presentes na sessão), outros que será preciso maioria qualificada de votos (151 votos).

Fonte: O Globo