Justiça rejeita agravo do Vasco e mantém Roberto Monteiro e Edmilson Valentim no quadro social
A 3ª Câmera Cível, do TJ/RJ, não aceitou o agravo do Vasco e manteve Roberto Monteiro e Edmilson Valentim, respectivamente presidentes dos conselhos Deliberativo e Fiscal no mandato de Alexandre Campello, no quadro social do clube, até que o mérito da exclusão seja julgado. Eles foram expulsos, em março do ano passado, por supostamente terem descumprido o estatuto na elaboração da lista de sócios aptos a voto na última eleição.
A defesa havia conseguido uma liminar em 1ª instância que reintegrou a dupla ao quadro social, em outubro do ano passado. No entanto, o Vasco recorreu solicitando a exclusão imediata de Monteiro e Valentim. A Justiça julgou o agravo nesta quarta-feira e, por 3 votos a 0, determinou que eles sigam como sócios do Vasco.
Na decisão, a desembargadora Renata Machado Cotta citou "intensa animosidade política existente no âmbito interno" do Vasco e ressaltou que "a prática de penalidades severas como a de eliminação deve ser analisada com parcimônia pelo Poder Judiciário".
- Essa é terceira decisão. A primeira do juiz da causa. A segunda da desembargadora relatora e agora da Câmara, por unanimidade. , Todas reconhecem a existência de perseguição política e outras ilegalidade apontadas na inicial. É lamentável que o clube leve essa marca indelével de atentar contra preceitos fundamentais da democracia por conta de interesses políticos-pessoais daqueles que querem tratorar para vender o Vasco - disse Leonardo Rodrigues, advogado de Roberto Monteiro e membro do grupo Fuzarca.
Entenda o caso
Em 23 de fevereiro de 2021, seis associados solicitaram abertura de investigação contra os ex-presidentes de poder do Vasco. O objetivo era apurar se houve descumprimento do estatuto por parte deles na elaboração da lista de sócios aptos a voto na última eleição.
Uma Comissão de Inquérito foi instalada em 4 de março por decisão de Carlos Fonseca, presidente do Conselho Deliberativo. O relatório da apuração foi apresentado em 3 de maio.
O relator da Comissão de Inquérito, Marcelo Simon da Silva, concluiu que havia indícios para aceitar a denúncia contra Monteiro, Valentim e Godoi no caso da exclusão dos sócios anistiados da lista. O relator defendeu ainda o arquivamento da denúncia contra Monteiro, Valentim, Godoi e Alexandre Campello (então presidente da Diretoria Administrativa) no caso da inclusão de associados não recadastrados na lista.
As duas votações na comissão tiveram aprovação das posições do relator por maioria de votos. Nos dois casos, dos nove integrantes da comissão, dois votaram contrariamente.
A votação desta sexta no Conselho Deliberativo versou sobre a atuação da Junta Eleitoral. Em julho do ano passado, ela aprovou a inclusão de sócios de três categorias (benfeitor remido, remido e campeão) na lista. Eles estavam inativos pois não atenderam ao recadastramento de 2018. Campello, Monteiro, Godoi e Valentim foram favoráveis à mudança. Na mesma reunião, a Junta Eleitoral aprovou a exclusão da lista dos associados da categoria geral que haviam sido anistiados em 2018. Monteiro, Godoi e Valentim votaram a favor. Neste caso, Campello foi contra. Faues Cherene Jassus, o Mussa, então presidente da Assembleia Geral, foi contra as duas modificações.
Fonte: ge