Diretor da XP diz que investidor só terá interesse em SAF se tiver o controle
Quarta-feira, 15/12/2021 - 03:46
Sócio e head da corretora XP Investimentos, que vem coordenando a venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Cruzeiro, Pedro Mesquita afirmou que a empresa deixará o processo caso o clube não aprove uma venda majoritária da empresa. Em seu perfil no Twitter, Mesquita afirmou que não há pressão, mas que o os investidores não têm interesse em fatias menores da SAF.
"Eu gostaria de esclarecer um ponto. Nos últimos meses tivemos interações com inúmeros investidores. Posso afirmar que, todo investidor sério e de credibilidade, só vai investidor no futebol brasileiro se tiver o controle da SAF e de preferência com percentuais altos", explicou, durante a manhã, antes de se referir diretamente ao clube mineiro.
"Caso o Cruzeiro não aprove a venda do seu controle na próxima sexta, nós da XP deixaremos o comando do processo, pois será inviável realizar um transação que seja interessante para o futuro do clube", explicou o investidor do mercado financeiro. Segundo Mesquita, mesmo com a aprovação, o processo promete não ser fácil ou simples. "Ainda teremos muito trabalho pela frente", escreveu.
Horas mais tarde, após questionamentos de torcedores celestes, o empresário esclareceu a questão. Segundo ele, as postagens não tiveram a intenção de pressionar o clube, mas os investidores querem fatias maiores no processo:
"Apenas para esclarecer, não existe pressão do nosso lado. Não há interesse dos investidores pela fatia minoritária. Não teríamos o que fazer, apenas".
Entenda
Nesta sexta-feira, o Cruzeiro tentará aprovar uma mudança no estatuto que permitiria a venda de porcentagem acima dos 49%, atual limite. Hoje, os outros 51% têm que ser destinados, obrigatoriamente, à associação, uma condição que limita o controle e o poder de decisão de futuros investidores.
A assembleia geral terá a presença do presidente Sérgio Santos Rodrigues e de representantes da XP. Na convocação, o clube propõe que os sócios mantenham pelo menos 10% da SAF, com o clube seguindo como acionista, independente das empresas que assumirem a exploração do futebol.
Fonte: O Globo Online