A distância entre Brasil e Austrália deixa o Vasco longe do torcedor Gabriel Cavera, natural do Rio de Janeiro e radicado na cidade de Gold Coast, em Queensland. Entretanto, os mais de 15 mil quilômetros que separam os dois países se estreitam quando o intuito é participar ativamente do clube. É por isso que o carioca decidiu associar o cachorro ao Plano Animal, criado em junho deste ano e voltado a bichos de estimação. E não parou por aí: adicionou um canguru que vive em um parque perto de sua casa.
- Sou sócio-torcedor e sócio-estatutário. Estamos sempre querendo ajudar, temos isso na nossa história. Quando lançaram o plano para pets, na mesma hora, coloquei o meu cachorro, conhecido como Pitbull da Colina. A força do clube está no vascaíno. O Vasco é uma torcida que tem um clube, não é um clube que tem uma torcida. Eu nunca deixei de acompanhar mesmo estando em uma diferença de 13h. A gente não consegue ficar longe, é uma paixão gigante - afirma Gabriel, em entrevista ao ge.
A ideia de colocar mais um animal foi a forma que Gabriel Cavera encontrou de colaborar um pouco mais. O plano, que conta até com carteirinha, vem com um certificado inscrito com o nome do bichano. O carioca, então, usou a criatividade para batizar o canguru como Dener Jardel, uma mescla de dois ex-atacantes do Gigante da Colina.
- Aqui em volta de casa tem um canguru safado, que vai pra lá, vem pra cá... Eu estava numa febre de ajudar o Vasco. Olhei o canguru e falei: "Vai virar sócio do Vasco (risos)". Eu precisava dar um nome. E aquele canguru era rápido e arisco como o Dener, e pulava alto para caramba, como o Jardel. Então, o nome foi Dener Jardel. Os vizinhos me acham maluco. E tem um coala que sempre que eu passo fica me olhando. Daqui a pouco meto o coala de sócio também (risos). Não tem jeito, é tudo pelo Vasco. Vasco é muito mais que futebol, é uma relação muito forte, venho de uma família vascaína, então vou levá-lo até o resto da minha vida - comentou.
Bem mais próximo de São Januário, no bairro da Tijuca, vive Roberto Dinamite. O coelho, xará do eterno ídolo cruz-maltino, mora em uma casa de dois andares, decorada com adesivos do Vasco, aos cuidados de Marcelle Jacob. A torcedora - que adotou o pet - associou o "filho" por tratá-lo como parte da família.
- Sou muito fã do Roberto Dinamite por conta do meu avô, minha grande referência quando falo de Vasco. Minha irmã não quis Dinamite, mas gostou de Roberto Dinamite. Ela chama de Robertinho, eu chamo de Dinamite (risos). Sou sócia do Vasco há um tempo, e a ideia de colocá-lo como sócio era dar suporte para o clube, que estava precisando do torcedor naquele momento. Também há benefícios, ele ganhou uma gravatinha, tem a carteirinha, é simbólico, mas é uma forma de inseri-lo, como filho, na realidade que eu vivo, de sócia do clube.
Os atacantes são os nomes mais escolhidos pelos donos de pets. Contudo, quem faz sucesso em Ramos, na Zona Norte do Rio, é um "cachorro-cachorro". Trata-se de Odvan, um carismático vira-lata adotado pelo vascaíno Walter Pinto, em 2017. Cansado de ouvir nomes como Romário e Edmundo, o tutor do animal buscou um ídolo menos badalado para denominar o mascote da casa.
- Todo mundo tem pet com nome de jogador famoso, eu queria um nome que ninguém tinha, diferente e marcante. Até hoje não encontrei outro Odvan. Aqui na rua todo mundo o conhece. Quando a gente sai, as pessoas comentam: "Olha o Odvan". O Odvan é calmo, educado, mas em dia de jogo fica agitado, porque fico nervoso também. Apesar da dificuldade (financeira), a gente quis ajudar o clube. Foi uma ideia muito boa esse plano de torcedor para eles, toda família que gosta de cachorro sente o bicho mais incluído. Foi uma ideia muito boa mesmo.
Criado em junho deste ano, o Plano Animal custa R$ 5,98 por mês. A iniciativa, segundo o departamento de marketing do Vasco, "surgiu como uma forma lúdica para que os donos de pets possam compartilhar com seus melhores amigos o amor pelo Vasco. O clube planeja continuar ativando e comunicando o plano, que destinará semestralmente (os planos são disponibilizados na forma semestral ou anual) parte da receita obtida a ONGs de proteção animal".
Fonte: ge