Confira outros tópicos da entrevista coletiva de Alexandre Pássaro após Vasco 0 x 4 Botafogo
Domingo, 07/11/2021 - 20:05
Depois da goleada sofrida para o Botafogo, ainda de cabeça quente, Alexandre Pássaro abriu a coletiva do técnico Fernando Diniz com um pronunciamento. Ele definiu o resultado de 4 a 0 como "completamente inaceitável" e prometeu que vai levar o Vasco de volta à elite "num futuro muito breve".
- É um dia muito triste para a gente que trabalha incessantemente nesse projeto, mas é um dia de uma frustração gigantesca, do tamanho da frustração da torcida. A gente praticamente não conseguiu nosso objetivo, mas não foi em nenhum momento por falta de dedicação, por falta de trabalho, de amor. É natural que a gente esteja aqui falando, como sempre foi ao longo desse ano inteiro. Hoje foi um jogo atípico, mas da mesma forma que foi atípico é completamente frustrante, completamente inaceitável, para nunca mais acontecer - disse o diretor de futebol do Vasco.
"Estou aqui para dizer para a torcida do Vasco, que hoje está muito chateada e não quer ouvir praticamente nada, que, embora esportivamente a gente não tenha conquistado o objetivo, a gestão comandada pelo Jorge Salgado vai, num futuro muito breve, tirar o Vasco de onde está, onde foi entregue ao Jorge Salgado", acrescentou.
Com contrato com o Vasco até o fim do ano que vem, Pássaro respondeu sobre seu trabalho. Ele avalia as decisões como corretas, embora o sonho do acesso na atual temporada esteja praticamente encerrado.
- Acho que todo mundo tem o direito de achar qualquer coisa, de fato a gente confia nos nossos atletas, confia no que a gente fez, mas infelizmente não deu certo. É uma frustração enorme, uma frustração gigante, uma decepção do tamanho do mundo. Hoje é um dia muito triste por não termos conquistado nossos objetivos, mas isso é uma coisa que tem várias formas de ver. O time do Vasco já foi o melhor time da Série B e deixou de ser uma três ou quatro vezes ao longo do campeonato. Em nenhum momento eu ou o departamento que eu comando pensou na individualidade das pessoas, a gente sempre pensou no Vasco. Tem uma estrada pavimentada para o futuro - disse ele.
"Eu não tenho problema nenhum, tenho contrato até o final do ano que vem, quando cheguei aqui o time ainda estava na Série A, mas sabendo do risco. Eu não quero ser parte do problema. Se tudo isso que o Vasco vê hoje, a situação em que chegou, se a solução estiver na minha saída, eu sou o primeiro a renunciar para que o Vasco suba, para que o Vasco esteja onde merece estar", completou.
Veja outros pontos da coletiva de Alexandre Pássaro:
Participação de Jorge Salgado
- O presidente Jorge Salgado estava comigo na linha até pouco tempo atrás e sempre esteve presente a todo momento. Esteve presente no almoço hoje no hotel, na preleção, no ônibus, no vestiário pré e pós-jogo, a todo momento. O Jorge Salgado pode não parecer ou talvez seja um desejo que não seja presente, mas ele é muito presente aqui.
Profissionalismo do Vasco
- Eu acho que a gente precisa se apegar ao passado. O futebol, principalmente o brasileiro, é um ciclo onde as coisas só mudam de lugar, daqui a pouco elas voltam para o mesmo lugar. Se pegar janeiro, fevereiro, o que se falava era da necessidade de profissionalização do clube. Agora em novembro, se volta ao assunto... Quer dizer que, nas outras vezes que o Vasco caiu, as pessoas que comandavam não eram vascaínas? Não conheciam o Vasco de cabo a rabo? O profissionalismo, a cultura, o bater de frente com as coisas que aconteciam e ainda acontecem, leva muito desgaste, precisa de muita coragem, de muita convicção, de certeza. Infelizmente, e eu sei disso, o mais importante é o resultado. Que ótimo quando as coisas acontecem juntas e ao mesmo momento. As únicas coisas que a gente consegue controlar é o que você faz para o bem do clube, quantas coisas você aporta ao clube e quantas você tira do clube. Isso dá para controlar. Hoje a gente teve um jogador expulso aos 25, no outro jogo perdemos um pênalti. Isso a gente não consegue controlar.
Montagem do elenco
- Houve muitos erros, assim como acertos também. Isso é uma coisa clara e que, naturalmente quando se analisa a montagem do elenco, tem que falar nomes. Mas aqui eu não vou expor absolutamente ninguém. Eu não sei ser diferente, é o que eu acredito. O trabalho que eu fiz aqui esse ano é o mesmo de um ano atrás quando o São Paulo, onde eu estava, liderava o campeonato com 10 pontos à frente e estava na semifinal da Copa do Brasil. É o mesmo trabalho que liderou o Brasileiro em 2018. Esse trabalho é o que eu sei fazer, é o que me trouxe até aqui. Caso eu entenda, daqui até o dia 31 de dezembro, que essa minha forma de trabalhar é uma parte do problema do Vasco e não da solução, o problema está solucionado. Eu sei errar e aprender. Hoje com esse fracasso do Vasco de não conseguir subir para a Primeira Divisão, eu sou um profissional muito melhor do que era um ano atrás. Tenho a tranquilidade e a certeza de que a gente vai andar para a frente.
Contrato com o Vasco
- A única coisa que eu não abro mão é de estar ao lado daqueles que estiveram do meu. Se o clube em algum momento decidir antecipar (o fim do contrato), é um direito total do clube. Mas até 31 de dezembro, aqui estarei tentando fazer o melhor para o Vasco. O direcionamento do projeto para o ano que vem tem que ser rápida, o quanto antes. Aqui eu serei um instrumento das decisões que se tomem. Tudo isso é para que não haja qualquer entendimento errado, eu estou preso ao bem do Vasco. A gente vai cuidar do bem do Vasco.
Renovação de Germán Cano
- O empresário do Germán Cano chegou ao Brasil no dia 5, na sexta-feira. E fica, se não me engano, até o dia 16. Eu já estava combinado de me encontrar com ele para falar do ano que vem e assim farei, porque acho que é uma coisa importante para o Vasco. Levarei esse assunto ao presidente. Gostaria eu de sempre trabalhar com jogadores como Germán Cano.
Frustração da torcida
- Um monte de fatores se combina para que a situação esteja assim (clubes grandes na Série B), mas não quero ficar aqui falando dos fatos. Não tem absolutamente nenhuma desculpa para esse fracasso esportivo que a gente apresentou. Não estou aqui para dar desculpas, estou aqui para lamentar o que aconteceu. O que o torcedor pode esperar é trabalho, é o que a gente tem feito desde o início. O que o Nenê disse na entrevista na saída de campo ele também disse para todos nós no vestiário, é um sentimento compartilhado. Apagar a frustração é uma coisa que não vai acontecer, é uma ferida muito grande, mas temos que transformar isso numa necessidade, numa obrigação de representar bem a camisa do Vasco. A maior coisa que eu aprendi aqui é o tamanho do Vasco. De longe, as pessoas também não tenham a percepção do tamanho que tem o Vasco, do engajamento da torcida, da história. Isso é uma coisa que ninguém tira e ninguém vai tirar do Vasco. Tenho certeza que o Jorge Salgado vai dar o que a torcida merece. Tudo que a gente faz aqui é pela torcida, e a torcida está machucada. O que eu estou vendo aqui é que, quando isso passar, vai ser de forma definitiva.
Fonte: ge