A segunda maior aposta do Vasco para dias melhores é o novo patrocinador master do clube, Pixbet, que estreia na camisa do time na partida contra o Náutico, hoje, às 16h, pela Série B. Isso porque não existe injeção de dinheiro no horizonte vascaíno a curto prazo maior do que o retorno à primeira divisão e a receita de TV proveniente disso.
Uma vitória nos Aflitos deixará o time a três pontos do G4, faltando sete rodadas para o fim da competição. Terminá-la entre os quatro primeiros abre a perspectiva de aumento de receita na casa de, no mínimo, R$ 60 milhões, valor estimado pelo clube como o que deixou de ser arrecadado depois do rebaixamento em 2020.
O montante é mais de seis vezes maior do que aquele que o site de apostas deve pagar ao cruz-maltino pelo contrato até dezembro de 2022 — R$ 9 milhões.
O acerto com o Pixbet foi comemorado em São Januário não apenas por representar aumento nas receitas, mas também sinal de valorização da marca, mesmo com o time na Série B. O montante é superior ao conseguido na última negociação de patrocínio master concretizada, em 2019, quando estava na elite do Brasileiro. Na ocasião, fechou contrato de cinco anos com o BMG. Ano passado, ele rendeu R$ 5,2 milhões ao clube, de acordo com o último balanço.
Essa é a segunda grande onda recente no mercado de patrocínios no Brasil que o Vasco consegue surfar. Antes dos sites de aposta tomarem conta dos uniformes das equipes brasileiras — levantamento de O GLOBO de julho mostrou que 85% dos times da Série A já eram patrocinados por empresas desse mesmo ramo —, o clube de São Januário aproveitou bem o período em que a Caixa Econômica Federal investiu nos clubes. Em 2017, o banco chegou a estampar a marca em 26 times diferentes das Séries A e B.
O valor a ser pago pela Pixbet até dezembro do ano que vem se aproxima do recebido pelo Vasco em 2015, proveniente da estatal: cerca de R$ 10,4 milhões.
Dupla afiada
O retorno à Série A, além de significar um aumento expressivo nas receitas de TV, também poderá aumentar o poder de barganha da diretoria na hora de negociar novos contratos, seja com novos ou com antigos parceiros. Ainda existem quatro espaços vagos no uniforme que o clube deseja preencher com patrocínios o quanto antes.
Para isso, o acesso é fundamental. Na partida contra o Náutico, as fichas estão depositadas novamente na dupla Nenê e Cano. Os dois são os principais responsáveis pelos gols da equipe desde a estreia do técnico Fernando Diniz, contra o CRB, em setembro. Seis dos nove gols no período foram deles. Ontem, os jogadores embarcaram para Recife mais uma vez com festa da torcida.
Do outro lado, enfrentarão o Timbu, embalado graças às três vitórias seguidas e ainda esperançoso de voltar para a elite, onde esteve pela última vez em 2013.
Além da dupla ofensiva, Fernando Diniz deve manter a base da equipe que venceu o Coritiba na rodada passada. Lucão deve continuar como titular no gol, na vaga que era de Vanderlei. Na lateral direita, Léo Matos e Zeca disputam posição. No meio, Marquinhos Gabriel joga e prega respeito ao adversário, que chegou a liderar a Série B com folgas, ainda nas primeiras rodadas. No primeiro turno, empataram em 1 a 1.
— O Náutico é uma equipe que marca muito. No primeiro turno, dificultou nossas ações. Temos trabalhado muito para chegarmos prontos para uma grande decisão — afirmou o meia.
Fonte: O Globo Online