Empate com o Náutico no turno causou demissão de Marcelo Cabo; Vasco vive situação bem melhor no returno
Depois de comemorar a vitória por 2 a 1 sobre o líder Coritiba, o Vasco volta suas atenções para o Náutico, adversário do empate que provocou a primeira troca de treinador do clube na temporada. A queda de Marcelo Cabo se deu um dia depois do 1 a 1 com os pernambucanos, ponto conquistado a duras penas, nos acréscimos. Mais do que o resultado negativo, a sequência de atuações ruins foi decisiva para a saída de Cabo.
Hoje, a seis dias do reencontro com o Alvirrubro, o panorama é diferente sob orientação de Fernando Diniz. Os vascaínos jogam bola, vêm de vitórias convincentes - com uma derrota inesperada no meio do caminho - e estão em melhor condição na tabela.
Vasco pressionado antes do duelo do primeiro turno
Depois de ganhar a confiança da torcida no início do Carioca com um time organizado e pela vitória por 3 a 1 sobre o Flamengo, que interrompeu jejum de cinco anos no clássico, o Vasco iniciou a Série B muito mal. Logo de cara, sofreu duas derrotas acachapantes em São Januário para Operário e Avaí, ambas por 2 a 0. Além disso, todos os cinco triunfos que precederam a partida contra o Náutico foram conquistados com sufoco. Até mesmo os 3 a 0 sobre o CRB, placar construído na reta final do duelo, não foram tranquilos.
Com exceção à vitória sobre os alagoanos anteriormente citada, as outras quatro vieram com saldo mínimo. Diante de Brasil e Brusque, ambos derrotados por 2 a 1, o Vasco venceu com gols no fim do segundo tempo. Já contra Confiança e Sampaio Corrêa, o time fez 1 a 0 no início dos duelos, porém teve enorme dificuldade para matar o jogo.
Outra característica que marcava o Vasco, oitavo colocado e a dois pontos do G-4 às vésperas do confronto com o Náutico, era a intranquilidade do time. Bruno Gomes, uma das joias vascaínas, foi expulso consecutivamente no primeiro tempo das derrotas para Cruzeiro (2 a 1) e Goiás (1 a 0). Diante dos goianos, aliás, o jogo terminou com muita confusão, e MT e Juninho passaram do ponto no descontrole.
A demissão de Marcelo Cabo veio num momento em que o Vasco não tinha identidade, como destacou a análise do ge após o empate com o Náutico. Depois de o treinador conseguir solidez com jogo propositivo e domínio da posse de bola, a ausência de vitórias no início da Série B o fez apostar no jogo reativo. Até conseguiu resultados, porém o time não rendia. Assim foi no 1 a 1 com o Alvirrubro. Pouco futebol e um gol marcado aos 46 minutos da etapa final, com Morato.
Àquela altura, o Vasco era oitavo colocado com 18 pontos (cinco vitórias, três empates e quatro derrotas), três a menos do que o Avaí, quarto colocado.
Com bom futebol, Vasco ganha ânimo e confiança da torcida
Depois de Cabo, o Vasco se afundou com Lisca. Começou bem, mas logo voltaram os maus resultados, e a relação entre o treinador e o elenco ruiu. Fernando Diniz foi o bombeiro da vez, porém, a escolha se mostrou certeira. Depois de muito tempo sem jogar bola, o time voltou a ser dominante e perigoso.
Inclusive na derrota para o Sampaio Corrêa, na qual time e treinador erraram bastante, o Vasco sempre foi melhor do que seus adversários com Diniz. Poderia estar em melhor situação caso não tivesse sofrido empates contra CRB e Cruzeiro nos acréscimos.
Embora não tenha goleado nenhum de seus rivais com o treinador, o Vasco de Diniz é muito ofensivo e ataca em bloco. Empilha jogadores em um dos lados tanto para sufocar a saída de bola adversária quanto para trocar passes curtos e chegar mais facilmente à área.
Outro fator positivo é o equilíbrio defensivo. Foram apenas cinco gols sofridos em sete jogos. E, apesar da segurança demonstrada, Diniz não é treinador de armar ferrolhos com jogadores caracterizados por forte poder de marcação. Tem optado por um time leve, com Marquinhos Gabriel recuado. A compactação, porém, tem sido a chave do sucesso.
Se o trabalho de Diniz fez o coletivo do Vasco sobressair, uma peça merece destaque individual. Nenê foi um divisor de águas. Liderança, identificação, três gols e duas assistências foram fundamentais para o crescimento vascaíno.
Fonte: ge