Trâmite judicial vem atrasando quitação dos salários do mês de julho dos funcionários do Vasco
Reunião do presidente Jorge Salgado com funcionários, decisão judicial que liberou recursos bloqueados, ameaça de greve e nada de o Vasco regularizar o salário atrasado - ou pelo menos parte dele. Na terça-feira, dia 21, o clube conseguiu a primeira vitória nos tribunais e, desde então, iniciou um caminho longo de mais para funcionários que convivem há anos com atrasos no pagamento e esperam a regularização da situação.
Na segunda-feira, dia 27, quase uma semana depois do começo do trâmite, o clube obteve a última autorização favorável para usar parte da verba penhorada na execução dos R$ 93,5 milhões em dívidas trabalhistas, algo posteriormente cancelado pela Justiça. Mesmo sem oficializar prazo, o Vasco espera quitar o mês de julho nos próximos dias.
O Vasco completou dois meses de salário atrasado a funcionários (CLT) e jogadores (CLT, mas alguns também recebem direitos de imagem). Trata-se da remuneração referente a julho e a agosto.
Mas qual o motivo da demora? A desembargadora Edith Maria Correa Tourinho, presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, ao atender a um pedido do Vasco, liberou o uso do dinheiro bloqueado na execução de R$ 93,5 milhões para pagar salários. Isso foi no dia 21. E foi tema da reunião de Salgado com os funcionários, que ocorreu no mesmo dia.
Porém, o juiz Fernando Reis de Abreu, gestor da Coordenadoria de Apoio à Execução (CAEX), o responsável pelos pedidos de penhora das receitas vascaínas, questionou a presidente do TRT-1 se todo o dinheiro bloqueado deveria ser devolvido, para onde ele deveria ser encaminhado e se deveria descontar 20% (percentual que o Vasco se comprometeu a destinar ao futuro plano de pagamento das dívidas trabalhistas).
No dia 23, a desembargadora Edith Maria Correa Tourinho respondeu: disse que todo o dinheiro deveria ser remetido para a 60ª Vara do Trabalho do Rio, onde corre o acordo do Vasco com o Ministério Público do Trabalho para pagamento de salários de funcionários. O valor é mantido em sigilo, mas trata-se de pelo menos R$ 2 milhões.
Ela determinou ainda que, a partir de outubro, o clube tem de depositar 20% da sua receita para o futuro plano de pagamento das dívidas trabalhistas.
Vencida esta etapa, o caso chegou à 60ª Vara do Trabalho do Rio. O juiz Robert de Assunção Aguiar, na segunda-feira, dia 27, concordou com os termos propostos pelo Vasco e autorizou o clube a fazer o pagamento do mês de julho, dentro do acordo. Isso deve ocorrer nos próximos dias.
O atraso salarial é tema que gera transtornos a funcionários do Vasco há bastante tempo. No dia 16, eles ensaiaram uma paralisação. Por ora, nenhum greve foi organizada.
Fonte: ge