Ao defender voto online no Fluminense, presidente tricolor fala em 'briga desleal, insana, política' no Vasco; veja vídeo
Sexta-feira, 17/09/2021 - 23:22
O presidente do Fluminense, Mario Bittencourt, atendeu a imprensa na manhã desta sexta-feira, via videoconferência, direto do CT Carlos Castilho. Logo na introdução, o mandatário reforçou que a entrevista, anunciada no começo da semana, não tinha relação com a eliminação da Copa do Brasil, mas para fazer um balanço do andamento da gestão e tirar dúvidas de torcedores e jornalistas sobre diversos assuntos.

E um dos temas que é comentado recorrentemente por torcedores e personagens da política do clube é a possibilidade da implementação do voto online para as eleições do clube. O dirigente fez questão de frisar que o assunto foi uma das bandeiras de sua campanha, mas não garante que será introduzido já no pleito de 2022. Ele afirma temer uma judicialização das eleições e cita o Vasco como um caso negativo do que ocorre quando as brigas nas eleições enveredam pelos tribunais.

- Nós dependemos de uma interpretação do Estatuto, não de uma alteração. (...) A gente não pode para 2022 é transformar as eleições do Fluminense no que acontece em outros clubes.. E eu falo nominalmente o Vasco, que vem em uma derrocada enorme porque vem de 10, 15 anos de em uma briga desleal, insana, política, que destruiu o clube. Judicialização, urna 7... O Fluminense não tem isso. O que não pode acontecer é as pessoas inventarem uma bandeira que é nossa. A bandeira do voto online é nossa, e que estamos trabalhando para organizar. No segundo mês de gestão contatamos empresas que podem implementar e que dizem que é possível sim implementar tecnicamente, desde que se tome cuidado com questões de fraude. Nós criamos uma comissão interna para que a gente possa entregar ao Conselho Deliberativo a análise para que não gere judicialização, como de que, por exemplo, eu estivesse me usando do voto online para me manter no cargo. Mudanças feitas na própria legislação correm risco de judicialização. E não queremos correr o risco de transformar a eleição do Fluminense em uma eleição sem lisura, com deslealdade.

Na conversa de cerca de 1h40min de duração, o dirigente também foi questionado sobre diversos outros assuntos, como o desempenho do futebol do clube nesta temporada, renovações, etc. e fez uma defesa de sua gestão que, segundo ele, visa preparar o clube para o futuro, mas buscando ser competitivo no presente para tentar conquistar títulos, mesmo com uma política de austeridade.

- Pegamos o clube com R$ 700 milhões em dívida. Estamos preparando o clube para o futuro. Queremos ganhar títulos? Claro. E cada dia mais somos mais competitivos. Chegamos em duas finais seguidas de estadual, daqui a pouco conseguimos vencer. Queremos repetir a Libertadores ano que vem, chegar longe na Copa do Brasil, disputar G-6 do Brasileiro. Isso é reconstrução, leva tempo. Eu sei que é difícil, que as pessoas são impacientes, mas nós que estamos aqui dentro precisamos manter o clube estável.

Com as quedas na Libertadores e na Copa do Brasil e o vice estadual, o Fluminense deverá fechar 2021 novamente sem títulos. O clube ganhou a Primeira Liga em 2016 e tem como última conquista anterior o Brasileiro de 2012, ainda na época da Unimed. O jejum tem incomodado a torcida. Próximo de chegar ao fim de sua segunda temporada completa à frente do Fluminense (assumiu antecipadamente em junho de 2019), Mário lembra que o clube já enfrentou períodos muito mais difíceis.

- Os mais jovens que pegaram aquele momento de três, quatro anos (de títulos), vale lembrar que o Fluminense já teve momentos no passado muito mais dolorosos que esse que estamos vivendo. Ficou de 1984 a 2007 sem ganhar um campeonato nacional. Nos anos 1990 foi ao fundo do poço, à Série C. Ficou de 1985 a 1995 sem ganhar um estadual. E mesmo de 1995 a 2005, também teve momento de enorme dificuldade, brigamos contra o rebaixamento por diversas vezes, mesmo com grande investimento. Em 2008 quase caímos porque estávamos focados na Libertadores. Em 2009 também, mesmo com um time com Conca, Mariano, Fred, Maicon, Alan... Por que falo isso tudo? Porque é a história da instituição, é cíclica, passa por bons e maus momentos.




Fonte: ge (texto), Youtube oficial do Vasco (vídeo)