Caio Blois @caioblois
Com apurações desde 2019, montei um especial com histórias ainda não publicadas do camisa 77.
Fernando Diniz contra chegada, 'ajuda' de Ganso e saída forçada decepcionando dirigentes: os bastidores da passagem de Nenê pelo Fluminense.
Com 118 jogos e 28 gols, a passagem de Nenê no Fluminense chegou ao fim após 792 dias e incontáveis histórias. Desde a chegada que demorou a acontecer até a saída anunciada, o meia de 40 anos colecionou momentos bons e ruins com a camisa tricolor. Principalmente nos bastidores.
Reforço ao estilo e agrado de Celso Barros, a chegada de Nenê marcou a primeira queda de braço vencida pelo dirigente. Isso porque Diniz, que volta a comandar Nenê no Vasco, já não achava necessária sua chegada, opinião corroborada pelo diretor Paulo Angioni.
Após a saída de Diniz e a rápida passagem de Oswaldo, Ganso participou de uma reunião com outras lideranças do vestiário, o técnico Marcão, o presidente Mário Bittencourt e o diretor Paulo Angioni. O camisa 10 pediu mais chances para seu concorrente. Por que?
Nenê não escondia sua insatisfação com a reserva e tinha alguns atritos internos com a comissão técnica permanente do clube àquela altura. O pedido foi acatado por Marcão, que passou a "revezar" Ganso e Nenê no time titular.
O ano de 2020 começou como um sonho para Nenê. Na ausência de Ganso, a "era Odair Hellmann" começou com início fulminante do camisa 77: nove gols em 11 jogos. Ao todo, foram 20 gols e sete assistências na temporada, mas a postura fora de campo foi o que mais chamou a atenção.
Com moral pelas atuações, o meia tomou a frente das negociações tanto para acordos com o clube durante a pandemia, mas também ao externo, defendendo posição do Flu contrária ao retorno do futebol. Internamente, ganhou prestígio, principalmente com os mais jovens.
O bom momento vivido pelo Fluminense e Nenê em 2020 fez o meia ocupar as manchetes. A #VovôTáON era sucesso nas redes sociais e transmissões, e o jogador se destacava pelo humor principalmente em sua relação com o presidente Mário Bittencourt.
O meme "Mário Bitcoins" viralizou na internet após contratações do Tricolor, e Nenê costumava aparecer sempre brincando com o dirigente, o que gerava críticas, principalmente de opositores.
Nenê saiu com certa decepção de dirigentes. Embora Mario Bittencourt tenha agradecido ao jogador em suas redes sociais, fato incomum, outros membros da cúpula de futebol se decepcionaram com a postura do meia em seu adeus — algo que já havia acontecido em Vasco e São Paulo.
A saída pareceu anunciada porque, no dialeto do futebol, Nenê "cavou" sua volta ao Vasco em meio à insatisfação pela reserva. O presidente, que bancou sua renovação com alarde em 2020, não gostou da forma com que o jogador levou a negociação, embora compreendesse sua vontade.
Fato é que Nenê forçou a barra para voltar ao ex-clube. A diretoria tricolor tampouco gostou de saber da negociação "por trás" com o rival, que mesmo na Série B, atraiu o atleta. O incômodo causado por pouco não modificou a decisão de emitir notas e homenagens amistosas.
Fonte: Twitter do jornalista Caio Blois/UOL