"Está difícil? Bola para o Cano!". A máxima que acompanha a torcida do Vasco desde a última temporada não vem se mostrando o suficiente nas últimas partidas. Artilheiro e principal nome do elenco, o camisa 14 atravessa má fase e amplia a crise pela qual o time atravessa na Série B do Campeonato Brasileiro. No empate com o Brasil de Pelotas, na última sexta-feira, em São Januário, inclusive, ele desperdiçou um pênalti.
Ao passar em branco no duelo com o Xavante, Cano igualou o, até aqui, maior jejum desde a chegada ao Cruz-Maltino: são nove jogos sem comemorar. A última vez que o argentino fez o adversário buscar a bola no fundo da rede foi contra o Guarani, em 24 de julho, na estreia do técnico Lisca.
De lá para cá, não marcou contra Botafogo, Vitória, Remo, Londrina, Operário-PR, Ponte Preta e Brasil de Pelota, pela Série B, além dos dois confrontos com o São Paulo, pela Copa do Brasil. A última vez que havia ficado um período similar sem gols foi no ano passado, entre o jogo com o Botafogo, pela Copa do Brasil, em 17 de setembro, e o confronto frente ao Palmeiras, pelo Brasileiro, em 8 de novembro.
"Acho que é um conjunto de várias situações. O Cano tem tido várias situações. Hoje ele teve, inclusive, um pênalti, acabou não acertando. Tem participado, a bola tem passado bastante na área, talvez um pouquinho mais de sincronia no passe, com o movimento dele. Ele precisa fazer o gol para tirar também da cabeça. Ele está chateado com essa situação, porque é uma referência nossa, é um cara que puxa o processo, e os gols dele fazem muita falta para gente", disse Lisca, após o empate com o Brasil.
"Basta ver os desempenhos nos jogos, a nossa pontuação. Talvez, se tivéssemos uns dois, três, quatro golzinhos dele aí nesses jogos, a situação seria diferente. Mas ele está brigando demais, está trabalhando, não está se entregando, e é isso que nós vamos fazer. Dar confiança, melhorar essa sincronia dos passes, e achar o espaço ideal para ele voltar a ser o artilheiro e a referência que ele sempre foi aqui no Vasco", completou.
De fato, Cano se tornou uma referência no Vasco e caminha para entrar em um patamar significativo na história do clube. Mesmo com a ausência de gols nas últimas partidas, é o artilheiro do time na temporada, com 14 tentos. Também é o goleador geral do elenco, com 38.
Além disso, o atacante vem empilhando recordes com a camisa cruz-maltina. Em 2021, se tornou o maior artilheiro estrangeiro do século 21 do clube, o maior goleador argentino — ultrapassando Alfredo González, que atuou entre 1940 e 1941, e tem 30 gols —, e o segundo maior artilheiro estrangeiro na história, atrás apenas do uruguaio Villadoniga, que tem 83.
Não à toa, Cano está nas graças da torcida e o próprio Vasco o vê como nome de peso no atual momento. O clube tem diversos produtos oficiais em homenagem ao atacante, como camisas, copos, almofadas e até máscaras de proteção, recomendadas em meio à pandemia de coronavírus. Em uma das camisas, a estampa é o desenho de Cano erguendo a bandeira LGBTQIA+, em alusão à comemoração do gol contra o Brusque, imagem que rodou o mundo.
Agora, o jogador tenta fazer as pazes com o gol adversário para ajudar na árdua caminhada do Cruz-Maltino para tentar retornar à primeira divisão.
Fonte: UOL