O momento do Vasco é de ebulição, dentro e fora dos muros de São Januário. Com resultados abaixo do esperado na Série B do Campeonato Brasileiro, a torcida faz cobranças à diretoria após a semana que era apontada no horizonte como essencial para a mudança de chave. Enquanto a cúpula busca soluções, há movimentação nos bastidores também entre conselheiros e grupos políticos à procura de saídas para a crise.

Hoje (28), o técnico Lisca faz o último treino antes de o Cruz-Maltino encarar a Ponte Preta, em São Januário, jogo apontado como crucial para alterar o atual cenário. A semana foi a primeira livre de compromissos desde que o técnico desembarcou na Colina, no fim de julho, tempo tido como necessário para tentar fazer a equipe entrar nos trilhos. Internamente, a avaliação deste período é positiva, mas sabe-se que a resposta terá de vir em campo.

O treinador buscou fazer acertos junto aos jogadores, principalmente no setor defensivo, ponto que vem causando dores de cabeça. Recuperados de lesão, o zagueiro Leandro Castan e o atacante Daniel Amorim estarão à disposição para o jogo de amanhã (29) e se tornam opções para eventuais mudanças.

Por outro lado, havia a expectativa de uma movimentação maior no mercado, mas o Vasco vem encontrando diversas dificuldades —não apenas financeiras— para acertar com os prometidos, e, de forma admitida, necessários reforços. O zagueiro Walber, que tem os direitos ligados ao Athletico-PR e defende o Cuiabá, está na mira, mas ainda sem avanços nas tratativas.

A diretoria analisa opções que se encaixem nas necessidades do grupo e na realidade dos cofres. Mais que isso, a conjuntura de pressão e o fato de estar na segunda divisão também são obstáculos às negociações. Da derrota para o Operário até aqui, as únicas mudanças mais substanciais no elenco foram as "descidas" dos meias Juninho e MT para o sub-20, anunciadas pelo clube na última segunda-feira (23).

Ontem (27), novamente, membros de algumas organizadas vascaínas foram a São Januário —no último sábado, houve um protesto no local— e, desta vez, conversaram com Julio Brant, líder da "Sempre Vasco" e candidato que ficou na segunda colocação na última eleição presidencial.

Posteriormente, o conselheiro fez uma publicação em uma rede social sobre o encontro e apontou que colocou à mesa a possibilidade de uma reunião entre ele, o presidente "Jorge Salgado e demais lideranças políticas para buscar soluções emergenciais para a crise". Brant e Salgado já estiveram reunidos anteriormente para discutir a gestão do clube, mas, segundo o UOL Esporte apurou, nestas oportunidades, não houve discussão sobre o departamento de futebol.

A ausência de mudanças na pasta também incomodou a torcida. O atual organograma do departamento aponta defasagens e esperava-se que a cúpula também pudesse anunciar nomes para este trabalho nos bastidores.

No começo da noite, Salgado também foi às redes sociais falar sobre o atual momento. Ele disse que desde que assumiu a presidência, deixou o Cruz-Maltino "de portas abertas para receber os vascaínos dispostos a colaborar, incluindo os demais candidatos, como o Julio [Brant] e o Leven [Siano]".

Citado pelo presidente, Leven Siano foi o líder da chapa "Somamos", que teve mais votos na eleição do dia 7 de novembro, impugnada pela Justiça. Como forma de protesto, ele não participou do pleito que aconteceu na semana seguinte, e teve o aval judicial. A disputa, inclusive, chegou até o Supremo Tribunal Federal (STF), mas Salgado foi confirmado como o novo mandatário cruz-maltino.



Fonte: UOL