Juniores: Diretor da base Rodrigo Dias fala sobre demissão do técnico Alexandre Gomes e faz um balanço do seu início no Vasco
O contraste entre os resultados do ano passado com o deste ano chama a atenção. De campeão carioca e da Copa do Brasil e da Supercopa do Brasil, o sub-20 do Vasco conheceu derrotas em sequência e faz má campanha no Brasileiro da categoria. Além disso, o sub-17 perdeu o título nacional ao ser goelado pelo Flamengo.
A verdade é que a base vascaína passa por reformulação. Há pouco mais de dois meses em São Januário, o novo diretor Rodrigo Dias iniciou o trabalho de forma silenciosa. Priorizou repor as saídas, capitaneadas pelo ex-diretor Carlos Brazil, e a implementação de uma metodologia focada no indivíduo.
Em contato com o ge, Rodrigo fez um balanço do começo da gestão. Citou a contratação de novos profissionais e a valorização de quem já estava no clube, lembrou a redução de 25% nos investimentos, uma necessidade imposta pela crise financeira, e explicou a recente demissão de Alexandre Gomes, técnico do sub-20.
- Infelizmente, não deu certo (com o Alexandre). Inicialmente, nos primeiros jogos, nós tivemos bons resultados, mas nos últimos jogos, infelizmente as coisas acabaram não acontecendo. Nos chamou a atenção a falta de evolução da equipe nos aspectos necessários, muito mais do que somente os resultados - disse o dirigente.
Rodrigo afirmou ainda que é normal haver oscilações (o calendários de treinos e jogos da base também foi afetada pela pandemia) e disse ter certeza de que a formação de atletas continuará revelando grandes jogadores:
- Sabemos que são quatro, cinco, seis que sobem de categoria ano a ano, e a gente precisa ter esse foco no indivíduo. Um trabalho customizado, individualizado. E essa é a metodologia que a gente irá implementar. Nossas equipes são todas integradas, nossos analistas trabalham juntos, todos conhecem os jogadores, as características, a história de cada um. É um trabalho integrado, por isso a convicção de que o trabalho seguirá.
Rodrigo chegou ao Vasco em 16 de junho. Era um contexto de saída de Brazil além de oito profissionais e de redução de investimentos.
- Estamos nesse processo de remontagem. Precisamos fazer uma readequação no nosso planejamento inicial e isso demanda tempo. O desafio é ajustarmos tudo no meio de campeonatos e jogos, causando o menor impacto possível. E lembrando que há uma demanda de reduzirmos em 25% o orçamento que vinha sendo praticado na base, em nome da viabilidade financeira do clube - acrescentou Rodrigo.
Além disso, as categorias sub-20 e sub-17 também têm as suas mudanças internas. Exemplo: após a final do Brasileiro Sub-17, cinco atletas foram promovidos de categoria: Andrey, Erick Marcus, Lucas Eduardo, Barros e Ykaro. Igor Guerra, que era do sub-17, assumiu como técnico do sub-20 após a saída de Alexandre.
- A gente está numa reestruturação de atletas, de elenco e estamos acompanhando o mercado, vendo as oportunidades e ao mesmo tempo promovendo atletas de qualidade, que identificamos como diferentes. E muitos desses jogadores que hoje compõe o Sub-20, ano passado estavam no Sub-17 e não tiveram competições nacionais para atuar, perderam parte da formação para a pandemia; é natural que haja oscilação.
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Como é essa metodologia focada no indivíduo?
O primeiro passo foi entender o que é o Vasco. A cultura do Clube. Trouxe profissionais capacitados, competentes. Houve a saída de alguns profissionais com posição estratégica do Clube e eu trouxe os coordenadores, cada um no seu departamento. Para, aí sim, implementarmos nossa metodologia, que é um trabalho que foca no atleta. Apesar de o futebol ser um jogo coletivo, a gente foca no indivíduo. Uma avaliação de cada departamento, cada microdepartamento, cada setor do Clube. A parte técnica e tática. A parte física ou fisiológica, da nutrição, psicologia, departamento médico, assistência social… Sabemos que são quatro, cinco, seis que sobem de categoria ano a ano, e a gente precisa ter esse foco no indivíduo. Um trabalho customizado, individualizado. E essa é a metodologia que a gente irá implementar.
Os maus resultados não exigem mudança de rota?
Estamos nesse processo também, que internamente nós conversamos sobre acelerar sem atropelar. Se o desafio está baixo para um atleta, buscamos colocar um desafio maior e subir de categoria. Esse é o objetivo principal para além dos resultados. Conseguimos chegar na final do Brasileiro Sub-17, melhor campanha da história do Clube. Chegamos na final da Copa Rio. Toda e qualquer jogo e competição que o Vasco participa, ele entra para vencer. E a gente sabe que buscamos resultados, mas têm outros indicadores de desempenho, que é a subida desses atletas para a equipe de cima e consequentemente a subida de atletas do 17 para o 20. Além das subidas de atletas do 15 para o 17. Tivemos uma surpresa agradável com a promoção do Rayan, outro atleta de Seleção Brasileira.
A médio prazo o Vasco vai ter um retorno muito grande de atletas performando na equipe principal, e atletas que futuramente serão ativos valiosos e darão um retorno muito grande para o Clube. Esportivo e financeiro. Seguindo, dando continuidade, nesse DNA formador que o Vasco sempre teve. Tivemos vendas relativamente recentes do Paulinho em 2018, do Douglas em 2017 e do Talles Magno nesse ano de 2021. Sabemos que para a saúde financeira do Clube é importante.
Fonte: ge