A entrada dos times grandes no futebol feminino não apenas elevou a disputa das competições nacionais, mas também contribuiu para o surgimento de jovens revelações, que mostram potencial para vestir futuramente a camisa da seleção brasileira. Um destes é o de Dani Barão, atleta que se destacou pelo Vasco. No Brasileirão Feminino A2 já são sete partidas e cinco gols, uma das melhores médias do torneio.
A jogadora se definiu como uma atleta com velocidade, arrancada, força física, boa nas construções de jogadas objetivas, passes e as finalizações. A atleta ainda comentou sobre suas inspirações na modalidade, citando jogadoras que se espelha. "Eu admiro muitos jogadores/jogadoras em si, parando pra analisar não tenho uma pessoa específica pra me inspirar. Levando para um todo, a minha grande inspiração é a minha mãe, meu maior exemplo", afirmou.
Antes de ir para o Vasco a jogadora atuou pelo Pérolas Negras, equipe da ONG Viva Rio, ela comentou sobre a oportunidade., relembrando aquele momento e afirmando que era uma fase que chegou a cogitar largar o futebol.
"Em outubro de 2020, eu recebi duas mensagens que mudariam a minha vida da água pro vinho. A Edimara Aparecida entrou em contato comigo falando sobre a oportunidades de vestir a camisa do Pérolas, e que achava válido eu jogar. Na mesma semana, o professor Anderson que tinha sido meu técnico há 1 ano atrás pela Liga de Barra Mansa entrou em contato comigo e me convidou para fazer parte do time no qual ele iria ser o treinador, aceitei o convite e comecei novamente a sonhar com coisas grandes, mas com os pés no chão e ciente que eu poderia me decepcionar mais uma vez. Aos poucos eu vi as coisas acontecendo, pude conquistar a taça Unifoot em 2020 com o Pérolas, além de ter feito um excelente campeonato Carioca no começo desse ano, junto com as minhas companheiras de clube, que me ajudaram muito a chegar até aqui", comentou a jogadora.
Ainda sobre a passagem pelo Pérolas Negras, Dani lembra que suas atuações no Campeonato Carioca chamaram atenção. "No decorrer da competição, eu pude me destacar em alguns jogos importantes, uma dessas partidas foi contra o Vasco da Gama. Serei eternamente grata pelas pessoas que me apoiaram desde o início, que sempre acreditaram em mim e me deram a oportunidades de recomeçar. Gratidão é a palavra que define esse período que eu defendi o escudo da Academias Pérolas Negras de futebol feminino", disse a atleta.
Dani Barão ainda completa dizendo que a experiência de jogar no Pérolas foi única e incrível. "A oportunidade de jogar surgiu no momento em que eu já estava decidida a parar de jogar bola, tinha a convicção que não iria conseguir virar uma atleta de alto rendimento, o futebol iria se tornar um momento de lazer na minha vida".
A jovem atleta é foi um dos destaques do Vasco na A2 , mas tem os pés no chão sobre o seu desempenho e demonstra cautela com o atual momento. "Estou feliz com os resultados obtidos, mas ciente que eu posso e tenho muito o que melhorar no futuro, os resultados foram méritos da nossa equipe, que trabalhou duro para dar continuidade dentro da competição, mas infelizmente o resultado não veio. A equipe esteve focada, unida e trabalhando bastante durante a competição, sempre mantendo os pés no chão e em busca dos objetivos. Foi uma experiência incrível e única, além de ter sido o meu primeiro Brasileiro, defendi uma camisa de peso, um time grande e com uma história gigante! Agradeço a Deus pela oportunidade que tive e ao Vasco por ter abertos as portas confiando no meu trabalho", afirmou.
A jogadora comentou sobre o sentimento de vestir a camisa do clube. "Trabalhamos pra alcançar metas importantes para a história do futebol feminino dentro do clube, podem ter certeza de que não faltou força de vontade, determinação, garra e sede de vitória da nossa equipe. É algo inexplicável vestir esta camisa, as vezes não consigo acreditar", comentou.
Emoção
Por fim ela relembrou como se deu os primeiros contatos com o clube e afirmou que em um momento chegou até a se arrepiar.
"No final de 2015, eu disputei o campeonato carioca Sub 17 pelo Barcelona-RJ, e a final foi contra o Vasco, antes de entrar em campo eu ouvi o grito de "CASACA, CASACA, CASACA" delas que chegou a me arrepiar, e a vontade de um dia estar ali foi grande, o desejo de vestir a camisa do Vasco na época era um sonho, por causa da história do futebol feminino, por ter sido um time em que a Marta jogou e por ser palco do futebol feminino naquele período. Hoje o meu sonho de "adolescente" se realizou, e o grito de "CASACA, CASACA, CASACA" que eu ouvi há seis anos, hoje sai da minha boca e me arrepia da mesma forma em todos os jogos. Estou muito feliz em poder estar aqui e compartilhando um pouco dessa história, e se Deus me permitir, quero alcançar coisas incríveis vestindo essa camisa", complementou.
Fonte: Vavel