Lisca conheceu o museu do Vasco em São Januário nesta 6ª-feira
Sexta-feira, 23/07/2021 - 15:29
Na manhã desta sexta-feira (23/07), o técnico do futebol profissional Lisca foi apresentado oficialmente pelo Club de Regatas Vasco da Gama, em coletiva de imprensa realizada em São Januário, que contou ainda com a participação do Diretor Executivo de Futebol, Alexandre Pássaro.

Em suas primeiras palavras como comandante vascaíno, Lisca não escondeu a realização de assumir o Gigante da Colina. O treinador destacou que vir trabalhar no Vasco é um sonho de criança para qualquer profissional do futebol e revelou que tudo aconteceu rapidamente.

– Vir trabalhar no Vasco é um sonho de criança. Talvez não só meu, mas de todos os profissionais do futebol. A gente vem muito passear na Cidade Maravilhosa de vocês, mas foi sempre um objetivo trabalhar num grande centro do nosso futebol. É o tambor do nosso país junto com São Paulo. Tudo aconteceu muito rapidamente.

Questionado sobre como implantar suas ideias de jogo, Lisca destacou que terá cerca de cinco meses para implantar um trabalho com decisão integral. O comandante disse ainda que viverá o Vasco 24 horas por dia e convocou jogadores e funcionários a terem a mesma mentalidade.

– Obviamente que tenho minha ideia de jogo, mas não adianta vir com uma ideia que não seja condizente com as características do plantel. Tenho cinco meses para fazer esse trabalho com dedicação integral. Vou viver o Vasco 24 horas por dia, convoco os jogadores e funcionários a terem a mesma mentalidade. Na dificuldade sempre aparece uma grande oportunidade. É uma grande oportunidade para mim profissionalmente, grande oportunidade para os jogadores e reconduzir o Vasco à Série A.

Lisca não escondeu sua gratidão e se mostrou extremamente motivado em assumir o comando técnico do Vasco. O novo treinador relembrou sua trajetória como treinador até chegar ao Clube, agradeceu o Diretor Executivo de Futebol Alexandre Pássaro e revelou que essa é a maior oportunidade de sua vida.

– São 30 anos de luta para chegar aqui onde estou sentado. 30 anos, cara. Séries D, C, B, A, base. Graças a Deus tive oportunidades se sou grato a todos. Fiz aquele desabafo para algum grande clube me dar oportunidade. E esse cara aqui do meu lado (Alexandre Pássaro), junto com presidente, está me dando. Consegui. Estou em um grande clube como o Vasco da Gama. Maior oportunidade de minha vida. Mas consegui que um clube grande, como Vasco da Gama, em desse essa oportunidade – destacou o comandante, antes de contar como foi conduzida sua vinda ao Clube.

– Tudo aconteceu muito rápido. Na segunda à noite o Jorge Machado me ligou e disse que o Pássaro queria um encontro terça de manhã em Porto Alegre. Achei muito interessante essa convicção de o dirigente ir lá. Quando o Pássaro me apresentou o projeto, fiquei muito motivado. Em 30 anos de carreira foi a primeira vez que um dirigente foi na minha casa me apresentar um projeto. Depois conversei com presidente Jorge por telefone. No início do ano eu tinha compromisso com América, era inviável. O que me trouxe aqui foi a historia, a torcida, a equipe, os jogadores e uma vontade enorme de trabalhar nesse gigante que é o Vasco da Gama.



Confira outros trechos da entrevista coletiva:

Tempo curto para a estreia

– O tempo para esse jogo é curto. O trabalho não é só do Lisca, é do Vasco. Tenho uma equipe. Vou conhecê-los agora. Temos uma reunião no CT à tarde. Obviamente observei demais o Guarani, time que está na parte de cima da tabela. Precisamos encostar no pelotão de cima. É jogo decisivo, todos são. Tenho minhas análises e observações sobre o Vasco. Conheço bem a equipe, acompanhei praticamente todas partidas. Tenho algumas ideias. Vou ver os jogadores que estão à disposição. No campo não vamos poder fazer muito, mas à noite, após o jantar, quero trabalhar o lado mental, escutar os jogadores, que são eles que jogam e têm o poder de decisão dentro de campo.

Copa do Brasil como um dos grandes objetivos

– A Copa do Brasil é uma competição importante. O Vasco tem tradição e foi campeão em 2011, comandado pelo Fernando Prass, Diego Souza. Fomos lá no Couto Pereira e ganhamos. Competição muito atrativa financeiramente. Nosso objetivo é retornar à Série A. Mas como podemos participar das duas, vamos trabalhar bem nas duas frentes. Temos um adversário gigante na Copa do Brasil (São Paulo). Teve um inicio de Brasileiro não tão bom, mas tem dado resposta sensacional na Libertadores, ganhou do Racing. Jogo muito legal de se jogar, todo profissional almeja. Vamos estar preparados. Vamos com força nas duas competições.

Pensa em reforços?

– Acredito muito no elenco que temos aqui, na mescla que temos da juventude com experiência. É uma característica do nosso clube formar jogadores. Romário, Edmundo, Pedrinho, Geovani. Eles são exemplos para os meninos. Acredito demais no nosso trabalho, numa nova maneira de jogar, mas com calma e gradualmente. Vamos ver alguma necessidade, alguma oportunidade de mercado, mas não é nossa prioridade. Nossa prioridade é potencializar a performance dos jogadores. O papel do treinador é melhorar e estabilizar a performance dos jogadores.

– A individualidade é importante, mas hoje o jogador fica de 50 a 54 segundos com a bola por jogo. Isso é 1% do tempo de jogo. Então os movimentos coletivos e o entendimento de jogo são muito importantes. Vamos aproveitar também jogadores que não estão tendo o desempenho que a gente necessita no momento. Com o Pássaro e a diretoria, estamos constantemente avaliando os jogadores, mas minha ideia é potencializar os jogadores que estão no grupo.

Gosto pelo trabalho com jovens

– Eu gosto de trabalhar com meninos, sou oriundo das categorias de base. Tive oportunidade de trabalhar com muitos jogadores que tiveram sucesso. Sobis, Pato, Marcelo, Kaká, Luiz Adriano… A mescla é fundamental, nem só meninos e nem só experientes. A segurança dos mais experientes, e a ousadia, a alegria e ambição desses meninos que estão começando sua vida pessoal e profissional. E o Vasco te dá essa oportunidade de evoluir como profissional e cidadão.

Torcida do Vasco

– A torcida do Vasco dispensa comentários. Somos torcedores apaixonados. Agora é a hora do verdadeiro vascaíno. Só na boa é fácil, na hora da dificuldade a gente vê quem é torcedor. É hora de botar a bandeira no terraço e cantar a música que está acostumado. Precisamos retomar a nossa história, o clube está se reorganizando e tem uma proposta muito interessante de gestão. A minha ideia é trazer essa energia do torcedor mesmo sem ele estar presente.

– Meu sonho é poder fazer esse acesso em São Januário com torcedor. Seria um sonho. Estou muito esperançoso que isso aconteça. E convoco todo torcedor vascaíno para que a gente reforce esse orgulho de ser vascaíno, de estar com essa cruz no peito.

– Desde a construção de São Januário, da construção do CT. Nós nunca vamos deixar de ser vascaínos. Ele pode ficar bravo, mas nunca vai trocar. Meu, o que passou, passou. Não tenho como interferir. Eu vou tratar de trabalhar para fazer o Vasco cada vez maior. Tenho tido um carinho muito grande do torcedor. E a expectativa é de todos nós. Aqui no Vasco funciona o nós, e o torcedor é parte fundamental.

Posicionamento sobre volta gradual do público aos estádios

– Graças a Deus evoluímos demais na questão da pandemia. Tomei a segunda dose da vacina na semana passada. Isso dá uma tranquilidade, mas claro que temos que manter os cuidados. No início da pandemia tinha preocupação com os deslocamentos da Copa do Brasil. Graças a Deus não tivemos dentro do futebol, principalmente com os jogadores… Mas perdemos várias pessoas. Mas se as autoridades acham que o público pode voltar gradualmente, quem sou eu para discutir isso. Naquele momento minha preocupação era como pai de família, Mas graças a Deus estamos superando isso com engajamento de todos contra esse maldito vírus

Cano mestre no posicionamento

– Pretendo ajudá-lo cada vez mais com organização ofensiva e defensiva. Que ele possa trabalhar junto aos companheiros. Espero ajudá-lo e que ele seja melhor municiado e que se sinta. Futebol você precisa ter vantagem posicional, e o Cano é mestre nisso.

Vasco é o maior desafio da carreira?

– Cada clube pelo qual passei vejo com grandeza enorme. Cada um na sua prateleira. Sampaio Corrêa é de menor investimento, mas tem história linda. Náutico… O Juventude foi um orgulho enorme. O América era um time regional, mas se transformou em nacional. Onde eu passava de férias conheciam o Ademir, o Rodolfo e o Juninho. Também vejo América na sua prateleira com uma grandeza enorme.

– Com certeza é a maior oportunidade da minha carreira, não vejo como desafio. Na dificuldade aparecem as grandes dificuldades, talvez isso foi uma diretriz. Eu nunca cheguei num time confortável, sempre foi em cima de desafios e reversão. Sempre vi como oportunidade. Temos uma oportunidade ímpar de levar o Vasco para a Série A e colher frutos. Na Série A, os jogadores terão outro valor e outra dimensão, outro valor de mercado.

Fonte: Site oficial do Vasco