Conheça a trajetória de Silvio Parodi, o 2º maior artilheiro estrangeiro da história do Vasco
Germán Cano busca ser o segundo estrangeiro com mais gols na história do Vasco, mas você conhece Silvio Parodi? O paraguaio que foi campeão da Copa América de 1953?
Germán Cano busca a idolatria vascaína e a quebra de recordes. O atleta que recentemente se tornou o argentino com mais gols com a camisa do Vasco ultrapassando Alfredo González, que marcou 30 gols entre 1940 e 1941, agora busca a 2ª colocação no quadro de maiores artilheiros estrangeiros com a camisa do Vasco.
Para isso, o argentino terá que ultrapassar o paraguaio Silvio Parodi, que fez 37 gols entre 1954 a 1956. Atualmente, Cano tem 36 gols. O primeiro lugar é do uruguaio Villadóniga, que já contamos a sua história aqui no Papo na Colina. Hoje é o dia de lembrar a história de Silvio Parodi.
O paraguaio começou a sua carreira no Sportivo Luqueño. Lá foi campeão paraguaio em 1953, o bom torneio rendeu uma chance no Vasco em 1954, porém se engana quem acha que a contratação foi fácil.
Segundo o Jornal dos Sports (Edição 07636), Silvio Parodi tinha um valor excessivamente elevado. O jogador foi um dos que participaram da vitoriosa campanha paraguaia na Copa América de 1953, quando a seleção ganhou o seu primeiro título da competição vencendo o Brasil por 3 a 2 na final.
O gigante da colina ainda teve que disputar o paraguaio com o América-RJ e Juventus/ITA. O Vasco chegou até a desistir da contratação. O clube paraguaio havia pedido 400 mil cruzeiros à vista, o Vasco ofereceu o valor, mas de última hora o clube paraguaio subiu para 1 milhão e 200 mil cruzeiros. O Vasco recusou, mas depois acabou voltando atrás. Tudo certo? Não! Pois aí, apareceu a Juventus, da Itália.
No final das contas, a Juventus teve prioridade na contratação, o treinador da seleção paraguaia fez propaganda para o ponta ir para Itália, mas o clube italiano acabou não apresentando nenhuma proposta oficial, sendo assim a prioridade voltou a ser do Vasco, o clube paraguaio pediu os mesmos 1 milhão e 200 mil cruzeiros, mas o Vasco não aceitou. Ofereceu 400 mil cruzeiros e mais dois amistosos no estádio do Maracanã, o Luqueño retrucou querendo 700 mil cruzeiros com um amistoso, sendo toda a renda do jogo do clube paraguaio.
O Vasco ofereceu 800 mil cruzeiros e sem amistoso nenhum. Proposta aceita! Mas ainda tinha Victor González, que também era um dos destaques da seleção paraguaia, o Vasco acertou com os dois por 1 milhão e 200 mil cruzeiros, sendo que cada jogador receberia 15 mil cruzeiros mensais num contrato de 24 meses.
No Vasco, Silvio Parodi chegou para jogar ao lado de inúmeros craques, como Ademir Menezes, Vavá, Pinga, Barbosa, Sabará, Bellini e tantos outros. No clube, o jogador sofreu com lesões, mas acabou fazendo muitos gols e se apaixonando pelo Vasco. O paraguaio dizia que o pior defeito que uma mulher podia ter era não torcer pelo Vasco.
Em 1956, o Vasco foi para Europa fazer uma série de amistosos contra equipes belgas e italianas. Após um jogo contra a Lazio, que o Vasco perdeu, surgiram propostas por Parodi, Vavá e Dejair. Silvio Parodi interessou a Lazio, o Gênova e a Juventus.
As primeiras propostas foram de 2 milhões e 500 mil cruzeiros pelo passe do jogador, o dobro do que o Vasco havia pago, assim que chegaram as propostas o jovem Antônio Soares Calçada (vice-presidente de futebol), que acompanhava a delegação e mais tarde seria presidente do Vasco, comunicou o presidente Artur Pires sobre o interesse aos atletas vascaínos e fez jogo duro com os italianos dizendo que Parodi não estava à venda, segundo o Jornal dos Sports (Edição 08293). As propostas não pararam. A Lazio ofereceu mais tarde 3 milhões de cruzeiros proposta que também não foi aceita.
No final das contas, Sílvio Parodi foi negociado com a Fiorentina por 3,5 milhões de cruzeiros, sendo que 1,5 milhão de cruzeiros ficaram para o atleta. Na Itália, foi adversário do seu irmão José Parodi, que jogava no Genoa, mas não obteve o mesmo sucesso que no Brasil. Um ano depois, Silvio Parodi acabou retornando para América do Sul, já que a Fiorentina só podia inscrever dois jogadores estrangeiros no Campeonato Italiano.
Ao contrário, do que vários portais dizem, o jogador foi para o Boca Juniors, da Argentina. Lá foram apenas 9 amistosos, sendo 2 destes amistosos contra o Vasco. O primeiro no dia 21/01/1958, que terminou empatado em 2 a 2. E o segundo no dia 28/01/1958, que também terminou empatado, só que desta vez em 1 a 1. Silvio Parodi fez apenas 1 gol na passagem pelo Boca Juniors. O jogador ainda teve passagens pelo Racing Santander, da Espanha, e o Millionários, da Colômbia, antes de aposentar como jogador. Como treinador, Silvio Parodi dirigiu a seleção paraguaia em 1987.
Fonte: Papo Na Colina