O Vasco ficou sem refeições no centro de treinamento dos profissionais na quarta-feira, consequência da dívida de aproximadamente R$ 2,5 milhões que tem com a empresa Arthur Brandão Buffet e Eventos, responsável pelo fornecimento de refeições a funcionários, futebol de base e profissionais.
Nesta quinta-feira, a solução encontrada pela diretoria foi a contratação de uma nova fornecedora de refeições. Arthur Brandão reclama que seus funcionários foram proibidos de trabalhar no centro de treinamento em Jacarepaguá e que detém, em contrato, a exclusividade do fornecimento de refeições nas instalações do clube.
O corte no fornecimento na quarta prejudicou funcionários do departamento de futebol e alguns jogadores. A maior parte do elenco e os principais nomes da comissão técnica estavam em Goiânia, para a partida contra o Goiás. Eles continuam na capital goiana, de onde voltam para o jogo contra o Confiança, sábado, em São Januário.
Nesta quinta, Arthur Brandão se reuniu com o presidente Jorge Salgado para tratar do assunto:
- O presidente me perguntou se eu não sabia, quando acertei com o Vasco, que o clube não paga em dia - afirmou Brandão. - Sou concessionário do restaurante do Vasco há 20 anos, sócio do clube há 50. Quando o Campello pediu para eu fornecer, eu disse a ele que me pagasse em dia e ele respondeu que assim o faria. Falei para o presidente que quando eles assumiram, disseram que pagariam em dia e também estão devendo. Por que fiz contrato com o Vasco? Meu preço é baixo. O que eu não quero é ver meu time ser ridicularizado. Disse que eles nunca pagaram certinho e eu sempre forneci a refeição. O Vasco tem todo direito de rescindir o contrato, mas eu nunca sacaneei o Vasco. Acertamos que minha equipe vai estar lá no CT trabalhando na sexta e Salgado disse que vai tentar me pagar da melhor maneira possível.
Procurado, o Vasco informou que "não costuma comentar assuntos internos. Houve sim uma reunião nesta tarde acerca do tema e a pauta está esclarecida e resolvida".
Dívida antiga
A Arthur Brandão Buffet e Eventos é responsável pelo fornecimento de refeições no Vasco desde junho de 2018. Em fevereiro de 2020, o clube já tido o fornecimento interrompido pela empresa, devido à falta de pagamento. Brandão afirma que, em contrato, tem o direito de interromper parcial ou integralmente o fornecimento de refeições em caso de falta de pagamento. Em maio, o clube assinou uma confissão de dívida, no valor de R$ 1,979 milhão, com o montante a ser pago em seis parcelas. Entretanto, apenas duas foram efetivamente quitadas.
Em março deste ano, o clube recebeu ordem judicial para que pagasse o valor. O Vasco entrou com embargo, questionando a confissão da dívida. O fornecimento seguiu acontecendo, mesmo com os atrasos no pagamento, e aos R$ 1,6 milhão soma-se cerca de R$ 870 mil.
Arthur Brandão afirmou que a atual diretoria tem mexido no número de refeições e na qualidade da refeição oferecida na tentativa de reduzir gastos. Segundo ele, o clube diminuiu a quantidade de refeições disponíveis para jogadores e comissão técnica das categorias de base. Além disso, passou a oferecer à base a mesma refeição que é oferecida aos funcionários, segundo ele, com menos variedade e fontes de proteína. Antes, a base tinha acesso à refeição intermediária, superior a dos funcionários e inferior a do elenco profissional.
Fonte: O Globo Online