O Vasco encara o Brusque, hoje (27), às 21h, pela Série B do Campeonato Brasileiro, querendo aliviar a pressão e se aproximar da parte superior da tabela. No lado catarinense do duelo, o foco é o retorno ao G4 e, nesta missão, pode contar com o auxílio de um jogador que se sente em casa em São Januário. Reforço do Brusque para a competição nacional, o meia-atacante Jhon Cley já foi apontado como uma das joias da base cruz-maltina, mas o caminho acabou não sendo consolidado na Colina.

A equipe comandada por Marcelo Cabo encontra-se pressionada após a derrota para o Cruzeiro, na última quinta-feira. Com sete pontos, o time está na 10ºª posição. Já o Brusque, que vem de empate sem gols com o Sampaio Corrêa, tem 10 e inicia a rodada na quinta colocação.

Cabo analisa mudanças no time e pode ter novidades na formação do meio de campo, uma vez que Romulo está por covid-19 e Bruno Gomes está suspenso após expulsão no duelo no Mineirão. Jerson Testoni, por sua vez, deve manter a estrutura da equipe e tem Jhon Cley, que vem entrando constantemente, em busca de vaga. Caso seja utilizado, será a primeira vez que o meia vai enfrentar o ex-clube.

"Quando estava no Goiás, comecei no banco e acabei não entrando. Então, considero que é a primeira vez. É uma expectativa muito boa. É sempre bom voltar a um lugar onde você tem boas lembranças, mas, agora, estou do outro lado, e vamos entrar em busca dos três pontos. Sabemos que será um confronto complicado, mas temos uma equipe qualificada e o objetivo de sair com a vitória", disse o jogador, ao UOL Esporte.

Jhon Cley chegou à Colina em 2010, ainda para o sub-16 e ganhou certo destaque nas categorias de base, chamando a atenção, principalmente, na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2012. Na ocasião, foi promovido ao elenco profissional com o status de uma das maiores apostas daquela geração, que contava também com o, à época badalado, Marlone.

No grupo principal, porém, não conseguiu a sequência esperada. Foram 65 partidas e três gols. Em 2015, foi vendido ao Al-Qadisiyah, da Árabia Saudita, em uma transferência que ficou em torno de US$ 500 mil, cerca de R$ 1,9 milhão na cotação da época.

"Tenho muito carinho pela torcida e pelo clube. Os torcedores sempre me apoiaram bastante, então, por isso, só levo coisas boas do Vasco, que foi um clube que acreditou em mim", afirmou.

Depois disso, vestiu as camisas do Goiás, Boa Esporte, CSA, Marítimo, de Portugal, e Caxias, até chegar ao Brusque.

"Tivemos um bom início na Série B, porém, temos de manter o foco e a mentalidade vencedora, competitiva. Tenho certeza que vamos fazer uma bela campanha e alcançar nossos objetivo no campeonato se mantivermos o ritmo que estamos apresentando", apontou.

"Água no chope" do R10

Jhon Cley já foi responsável por estragar a "festa" de Ronaldinho Gaúcho e lavar a alma dos cruz-maltinos. Em 19 de julho de 2015, Vasco e Fluminense se encontraram pelo primeiro turno do Brasileiro e o duelo ganhou ingredientes a mais que a simples rivalidade. A semana que antecedeu o clássico foi de bastidores agitados e "derrotas" para o clube de São Januário. Primeiramente, na queda de braço pelo setor à direita das cabines de rádio do Maracanã, ponto que ainda hoje gera polêmica. A segunda foi por causa, justamente, de Ronaldinho Gaúcho.

Então presidente do Vasco, Eurico Miranda havia afirmado que o pentacampeão mundial estava 90% fechado com o clube, mas, pouco depois, o craque foi apresentado pelo Tricolor. E a apresentação à torcida do clube das Laranjeiras no Maracanã foi momentos antes de a bola rolar.

Diante de mais de 41 mil pessoas, Ronaldinho discursou, fez promessas, mas não entrou em campo. E, nas quatro linhas, quem brilhou foi Jhon Cley, que, com um belo chute, garantiu o triunfo do Vasco (veja abaixo os lances da partida).

"Tenho uma grande lembrança desse jogo. Foi uma semana muito debatida em relação ao lado das torcidas, mas me lembro bem que o grupo não perdeu o foco da partida. Fizemos uma boa semana de trabalho e estávamos preparados para o clássico. Todos os meus momentos no Vasco foram marcantes, mas esse jogo foi o mais, com uma assistência para o Andrezinho e a felicidade de acertar um chute e poder marcar", disse Jhon Cley, ao UOL Esporte, em entrevista em 2017.



Fonte: UOL