Paulinho: 'Vou estar sempre torcendo pelo Vasco, para o Vasco sair dessa situação e voltar para a elite'
O atacante Paulinho, do Bayer Leverkusen, pode estar jogando na Alemanha, mas segue atento ao futebol brasileiro, especialmente ao Vasco da Gama, clube que o revelou. Em entrevista exclusiva à TNT Sports, o jogador garantiu que segue acompanhando os jogos do time e torce para que o Cruzmaltino possa deixar a Série B em breve.
Paulinho ainda indicou que tem contato com jogadores do elenco atual do Vasco, por ter jogado nas categorias de base com alguns dos atletas que seguem no clube até hoje.
"Sempre que posso, eu acompanho. Meu pai assiste muitos jogos de futebol, de futebol brasileiro. Então estamos sempre ligados. Tenho amigos que jogaram comigo na base e hoje estão no profissional do Vasco. Então, sempre que posso, estou acompanhando e torcendo para que eles tenham sucesso e possam ajudar o clube a sair dessa situação ruim, porque a torcida merece muito."
Falando com muito carinho do clube que o projetou para o futebol mundial, Paulinho mandou um recado especial para torcedores do Cruzmaltino, afirmando que o time de São Januário merece estar na elite do futebol brasileiro.
"Eu sempre estou muito em contato com a torcida do Vasco nas redes. Eles sabem do meu carinho pelo clube. Passei 10 anos maravilhosos lá. Fui muito feliz dentro do clube, que me deu muito suporte para eu chegar onde estou hoje. Queria agradecer aos torcedores vascaínos que torcem por mim, que sempre mandam muitas mensagens. E queria dizer que meu coração está com eles também. Vou estar sempre torcendo pelo Vasco, para o Vasco sair dessa situação e voltar para a elite do futebol, que é onde ele merece estar."
Paulinho começou sua trajetória como profissional em 2017, quando começou a ser utilizado no time principal do Vasco. Em 2018, foi vendido por 18,5 milhões de euros para o Bayer Leverkusen, onde segue até hoje.
Paulinho relembra 'pior ano' da carreira e celebra convocação para Olimpíada
O atacante Paulinho viveu, entre 2020 e 2021, o "pior ano" de sua carreira como jogador de futebol, como ele mesmo definiu em entrevista exclusiva à TNT Sports. Apesar disso, no fim da temporada 2020/21, conseguiu voltar a jogar depois de uma grave lesão no joelho e, neste mês, foi convocado para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
A "volta por cima" foi complicada. Em 30 de junho de 2020, Paulinho rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito e também teve lesões no menisco e na cartilagem do joelho. Dessa forma, a recuperação total levou 11 meses. Ele só voltou a ser relacionado para uma partida do Bayer Leverkusen em 15 de maio deste ano e voltou a jogar na última rodada da Bundesliga, no dia 22 de maio.
Por conta dessa ausência dos gramados, Paulinho define o período como o pior ano que passou, destacando que teve de focar sempre na recuperação para garantir que não se deixaria abater pela lesão complicada.
"Foi o pior ano que vivi desde que comecei a jogar futebol. A gente, como jogador, nunca pensa em passar por esses momentos, ainda mais com uma lesão gravíssima como a que tive no joelho. Desde o primeiro momento, eu procurei focar na solução, que era a recuperação. Me dediquei ao máximo no tempo em que podia treinar, buscar a melhora dos movimentos da perna, para poder ter o foco somente nessa solução e não deixar que nada de fora pudesse atrapalhar. Foquei nesse objetivo e foi cada vez melhorando mais."
"Eu me apeguei muito à minha família, que me deu muito suporte e apoio. O que eu precisava era focar na solução e a solução era me recuperar, então não tinha para onde correr. Não podia ficar lamentando. Quando foquei na recuperação, consegui me sentir melhor. Tentei esquecer o que passou, o que foi a lesão. A minha família ajudou muito, me dando apoio e suporte."
Apesar de ter feito só uma partida no último ano, Paulinho garante que se sente bem fisicamente e que a falta de ritmo de jogo não será um problema para ele durante a Olimpíada. O atacante está entre os 18 convocados por André Jardine para o torneio.
"Até o médico que me operou falou, quando fui fazer a cirurgia, que pelo meu porte físico, a recuperação seria mais tranquila. O porte físico ajuda muito. Você tendo força nos músculos, ajuda as articulações. Foi uma recuperação boa, rápida e me senti muito bem quando voltei. Na Europa, a gente treina com muita intensidade, muito parecido com a hora do jogo. Então isso faz com que nosso retorno fique mais fácil e a adaptação seja mais tranquila."
Sonho realizado e "alívio" por convocação: a missão de Paulinho agora é o ouro olímpico
Os Jogos Olímpicos de Tóquio teriam acontecido em 2020, mas foram adiados em um ano por conta da pandemia da COVID-19. Paulinho, que sempre figurava nas convocações de André Jardine, técnico da Seleção sub-23, virou dúvida para o torneio por conta de sua grave lesão. Ainda assim, foi convocado para os Jogos, que começam no dia 23 de julho. Até mesmo o atacante do Leverkusen não tinha certeza se seria convocado.
"Num primeiro momento, a gente tinha dúvida. Para mim, era 50/50. Podia ser convocado ou não por causa do ano que passei. Mas, no momento [da convocação] foi um alívio, porque esse um ano foi de um processo muito doloroso, muito intenso, por causa da recuperação."
"Não é fácil para um jogador de futebol, que está acostumado a jogar, ficar parado quase 11 meses. Então, num primeiro momento foi alívio e fiquei muito feliz pelo staff da Seleção ter confiado no meu potencial. Espero que possa retribuir nas Olimpíadas, ajudando o time a conquistar o ouro olímpico."
Além disso, Paulinho confessa que jogar Olimpíada traz um sentimento diferente e afirma que vestir a camisa da Seleção nos Jogos Olímpicos será a realização de um sonho.
"Com certeza [é diferente]. Caiu a ficha, mas todo dia eu me pego pensando que vou jogar uma Olimpíada. Desde que saiu a convocação, eu fico pensando nisso. Sempre foi um sonho, assim como a Copa do Mundo é um sonho para todos os jogadores. Então, eu realmente fico pensando e sei que é uma competição de extrema importância. O que eu mais sonho é estar na final, conquistando a medalha de ouro."
A geração que disputará Tóquio-2020 terá uma missão inédita: a de tentar defender o título olímpico, conquistado pela primeira vez na Olimpíada do Rio, em 2016. Para Paulinho, a responsabilidade é parecida com a que já existiria normalmente, mas ele indica que não deve existir pressão a mais por conta desse fator.
"Eu acho que a responsabilidade nunca foge da gente. Acho que temos de focar no trabalho que devemos fazer para ganhar e, jogo a jogo, ir atrás do objetivo que é ganhar o ouro."
"Cada um sabe da sua responsabilidade, mas acho que a gente não pode colocar essa pressão, porque isso pode acabar atrapalhando. Ninguém gosta de trabalhar sob pressão. Isso é ruim para qualquer pessoa. Mas todos sabem que o Brasil sempre briga por títulos e é isso que vamos fazer."
Na estreia, o Brasil enfrentará a Alemanha, vice-campeã olímpica em 2016, vice-campeã da Copa do Mundo em 2002 e algoz do Brasil na Copa do Mundo de 2014. O confronto, que tem muita história, é definido como especial pelo atacante.
"A gente sabe que Brasil x Alemanha é um clássico mundial. Já disputaram final de Olimpíada, final de Copa do Mundo. Eu mesmo já joguei contra a Alemanha em quartas de final de Mundial sub-17 e ganhamos com gol meu. Então realmente tem um gostinho especial, é uma seleção que também tem muita grandeza. E a gente espera trabalhar bastante na preparação para chegar na estreia e ganhar o jogo, porque a gente sabe que vai ser muito difícil."
Por fim, a mensagem de Paulinho para os torcedores da Seleção, a um mês da Olimpíada, foi sucinta, mas bem clara: "Em meu nome e em nome do grupo, posso dizer que vamos dar nosso melhor para fazer um bom trabalho nesse processo de preparação, para poder chegar na final e conquistar a medalha de ouro. Acho que a gente merece isso e a torcida do Brasil também, por estarem dando todo o suporte e apoio para a gente, mandando muita energia positiva".
Fonte: TNT Sports