Confira outros tópicos da entrevista coletiva de Marcelo Cabo após Vasco 1 x 1 Boavista
Marcelo Cabo gostou do que viu na classificação do Vasco às oitavas de final da Copa do Brasil. Após o 1 a 1 com o Boavista, na tarde desta quarta-feira, em São Januário, o treinador elogiou a entrega dos jogadores e o desempenho, especialmente o ofensivo no segundo tempo, apesar de ter passado por momentos de superioridade e pressão do adversário. Disse que a equipe controlou o jogo e criticou o gol de Pec anulado pela arbitragem. No entender do técnico, houve interferência externa na decisão.
No domingo, Cabo havia pedido melhor atitude da equipe, ao avaliar o empate com a Ponte Preta, em jogo da Série B. O comandante disse entender ter tido mudança:
- Meu sentimento.. Houve uma entrega de Vasco da Gama hoje, pegamos time super organizada, tivemos boa chances e não concluímos em gol. Eles fizeram gol, então, baixaram a linha. Tivemos dificuldade em circular a bola, mas mesmo assim criamos as chances e faltou calma para chegar ao empate. A entrada do Marquinhos Gabriel me deu a opção para ganharmos mais volume. A troca de lado do Pec e do Jabá foi fundamental. Tivemos mais profundidade. Pec fez um gol, legítimo, e depois teve a jogada do Jabá para o gol. Na minha opinião, saímos com a vitória. A gente poderia ter tido um placar mais elástico pelo o que o time entregou. Este é o quinto mata-mata que o Vasco passa, estamos nas oitavas da Copa do Brasil. Michel foi bem, ele deu mais liberdade ao Galarza. Os laterais foram bem, muito agudos. Vamos continuar construindo o time. Saio feliz.
Cabo opinou sobre o gol anulado de Pec. No entender dele, houve "interferência externa" na decisão da arbitragem de marcar mão de Cano na origem do lance. Fato que gerou revolta dos jogadores e fez Alexandre Pássaro, diretor executivo, após o apito final, ir reclamara do juiz José Mendonça da Silva Junior.
- Na minha opinião, houve interferência externa. Ouvi do quarto árbitro que foi gol. Quando o árbitro se dirige para sair a bola, ele ouve alguma coisa de fora, coloca a mão no ouvido e anula o gol. Eu estava ao lado do assistente. Em nenhum momento, ele falou que não foi gol. Mas na minha opinião houve uma interferência externa. O árbitro falava que sairia a bola no meio de campo. É um lance de interpretação. Desde o momento que ele interpreta o lance, dá o gol e não tem VAR, como é que ele anula o lance? Isso é o que eu quero entender - comentou Cabo, para completar:
- Na hora eu não vi. Vi agora a foto (do Leandrão, técnico do Boavista, segurando um celular na área técnica). Eu não posso julgar aqui se ele viu ou não viu a imagem, mas ele sacou um telefone do bolso e mostrou para o quarto árbitro. Bato na tecla: houve interferência. Vejam as imagens. Ele (árbitro) vai dar a saída, coloca a mão no ouvido e escuta algo. Anula o gol. De onde veio essa informação? Não temos VAR. Voltaram atrás em um gol legítimo do Vasco.
Questionado sobre o nível de atuação, Cabo voltou a defender o time. Mesmo que a transição ofensiva tenha sido lenta e tenha havido dificuldade contra uma equipe que disputará a Série B, o treinador apontou pontos positivos:
- Acho que tivemos o controle do jogo, boas transições. Temos que melhor o acabamento final. A equipe conseguiu entrar 45 vezes no terço final do adversário. Precisa melhorar o acabamento. Fomos intensos e tivemos o controle do jogo. Concordo que no primeiro tempo oscilamos um pouco. No segundo tempo fomos absolutos. O Vanderlei fez uma ou duas defesas, o resto foi bola aérea. Foram 25 finalizações do Vasco. Nós criamos, fomos intensos, jogamos a maior parte do jogo no campo do Boavista. Precisamos ter mais tranquilidade no terço final.
Mais respostas de Cabo
Ausência do VAR
Você está jogando uma terceira fase de Copa do Brasil. Você tem ganho técnico e financeiro. Hoje poderíamos pagar o preço de uma interpretação. Sou totalmente a favor do VAR. Não entendo como não temos o VAR numa fase aguda dessas da Copa do Brasil. Mas desde que não tenha o VAR, vale a decisão do árbitro. Ele deu o gol e três minutos voltou atrás. Deixo para os especialistas. Mas esse é um tema importante.
Dificuldades do time
Buscamos sempre o equilíbrio. Temos uma proposta de marcar em linha alta, marcar pressão. Não conseguimos ter esse volume de marcação durante 90 minutos. Do outro lado tinha um time organizado, com só um volante. Conseguimos ser equilibrados. Não saímos satisfeitos quando tomamos gol. O Vasco está na quarta fase da Copa do Brasil. É um jogo de 180 minutos, mudamos um pouco o nosso sistema. Evoluímos no aspecto defensivo. É o quarto jogo sem levar gol de bola parada, algo que nos batiam muito. O Vasco tem que fazer o placar e não levar gols. Para isso que trabalhamos, para chegar a esse nível de excelência. Agora temos que nos organizar, planejar essa vitória para Pelotas, que é uma viagem de muitas dificuldades. Mas vamos trabalhar para conseguir nossa primeira vitória (na Série B).
Dedé interessa?
O Dedé interessa qualquer time do Brasil, não seria diferente no Vasco. É um jogador que tem sua história no Vasco, mas é uma questão complexa falar sobre a chegada do Dedé nesse momento. O Dedé é um ídolo muito querido e com certeza seria muito bem-vindo em qualquer clube do Brasil.
Brasil de Pelotas, próximo adversário na Série B
Talvez seja a viagem mais difícil em termo de logística no campeonato. Será nosso terceiro jogo sem seis dias. É uma equipe que tem um jogo mais de bola aérea. Estamos estudando bem o Brasil. O que mais me preocupa é recuperar esses atletas para buscarmos um resultado positivo em Pelotas.
Fonte: ge