A padronização nos contratos do futebol do Vasco passa por metas para as categorias de base e limites mínimos de percentuais para o clube. A partir desta temporada, o clube terá no mínimo 70% dos direitos econômicos dos atletas nesta categoria. As novas cláusulas também prevêem remuneração por convocações para a seleção de base.
Para os profissionais, entre as novidades as negociações envolvem salários pré-fixados em caso de compra de direitos de atletas que estejam em empréstimo.
No último dia 23, em entrevista ao Seleção SporTV, o diretor-executivo de futebol do clube, Alexandre Pássaro, anunciou que entre outras mudanças, os novos contratos passariam a ter multa padrão, fixada em 40 milhões de euros (para transferências internacionais, uma vez que para nacionais, a multa tem limite de valor em até duas mil vezes o salário médio do atleta, dispositivo previsto na Lei Pelé).
- O que a gente precisava mudar e vem mudando é a estrutura, principalmente contratual, dos jogadores que chegam ou dos que fazem contrato na base. Vou te dar um exemplo, antes aqui, quando a gente ia firmar o primeiro contrato, quando ele tinha 16 anos, a gente tinha um único contrato, que era um formulário padrão da CBF e ali a gente colocava tudo. A gente dava, por exemplo, 10% para um empresário, 10% para outro, X% pro atleta e o clube ficava com o restante, disse o diretor que assumiu no início do ano.
O objetivo do clube é diminuir o fatiamento de atletas e tornar o clube menos vulnerável em negociações. As mudanças nos contratos dos profissionais visam criar cláusulas contratuais que protejam o clube financeiramente ao longo da relação.
Lembrando que, atualmente, direitos econômicos não podem mais pertencer a terceiros, apenas a atletas e clubes. Os empresários e agentes podem ter relações com os atletas, mediante contratos de cessão de direitos e de intermediação.
Veja abaixo, o detalhamento das mudanças nos contratos, em resposta enviada pela assessoria de imprensa do clube após dúvidas do blog:
Novos contratos:
"há uma orientação clara de que o Vasco tenha, sempre, 70% no mínimo dos direitos econômicos".
Isso foi necessário para impedir que existam situações em que os atletas sejam donos de quase a totalidade de seus direitos, tornando a parte do clube muito pequena. Em gestões não muito distantes, houve casos em que o clube detinha cerca de apenas 20% ou 30% de promessas.
Segundo o clube, "existem exceções naturais, como MT e Galarza, que se comprarmos, teremos menor percentual, pois os atuais donos permanecerão com uma fatia, já acordada".
"Para os novos casos que vieram emprestados com opção de compra, colocamos uma segunda opção de compra. Exemplo: 1mm por 50% e depois mais 25% por 750k, caso o Vasco queira. Para termos maior percentual", informou o clube, usando números fictícios apenas como exemplos.
Aumento de salário da base:
"Antes, alguns tinham aumento de salários dependendo de participação como titular no profissional em 5 jogos, outros 10 jogos, outros 15 jogos consecutivos, outros se só relacionado e assim por diante. Não existia um só padrão. Hoje, há uma só meta estabelecida para todos que assinam ou renovam contrato na base.
Exemplos: quando e se o ATLETA participar de 10 (dez) partidas oficiais pela equipe profissional e principal do VASCO, tendo atuado por, pelo menos, 45 (quarenta e cinco) minutos e quando e se o ATLETA participar de 20 (vinte) partidas oficiais pela equipe profissional e principal do VASCO, tendo atuado por, pelo menos, 45 (quarenta e cinco) minutos em cada uma delas".
Multa padrão:
"Os novos contratos - de base e profissional - têm multa padrão de 40.000.000,00 de Euros, exceto em casos previamente negociados, como o do Rômulo e quando os jogadores são emprestados, porque aí depende do acordo com os clubes de origem".
Metas na seleção brasileira de base:
"Para jogadores que são monitorados pela seleção, existem metas de produtividade específicas por convocação de Seleção de Base e, se nesta convocação o atleta jogar mais que 50% dos minutos (seja amistosos ou competição de base), o valor é majorado".
Salários pré-fixados:
"Regra para que TODOS os jogadores que chegam por empréstimos com opção de compra, já cheguem com os salários futuros (no caso de compra) definidos. Hoje, existem jogadores emprestados ao Vasco que não têm acordado os valores futuros em caso de compra. Isso deixa o Vasco exposto, porque pode ser que o Vasco queira comprar mas não chegue a um acordo com o atleta".
Fonte: Blog da Gabriela Moreira - ge