Confira outros tópicos da entrevista coletiva de Marcelo Cabo após Urubu 1 x 3 Vasco
Quinta-feira, 15/04/2021 - 22:24
O Vasco encerrou o jejum de 17 jogos no Clássico dos Milhões da melhor forma. Venceu o Flamengo por 3 a 1 com autoridade no Maracanã. Sistema defensivo sólido e um ataque mortal, que botou para dentro três das oito finalizações, marcaram o triunfo. Após o duelo, o treinador Marcelo Cabo exaltou a equipe.
- Já quero começar dando boa noite à torcida do Vasco. Tudo que eles viram em campo foi para o nosso torcedor, que vem machucado e triste. Essa vitória é para eles. O Vasco estava há 17 jogos sem vencer o clássico. Venceu e convenceu. Dedicar ao nosso torcedor. Essa vitória é para eles. Eles acreditam muito no nosso trabalho. Tive uma semana aberta do nosso trabalho.
Cabo ainda deu uma resposta ao adiamento que causou irritação entre os vascaínos. Na segunda-feira à noite, sem aviso prévio ao clube, a Federação de Futebol do Rio adiou o clássico de quarta para quinta, a pedido do Flamengo.
Para o técnico do Vasco, o oitavo dia de treinamento pós-vitória sobre o Tombense foi fundamental para acertar o jogo aéreo, fundamental no qual o time abriu o placar com Léo Matos.
- O plus da nossa vitória foi esse adiamento. Trabalhei bastante a bola aérea. Ganhamos um dia. O Vasco é gigante, ele é muito grande. Ganhar clássico para o Vasco é normal, classificar na Copa do Brasil é normal. O que eles viram hoje vai ser o que vamos lutar para sempre.
Confira outros tópicos:
Tamanho da vitória
- Vitória do tamanho do Vasco. Foi a primeira vez que tive uma semana para trabalhar com meus jogadores e ganhei mais um dia. Os grandes protagonistas foram os jogadores. Se foi surpresa para muitos fora do Vasco, internamente sabíamos que éramos capazes. Enfrentamos um time muito capacitado, que valorizou muito nossa vitória. Vasco se mostrou muito organizado e só nos dá confiança de que estamos no caminho certo. Ganhar Clássico dos Milhões, classificar e ganhar títulos para o Vasco tem que ser normal. Ainda não tivemos Vanderlei e Romulo, estamos construindo o Vasco para a temporada. A gente sempre falou que ia buscar essa classificação. Se tivéssemos 1%, íamos buscar. E mostramos em campo.
Vitória pessoal
- Para mim, é muito importante. Sou do Rio, meus amigos de infância da Penha me mandaram mensagens e força. Voltar ao Rio e ganhar um clássico contra o Flamengo é muito importante. É um passo na nossa trajetória. Precisamos enaltecer o que a equipe ofereceu em questão tática e entrega. Eles se entregaram a cada palmo do campo.
Lopes citado como referência e chateação com o adiamento
- Falar do professor Lopes, que é um dos maiores treinadores da história do Vasco da Gama... É um professor que tenho, amigo pessoal e inspiração muito grande. Fiquei muito triste e chateado quando terminou o treino segunda-feira e soubemos que adiaram um jogo dali a 48 horas. Futebol não se faz de supetão, a gente já estava com tudo planejado e organizado. Se é falta de respeito ou não, não vou julgar. Me senti muito chateado, mas pude repaginar meu planejamento. Mas isso pode ter sido um grande combustível para buscar a vitória.
Significado pessoal
- Primeiro agradecer ao Vasco pela oportunidade. Ao Salgado, ao Osório, ao Pássaro por confiarem no meu trabalho. Me confiaram o projeto. Eu sou carioca, da Penha. Meus amigos me mandaram muita mensagem, aí se entende o que representa.
Pec recuado
- Você pega um time da qualificação do Flamengo. Sem a bola, temos que ser intensos para recuperar. Com ela, temos que ter a expertise para criar situações. Se você não tiver doação dos 10 jogadores pressionando o adversário... A gente tem marcação zonal... Devo ter gritando o nome do Cano umas 30 vezes no jogo. Preciso da ajuda dele, e ele me ajudou bastante. Por isso o Pec saiu cansado, pela função de bloquear a descida do lateral do Flamengo. Nossa marcação começa no Cano e termina no Lucão.
Papo na parada e previsão do gol de Morato
- Chamei Morato no tempo técnico porque ele já tinha amarelo. Ele disputou uma bola que poderia ser de interpretação. Falei: "Cara, não posso te perder nesse jogo porque preciso fazer o terceiro gol. Equilibra, posiciona e vamos lá que você vai fazer o terceiro gol". E foi o que aconteceu.
Confiança na diretoria e torcida orgulhosa
- Fizemos reunião dos 30 dias do meu trabalho. O Vasco, apesar de estar se reconstruindo como clube e equipe, é muito organizado hoje. O Vasco tem passado muita perspectiva para o nosso futuro. Na segunda-feira, quando tivemos o jogo adiado, tivemos reunião até 1h da manhã com três membros da diretoria. Cada vez que faço essas reuniões fico mais convicto da minha vinda para o Vasco. Cada dia tenho mais prazer de trabalhar no CT. O que a diretoria tem me dado no dia a dia me dá convicção de que estamos no caminho certo. Dificuldade nós vamos ter, mas estamos preparados para dar o que mostramos hoje: entrega. Nosso torcedor vai dormir muito alegre e vai acordar com orgulho para andar com a camisa do Vasco pela cidade.
Peso tirado das costas do elenco por Cabo
- Primeira coisa que procurei fazer nessa semana foi tirar esse peso de 17 jogos do Flamengo. Busquei leveza, tranquilidade e convicção. Sentei com Pássaro, comunicação e com a Maíra, nossa psicóloga. Procuramos tirar qualquer bagagem extra do time do Vasco para esse jogo. Fui até um pouco mal interpretado quando falei que esses 17 jogos não eram problema meu. Não posso modificar os 17 jogos para trás, mas posso fazer nova história. Claro que me chateia porque trabalho no Vasco da Gama, mas não precisava trazer esse peso.
Frase motivacional: "Nós só temos uma bala"
- Trabalhamos uma frase motivacional e colocamos um vídeo bem curto de um atirador de elite do Bope. E é muito bem alinhado com o comandante. Eles trabalham quatro horas para dar um tiro. Conversamos que tínhamos uma bala para acertar nesse jogo, como o sniper não pode errar. Os jogadores compraram essa ideia e entraram bem focados nesse jogo.
Pedido de entrega e explicação da "única bala"
- Pedi que eles fossem além do limite deles. E, se fosse possível no final do jogo, nós daríamos ajudar para eles saírem do campo. Se não estivéssemos perto do limite, não ganharíamos. A gente oscilou. Gosto muito do jogo propositivo e apoiado. Gosto muito de marcar pressão. Flamengo por muitas vezes nos colocou no bloco baixo, e a equipe estava preparada para o jogo reativo. Hoje foi uma amostra de que podemos conseguir muita coisa. Quando falei que tínhamos um único tiro, é que a gente só teria essa chance para continuar vivo no Carioca. Fiz uma analogia e disse que precisávamos ser fortes.
Fonte: ge