No último sábado, nos do Vasco 4 a 2 sobre o Bangu, Tiago Reis fez pela primeira vez como profissional o famoso "hat-trick", termo inglês utilizado para se referir a três gols numa partida só. Aliás, o Alvirrubro traz sorte para o jovem de 21 anos. Dos 10 gols marcados desde que subiu, cinco foram contra o clube da Zona Oeste. A boa atuação, na visão de Tiago, tem motivos em especial: a repetição nas finalizações e o posicionamento.
- Foi bom demais, eu sou um cara muito trabalhador. Se você perguntar a qualquer um no clube, vai falar que eu estou trabalhando, seja na academia ou no campo fazendo finalização. Todo dia peço para fazer finalizações, gosto muito de fazer gols. Graças a Deus saiu meu "hat-trick". A gente joga videogame e fica nessa resenha de sempre (risos). Que seja o primeiro "hat-trick" de muitos.
Dos três gols, um veio do rebote do pênalti que ele próprio perdeu, outro de cabeça e o último chapando de primeira cruzamento de Cayo Tenório. Tiago elege o terceiro como o seu favorito.
- O que o Tenório rolou para trás. A gente tinha combinado essa bola. Eu falei: "Pô, mano, estou sozinho atrás, dá uma que vai sair o gol". E acabou saindo, tirei do goleiro e deu tudo certo. Acho que foi o que falei antes: é o posicionamento que tenho. Se você se posicionar bem acaba com qualquer zaga. Estava todo mundo esperando uma bola alçada na área, e eu tinha combinado com ele.
Confira a íntegra do papo com o artilheiro do último sábado, que soma 10 gols em 48 jogos como profissional do Vasco:
Torcida estava pegando no seu pé. Você começa 2019 voando, mas depois não mantém o nível. Em 2020, tem menos oportunidades. Quando você perde o pênalti ali contra o Bangu, vê que não bateu bem mas marca no rebote, veio a sensação de alívio?
- Quanto a isso, sou tranquilo. Quando as coisas estavam boas, eu continuei trabalhando, não subiu à cabeça. Estava faltando esse faro de gol que eu tenho. Às vezes a bola passa raspando a trave. Chuto bem, cruzado, e bola raspa a trave. Como eu falei, abriu a porteira (risos). Ali a bola sempre sobra para o atacante e, graças a Deus, deu tudo certo.
Desde o ano passado, falam que o Vasco precisa de um reserva para o Cano. Precisa mesmo ou você é ainda aquele cara da Copa São Paulo e dá conta? E quem sabe pode até brigar pela camisa 9 um dia?
- Venho trabalhando para isso, tenho confiança no trabalho que eu faço, acho que o grupo também tem confiança em mim, todos sabem do meu potencial. Estou aí para ajudar o Vasco no que precisar, entrando nos jogos ou sendo titular. Vou buscar as vitórias, e esse ano vai dar muitas alegrias para o Vascão. Vamos que vamos.
Em 2021, o que você acha que tem de bom para aprimorar e que vê como seus pontos fracos?
- Acho que tenho muito posicionamento na área. Esse meu faro de gol às vezes tem a ver com meu posicionamento. Me concentro muito no lugar certo e na hora certa para fazer os gols. Meu ponto fraco pode ser a bola aérea, às vezes brigar com os zagueiros, que normalmente são um pouco mais altos do que eu.
- Mas é uma coisa que estou combinando com os nossos zagueiros, de fazer a diagonal na hora de eles fatiarem a bola. Estou me adaptando. Graças a Deus está indo tudo certo, nosso time está bem, e ontem (sábado) foi uma prova disso.
No início da temporada, você não conseguiu fazer os gols, e a torcida veio em cima. Chegou a temer uma possível saída, o clube discutiu contigo em algum momento um possível empréstimo? Chegou a pensar num final de ciclo?
- Sou muito grato ao Vasco por tudo que fizeram por mim desde 2018, quando cheguei à base. Em nenhum momento, eu pedi para sair, abaixei a cabeça ou fiz cara feia. Sempre trabalhei, sempre busquei o meu melhor, e eles me deram confiança. Em nenhum momento me chamaram para falar nada, sempre me deram apoio para trabalhar. As coisas ia acontecer na hora certa, graças a Deus aconteceram. Nosso time sempre vai buscar a vitória junto, é um elenco fechado. Todos correm um pelo outro e, graças a Deus, está dando tudo certo.
Quais seus sonhos, metas e objetivos para 2021 com o Vasco?
- Meu sonho é fazer uma excelente Série B, levar o Vasco de volta à Série A, que é o mais importante. E nessa caminhada ser um dos artilheiros. Tenho faro de gol, sou um finalizador nato. Meu sonho é subir com o Vasco e ser um dos destaques junto com o time. O mais importante é voltar à elite, é por isso que a gente vai brigar. Se Deus quiser vamos ser campeões. E junto a isso a Copa do Brasil, que é um investimento muito bom. Vamos dar a vida nesses dois campeonatos.
Fonte: ge