Futebol 7 Feminino: Rafaela, Alice, Kamila e Eliane falam sobre o desafio de representar o Vasco
Lugar de mulher é onde ela quiser! Pode ser no futsal ou, então, nos campos de "society". E porque não nos dois? Para lembrar o mês das mulheres e mostrar como a participação do sexo feminino no futebol só cresce, hoje contamos as histórias das atletas brusquenses Elyzama Rafaela de Aquino, 29 anos; Alice Tarter, 30; Kamila Nere de Oliveira, 32; e Eliane Schossler, 30. Além da paixão pelo futebol, todas têm uma coisa em comum: a superação. Das partidas semanais e das competições amadoras em Brusque, elas passaram a atuar juntas, de maneira profissional, pelo time de Fut7 do Vasco da Gama (RJ).
O convite para integrar a equipe carioca partiu do técnico Maicon Boos, no final de 2019. O comandante, eleito o melhor técnico da liga Fut7 em 2020, viu nas gurias o talento que precisava para integrar o Vascão. A ‘descoberta' ocorreu no fim do Campeonato Catarinense de Fut7, enquanto ainda dirigia a equipe do Avaí. "Foi um grande salto para nós, até mesmo para a visibilidade do Fut7 e do futebol feminino", ressalta Kamila, que atua como goleira.
Para a meia lateral Alice, jogar em uma grande equipe do futebol nacional está sendo a realização de um sonho. "É surreal fazer parte de uma equipe tão vitoriosa. Vasco da Gama é um time que chegou para ficar e fazer história. Aprendo e cresço cada dia mais ao lado delas. Vestir essa camisa de peso é uma honra".
Hoje, o Vasco da Gama possui aproximadamente 20 atletas. Por esta razão, não é sempre que as quatro boleiras estão juntas ao mesmo tempo dentro de campo. Porém, quando isso acontece, é entrosamento na certa. "Jogar com as meninas aqui da cidade é fácil, a gente se conhece há mais de 10 anos. Mas o time inclui meninas do Paraná, Joinville, Floripa… Então, para ter um entrosamento bacana, treinamos todas juntas nos sábados a tarde", explica a fixa/ala Rafaela.
Paixão que vem de berço
"Desde pequena meu pai me levava nos jogos dele e a cada dia eu tinha mais certeza que eu queria ser uma jogadora de futebol. Comecei a competir com 7 anos de idade, e até meus 18 eu joguei diversas competições. Depois de 10 anos, resolvi voltar a fazer e focar no que eu mais amo, que é jogar futebol. O Fut7 chegou na minha vida pra me mostrar que tudo é possível quando se quer algo e quando se luta por um sonho". comenta Alice Tarter.
"Acho que jogo futebol desde a barriga da minha mãe (risos). Desde pequena eu estava metida nos campeonatos escolares, Moleque Bom de Bola e tudo mais. Com 13 anos entrei para o futsal de maneira profissional. Com meus 16 anos me afastei por falta de valorização financeira. Em 2019 ingressei no Fut7. A modalidade vem crescendo absurdamente. Eles tratam o feminino com a mesma igualdade que o masculino, e nos proporcionam viajar pelo mundo afora para fazer aquilo que mais amamos". destaca Elyzama Rafaela de Aquino.
"Cheguei em Brusque com 12 anos e foi aqui que comecei a criar gosto pelo futebol. Na escola eu via as meninas jogando e muito bem, e isso simplesmente fez com que meus olhos brilhassem. Então dá pra colocar uns 20 anos mais ou menos. Não era boa na linha, e é aquela história, se não joga bem vai pro gol, e desde o ínicio eu fui muito bem, foi a melhor coisa que aconteceu". ressalta Kamila Nere de Oliveira.
"Desde pequena eu corria atrás da minha irmã quando ela saía para jogar; e sempre que faltava alguém eu me metia a jogar. Me mudei para Santa Catarina, comecei a jogar e estudar, mas não consegui manter isso por muito tempo. Tive que parar e começar a trabalhar. Entrei para o Fut7 no ano de 2019. A modalidade vem crescendo muito". comenta Eliane Schossler.
2020 pode ser considerado um ano incrível para as vascaínas. O começo do ano foi de conquista da Copa do Brasil. Em seguida, veio o título do Campeonato Carioca e da Liga Nacional de Fut7. Agora, o Vasco da Gama também é finalista da Liga das Américas. A grande decisão ocorre em 2021 e o campeão garante vaga no Mundial de Clubes, que neste ano deve ser sediado no Brasil. "É preciso muita dedicação e trabalho, não só pelo time, mas também para representar da melhor forma possível todos aqueles que nos apoiam e incentivam", finaliza a volante/meia Eliane.
EsporteSC parabeniza tanto as quatro atletas, quanto todas as mulheres que, apesar das dificuldades impostas por um ambiente esportivo muitas vezes tóxico, não se deixam abalar e continuam seguindo o sonho de fazerem o que mais amam.
Fonte: Esporte SC