Goleiro titular do Vasco e engajado na luta antirracista, Lucão lidera homenagens a Barbosa
Em meio às homenagens a Barbosa, o Vasco enfrenta o Madureira, às 15h30, em Xerém, com um negro no gol: Lucão, que nesta sexta posou com a camisa comemorativa do centenário do ídolo e com o gesto do punho cerrado (símbolo do movimento negro). Mas sua ligação com o ex-goleiro vai além da cor.
Como a maioria das crias do Vasco, Lucão estudou no Colégio Vasco da Gama. Um dos trabalhos era pesquisar a história de ídolos do clube. Foi assim que teve seu primeiro contato com quem hoje o inspira.
— Assim que cheguei no Vasco o pessoal já dizia que eu tinha um pouco das características dele. E, no colégio, quando tinha trabalho, eu procurava ir atrás de goleiros. Assim consegui conhecer a história dele. Acabei me aprofundando mais. Vi que alguns detalhes eram parecidos comigo mesmo e que ele abriu portas para a gente. Se hoje há goleiros pretos jogando por aí acredito que foi ele que começou esta história — afirma Lucão.
Engajado na luta antirracista, Lucão denuncia a presença do estigma do goleiro preto ainda nos dias de hoje. Após um Campeonato Brasileiro em que, dos 72 arqueiros participantes, apenas 16 eram negros, ele alerta para a necessidade de se dar mais oportunidades.
— Você pega o Brasileiro do ano passado e vê poucos goleiros pretos atuando. Lembro agora de mim, do Neneca, do Flamengo; e do Jailson, do Palmeiras. Ainda são números pequenos que a gente queria ver crescer — aponta o goleiro, de 20 anos, que enaltece o histórico do Vasco na luta contra o racismo.
— Mas ainda bem que tem um Gigante da Colina que, a cada ano, mostra a sua importância por ser pioneiro nisso. Então a gente acredita que, um dia, isso possa se tornar comum em todos os clubes. E que esse estigma acabe logo, porque ainda sofremos com ele.
Fonte: O Globo Online