Ex-médico do Vasco, Clóvis Munhoz fala sobre a pandemia e a possível paralisação do futebol
A discussão sobre uma nova paralisação do futebol no Brasil por conta da piora dos números da Covid-19 no país segue a todo vapor. Por conta disso, o Jogada 10 entrou em contato com o Dr. Clóvis Munhoz, ex-médico do Vasco durante 35 anos, para saber a opinião do experiente ortopedista. E cabe lembrar que ele sofreu com a doença: ficou 62 dias internado em um hospital no Rio de Janeiro e, ao receber alta, ouviu o grito de ‘Casaca' e aplausos dos presentes.
Segundo o médico de 70 anos, não deverá haver necessidade de se paralisar as competições brasileiras. Mas isso, somente se os cuidados sigam sendo tomados. Para ele, o mais preocupante são as aglomerações nos centros urbanos, com muita gente indo às praias, bares e restaurantes. Com isso, segundo Clóvis Munhoz, as pessoas se colocam e risco e pior: oferecem perigo às pessoas pertencentes aos grupos de risco. Ele, no entanto, defende que os jogos sigam sendo sem público.
"Eu não acho que o futebol deva parar, desde que continue sendo sem público, que continuem sendo tomados os cuidados na preparação dos atletas, das comissões técnicas, como vêm sendo feito até agora, desde que haja testagens periódicas, acho que o futebol pode continuar. Muito diferente das aglomerações que a gente vê no dia a dia nos bares, praias, restaurantes. Isso devia parar. O povo deveria se conscientizar do risco que está correndo e principalmente do risco que está provocando nos idosos, nos cardiopatas, pneumopatas, obesos, fumantes.. Essa conscientização é que está faltando. Acho que o futebol não está atrapalhando a evolução ruim da Covid, o que está atrapalhando é o mau comportamento e o descomprometimento da população em relação os cuidados que deve tomar, principalmente em não aglomerar, usar máscara e lavar as mãos", afirmou o ex-médico do Vasco.
Perguntado se não seria melhor adiar o início da Copa do Brasil, competição que prevê deslocações grandes das delegações das equipes entre estados, Munhoz afirmou que não há a necessidade, desde que os devidos cuidados sejam seguidos.
"Desde que os cuidados continuem a serem tomados, como eu falei antes, e o distanciamento seja respeitado nas viagens, nas concentrações, nos hotéis, não vejo porque adiar não", finalizou.
Clóvis Munhoz foi médico do Vasco por duas oportunidades: primeiro, de 1980 até 2004, depois, de 2008 até 2015; tendo participado da delegação que conquistou três vezes o Campeonato Brasileiro, Libertadores, Mercosul, além de inúmeros estaduais.
Fonte: Jogada 10