A realidade bate à porta do Vasco, que começou na segunda-feira, com uma reunião da diretoria, o seu planejamento para a disputa da Segunda Divisão. Uma opção já está na mesa: a permanência de Vanderlei Luxemburgo, que se ofereceu para seguir à frente da equipe após o empate com o Corinthians, no domingo. Entretanto, há outros caminhos no horizonte do cruz-maltino além da sequência do trabalho atual. Um deles é priorizar um profissional que tenha experiência na Série B.
Até hoje, o clube não recorreu ao recurso de contratar treinadores com bagagem acumulada na divisão de acesso. Nas três vezes anteriores em que foi rebaixado, o Vasco optou por profissionais com histórico na Primeira Divisão. Foi o caso em 2009, quando subiu com Dorival Júnior; em 2014, quando começou temporada com Adilson Batista e terminou com Joel Santana; e o mesmo se repetiu em 2016, quando voltou à elite do futebol brasileiro com Jorginho à frente do elenco.
Entretanto, há diferenças significativas entre as três passagens anteriores pela Série B e a provável queda agora. Com a expectativa de diminuição drástica na receita de direitos de transmissão, o que não ocorreu no passado, o Vasco precisará montar elenco e comissão técnica bem mais humildes em termos de valores investidos.
Além disso, espera-se uma dificuldade grande na competição em 2021, que terá Cruzeiro, Botafogo, Coritiba e Goiás como as principais forças. O clube de General Severiano, inclusive, já fez sua escolha para o trabalho em 2021 e Marcelo Chamusca foi contratado, entre outros motivos, justamente por ser um treinador com larga experiência na Segunda Divisão. Os mineiros tiveram a mesma estratégia: após investirem alto na contratação de Luiz Felipe Scolari e não conseguirem subir, foram atrás de Felipe Conceição, outro técnico que já conhece bem a Série B.
— O Vasco precisa montar um elenco que seja bom para disputar a Série B, que é uma competição muito difícil. Quero participar desse planejamento, dessa reconstrução — disse, no domingo, Vanderlei Luxemburgo.
VP longe dos planos
Ter um técnico veterano de Série B não é garantia de acesso, ainda que existam alguns nomes que colecionam bons resultados de 2011 para cá. Guto Ferreira e Geninho, cada um com três, foram os que mais subiram no período. Com dois acessos à Primeira Divisão cada, outros nomes se destacaram: Marcelo Cabo, Gilson Kleina, Jorginho e Enderson Moreira.
Entre as definições no horizonte do presidente Jorge Salgado, além da escolha do técnico que terá a missão de levar o Vasco de volta à elite do futebol nacional, o dirigente também deve acelerar a busca pelo novo vice-presidente de futebol.
José Luiz Moreira é carta fora do baralho. Após ser mantido na diretoria pela nova gestão ao menos até o fim do Campeonato Brasileiro, o dirigente foi escanteado das principais decisões do departamento de futebol. Ele não participou do plano de 15 dias elaborado pelo clube para tentar evitar o rebaixamento para a Série B do Brasileiro.
STJD é esperança
Com mais uma rodada para disputar no Brasileiro e chance de escapar do rebaixamento, ao menos matematicamente, o Vasco se rendeu à ressaca da queda virtual. O plano de 15 dias, elaborado pela diretoria para evitar o pior, foi abortado após o empate com o Corinthians. Nele constava treinos todos os dias até o fim da competição, mas ontem a atividade foi cancelada e os jogadores ganham folga.
O time voltará a campo na quinta-feira, contra o Goiás, pela última rodada. Matematicamente, o Vasco ainda tem chance de salvação: teria de vencer, torcer por uma derrota do Fortaleza para o Fluminense e ainda tirar uma diferença de 12 gols de saldo em relação aos cearenses.
Sem esperanças de que isso aconteça, o Vasco seguirá para a rodada final de olho na decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) de abrir ou não julgamento para a anulação da partida contra o Internacional. O cruz-maltino tenta um novo jogo depois que o VAR falhou justamente na hora de conferir se o primeiro gol dos gaúchos foi legal.
Fonte: Extra Online