Luxemburgo explica declaração pós-clássico: 'Essa camisa pesa demais'
Sexta-feira, 05/02/2021 - 15:35
Por conta de um problema técnico, Vanderlei Luxemburgo respondeu apenas duas perguntas após a derrota no clássico contra o Flamengo. Em uma delas, causou mal-estar entre os torcedores ao dizer que jogo contra rival "você descartada" pois o adversário está "em outro patamar". Nesta sexta, o treinador deu continuidade à entrevista e explicou sua declaração. Luxa abriu com um pronunciamento.
- A grandeza do Vasco é igual à do Flamengo. Essa camisa pesa demais. Tem grandes conquistas, como o Flamengo. O que eu quis dizer é que nesse jogo, a rivalidade já está no contexto. O que eu quis dizer é que o patamar que o Flamengo está é outro. Estão brigando pelo título e nós contra o rebaixamento. Momentaneamente o Flamengo está em um nível superior, mas isso não denigre a história do Vasco. São duas coisas diferentes.
- A grandeza do Vasco ninguém vai tirar. Você pode entrar num jogo como o de ontem e ganhar. Igualamos no segundo tempo e fomos para o pau. O Vasco não pode se sentir menor que o Flamengo nunca. O que cabe a nós é manter o Vasco na primeira divisão e buscar o Vasco que nós conhecemos, que é grandioso, que se sente orgulho de vestir a camisa. Esse nós queremos resgatar.
Luxemburgo afirmou também que pretende fazer as entrevistas coletivas pós-jogo no dia seguinte às partidas. Para ele, é possível se analisar melhor as partidas desta forma.
- Eu acho que uma entrevista pós-jogo é muito complexa, pois está de sangue quente e muitas coisas podem ser faladas. No dia seguinte dá para você analisar muitas coisas que perceberam o jogo com mais calma. Acho que é uma coisa que solicitaremos à comunicação do Vasco para fazermos no dia seguinte.
Outros trechos
Projeção
- Estamos fora da zona. Se terminasse o campeonato hoje, o Vasco não cairia. Toda análise precoce inexiste. Se terminasse hoje, a proposta seria concretizada. Não dá para dizer como vai estar daqui a quatro rodadas. Estamos jogando o nosso campeonato e acho que estamos jogando bem. Algumas coisas de tabela têm acontecido que favorecem o nosso time. Se você termina hoje, o Vasco se manteria. Não estamos na zona de rebaixamento, temos jogos decisivos, e ninguém diz que o Vasco vai cair. Quero ver alguém dizer: "O Vasco vai cair". Acho que há três ou quatro candidatos lutando por uma vaga.
Pec
- Imagina se na sua primeira entrevista você gagueja bastante e não lhe dou outras oportunidades. Claro que ele vai ter outras. Não adianta queimar o Talles e agora precipitar o Pec. O Talles, o Pec e o Juninho vão ter oportunidades. A gente não consegue resolver de uma vez só. Pec mostrou que é talentoso, mas está distante de ser a solução, ainda mais no momento complicado que o clube vive. A gente procura afastar isso e preservar esses meninos, que são patrimônio do clube.
Parte psicológica
- A Maíra aqui trabalha todos os dias com os jogadores, conversando com eles, abordando os temas mais complexa, tentando neutralizar a parte externa. Para que essa parte externa. Se você for na rede social, é porradaria para tudo quanto é lado. Se você ficar com isso na mente, você não consegue jogar. Ontem mesmo já abordamos que o jogo ficou para trás. Só vinha hoje porque ontem teve problema de ordem técnica. A partir de agora vamos falar só no pós-jogo, porque é muito melhor falar com tranquilidade.
Cartões de Léo Matos
- Se eu pudesse pedir tempo no futebol, ele não tomava o cartão, não tem tempo técnico (risos). Jogador forte, voluntarioso e tem cometido algumas faltas desnecessárias. Gritei naquela hora. O jogador tá de costas, e eles fazem faltas desnecessárias. É só jogá-los mais para a dificuldade. Tenho conversado bastante com ele por conta da força excessiva dentro do jogo. Ele jogou na Europa por muito tempo, jogou na Rússia, onde o couro come. Ele está com a Rússia no corpo ontem. Apesar de o Claus deixar o jogo correr, ele deixa a jogada seguir.
Acho o Claus o melhor juiz, mas acho que estão se equivocando de ver jogo diferente. Não adianta querer deixar o jogo correr. Claus e Wilton são meus amigos. São críticas construtivas. Jogo do árbitro é apitar o jogo que existe, não apitar o jogo que ele acha que existe. Faltinha ou faltona, porrada ou porradão existem para eles coibirem. São os melhores árbitros, mas outros estão seguindo essa linha de deixar o jogo o seguir. Faltas sequenciais, trocando jogadores para fazer faltas, são cinco ou seis faltas seguidas. Ele tem que dar o cartão amarelo, ele pode proibir e não deixar seguir. Se ele der o amarelo para o camarada, duvido que ele vá fazer outra de novo
Viagem antecipada
A programação está feita, temos jogo decisivo contra o Fortaleza. Infelizmente não dá para dar folga. Vamos fazer alguma coisa amanhã e no domingo. Vamos antecipar a viagem para segunda-feira.
Tenório ou Pikachu na vaga de Léo Matos?
O Tenorinho tem entrado muito bem, e eu vou analisar o time do Fortaleza, já estamos analisando. Pikachu é lateral, ontem jogou bem como lateral, está com força e bem preparado, Juninho entrou muito bem no lado direito e por dentro. Se movimentou muito bem. Temos que ver o jeito como nós vamos jogar.
Fonte: ge
Luxa quer ficar no Vasco por mais dois anos com meta de retornar à elite sul-americana: "Mudar essa história"
Após ter dito logo após a derrota por 2 a 0 para o Flamengo, ainda na quinta-feira, que o rival está em outro patamar de disputa em relação ao Vasco, Vanderlei Luxemburgo concedeu nova coletiva nesta sexta. E justamente o desnível entre os adversários num histórico recente foi abordado à exaustão para o treinador.
Luxa disse que tem o desejo de "mudar essa história", referindo-se à superioridade do Flamengo e ao atual estágio do Vasco dentro dos cenários nacional e internacional, mas destacou que para isso é necessário seguir no clube por pelo menos duas temporadas.
- Não gostaria de entrar no mérito do que aconteceu com o Vasco nos últimos anos, não tenho que analisar. Todos vocês sabem o que aconteceu com o Vasco que gerou esse desnível. Quero participar dessa mudança. Hoje eu estou aqui para ajudar o Vasco a mudar essa história. Tenho falado com os jogadores isso todos os dias. No ano que vem quero um campeonato diferente, com o Vasco brigando na parte de cima da tabela.
- Eu quero ficar no Vasco para brigar na parte de cima da tabela. Não só por um ano, mas quero ficar dois anos pensando na reestruturação, em busca de um grande time, um grande clube restruturado. Quero isso no término da minha carreira. Quero participar dessa história que comecei lá atrás e quero terminar na elite do futebol brasileiro e do sul-americano, com o Vasco disputando Libertadores e grandes competições sul-americanas - afirmou Luxa.
Questionado sobre uma eventual discussão de renovação de contrato após o término do Brasileirão 2020, ele reiterou que tem de ser colocado na mesa um projeto para o Vasco revisitar o passado glorioso.
- Sobre renovar contrato com Vasco, é claro que vamos ter que ter uma conversa para ver qual proposta que o Vasco tem para se reencontrar com sua história. Os mais velhos conhecem muito bem essa história da Cruz de Malta, da tradição, que consegue fazer jogar de igual para igual.
Luxa foi além e disse que a reestruturação não se restringe à remontagem de um time de futebol, mas também passa por investimento em marketing e num bom tratamento à base vascaína.
- Só existe uma única maneira de se reencontrar com as grandes conquistas e grandeza do clube: fazer time de futebol bom. Vem torcida, vem sócio-torcedor, faz marketing, consegue trazer bons jogadores. Está aí o segredo do futebol. Não adianta fazer isso e aquilo, diminuir conta. Hoje você tem 60, 70, 80 milhões de dólares de ativo dessa garotada.
Ativos como Talles, Juninho e Gabriel Pec, que Luxemburgo vem utilizando com frequência:
- Eu sei que o Talles é visto no mercado como um jogador promissor, assim como Pec, Juninho, Bruno Gomes, que estão sendo observados pelo mercado internacional. Você tem que manter isso para que o clube busque recursos para investir no futebol. O jogador é matéria-prima. Ele não é só meu funcionário. Ele é meu patrimônio e vale dinheiro. Tem que saber gerir. Para se reencontrar como clube, é fazer time de futebol para brigar de igual para igual com outras equipes.
Fonte: ge
AO VIVO - Entrevista coletiva com Vanderlei Luxemburgo