Carlos Leite emprestou dinheiro para retorno de Benítez e, junto com Salgado, avalizou empréstimo para pagar atrasados
Um dos últimos atos da gestão do presidente Alexandre Campello, já na transição para que Jorge Salgado assumisse o clube, foi o empréstimo de Martín Benítez, obtido graças ao empréstimo do empresário Carlos Leite. O argentino, que havia retornado ao Independiente (ARG) no fim de dezembro, era um pedido do técnico Vanderlei Luxemburgo para a reta final do Brasileiro, que via no jogador um nome importante para manter o time na Primeira Divisão.
Campello foi até os argentinos negociar um novo contrato, mas esbarrou no pedido de recompensação financeira para que o jogador fosse emprestado mais uma vez. Sem dinheiro em caixa, o dirigente recorreu ao representante de jogadores para que o negócio fosse viabilizado financeiramente.
Jorge Salgado, inicialmente, era contrário ao empréstimo com custos, mas diante da condição imposta pelo Independiente, acenou positivamente para o gasto. Ele e Carlos Leite conversaram sobre a transação.
O novo repasse temporário de Benítez custou ao Vasco cerca de R$ 1,3 milhão em um compromisso que vai até 30 de junho de 2021. O clube tem a possibilidade de adquirir os direitos econômicos do jogador definitamente no encerramento do empréstimo. Caso o jogador receba proposta de um terceiro clube, o Vasco tem o direito de cobrir ou então será obrigado a liberar o jogador, sendo indenizado proporcionalmente pelo clube argentino.
Avalistas em empréstimo
Nas conversas sobre o empréstimo para o retorno de Benítez, Alexandre Campello, Jorge Salgado e Carlos Leite trataram também da necessidade do clube de obter avalistas para um empréstimo para o pagamento de salários atrasados.
Ficou acertado que o presidente eleito, na ocasião ainda não empossado, e o empresário seriam os avalistas para o Vasco conseguir pagar, no começo de janeiro, os vencimentos de outubro.
Depois, com Jorge Salgado já na presidência, o Vasco conseguiu efetuar o pagamento de mais um mês de salários atrasados. A expectativa da diiretoria é conseguir, até março, normalizar os pagamentos de jogadores e funcionários.
Carlos Leite foi um dos principais parceiros financeiros do Vasco na gestão de Alexandre Campello. De acordo com o balanço de 2019, o representante de jogadores foi fiador de um empréstimo de cerca de R$ 12 milhões obtidos junto ao Banco Safra em 2017, cuja dívida restante, de R$ 3,3 milhões, foi repactuada para ser paga em janeiro de 2020.
Além disso, ele foi fiador e deu garantias para uma série de empréstimos, obtidos em 2019, que pagaram as folhas salariais de fevereiro a julho daquele ano. O dinheiro também veio do Banco Safra, no valor total de R$ 39 milhões, aproximadamente.
Fonte: O Globo Online