Com o sentimento de "dever cumprido". Assim que Alexandre Campello definiu a sua sensação ao deixar, na última sexta-feira, o cargo de presidente do Vasco. Depois da sessão em que Jorge Salgado assumiu a presidência do clube, Campello conversou com a imprensa e falou sobre a sua saída do cargo e fez um balanço dos seus três anos como mandatário do clube. Ele exaltou os avanços estruturais do Cruz-Maltino, mas reconheceu que ficou devendo no futebol.
– Parece jargão, mas o sentimento é de dever cumprido. Existe um ditado árabe que diz que "quem planta uma tamareira, não colhe tâmaras". Acredito que foi plantada uma semente forte e que as próximas gerações vão colher esses frutos. Espero que a próxima gestão continue regando essa semente, melhore o que foi feito. Tivemos avanços em diversas áreas, outras nem tanto. A gente espera que o que foi feito seja valorizado, aprimorado, levado adiante. E as outras áreas, que por conta das dificuldades não conseguimos avançar, que a próxima gestão consiga avançar – afirmou Campello, em contato com a imprensa na Sede Náutica da Lagoa.
O agora ex-presidente também criticou as brigas internas na política do Vasco e pregou união entre a torcida.
– O vascaíno deveria se unir. Essas brigas políticas, essas divergências tem trazido muito prejuízo para o clube. O torcedor precisa entender isso e apoiar quem está na gestão. Hoje é o Jorge Salgado, vamos apoiar o Jorge Salgado. Se fosse o Leven Siano, deveríamos apoiar o Leven Siano. O torcedor tem que se conscientizar disso. Tem que torcer para o Vasco. Não para dirigente.
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O Vasco que Salgado assume
– Não tenho dúvida que ele assume hoje um Vasco muito melhor do que recebi em 2018. Foram feiras mudanças estruturais. Muito trabalho foi feito. Óbvio que não tivemos bons resultados no futebol, mas isso é uma sequência de tudo que foi feito. É preciso primeiro reestruturar o clube para que os resultados do futebol apareçam. Uma semente foi plantada e espero que ele ao assumir continue esse trabalho para que a gente possa ter frutos lá na frente.
Principal problema que Salgado vai enfrentar
– Acho que o mais problema do vasco continua sendo financeiro. O endividamento é um problema grave que não será resolvido em dois, três anos. Muita coisa já foi feita. E para você resolver a questão financeira você também precisa criar uma estrutura que dê a possibilidade do clube arrecadar mais. Pagar R$ 700 milhões faturando R$ 200 ao ano, é uma coisa. Você pagar R$ 700 milhões faturando acima dos R$ 500 milhões é outra coisa bem diferente. E foi para isso que a gente preparou o Vasco, para aumentar as receitas. Nós já organizamos bastante a dívida do Vasco, diminuímos alguma coisa do endividamento. Acho que a próxima gestão vai ter condições de continuar esse trabalho.
Futuro na política do Vasco
– Estou no Vasco há 37 anos. Minha relação com o Vasco foi sempre de contribuir com o clube, nunca de prejudicar. Já me coloquei à disposição se for chamado para ajudar aqui e ali. Se tiver dentro das minhas possibilidades, estarei sempre pronto. Porque, acima de tudo, sou vascaíno.
Fonte: Esporte News Mundo