Leandro Castan fala sobre seu momento no Vasco, volta de Benítez, Covid-19, Sá Pinto, Luxemburgo e companheiros
Em evolução a exemplo do Vasco após um momento negativo, o capitão Leandro Castan concedeu coletiva nesta quinta-feira, no CT do Almirante. Desde a volta de Vanderlei Luxemburgo, o time conquistou quatro de seis pontos possíveis, não sofreu gols e teve grande atuação no 3 a 0 sobre o Botafogo. O zagueiro destacou a importância do retorno do treinador nesse novo momento da equipe.
- Acredito que passamos por um momento muito difícil, de muita turbulência, onde nada estava dando certo. Você citou o nome da Maíra Lemos (psicóloga), admiro ela muito como profissional. É uma pessoa que me ajudou muito. Para o momento que a gente vivia, a chegada do Vanderlei foi fundamental. Em pouco tempo trouxe a confiança de volta. Não só ele como toda a comissão. Temos um campeonato de 12 jogos, já jogamos dois e nosso objetivo é manter o Vasco na Primeira Divisão.
Castan também revelou que enviou uma mensagem a Ricardo Sá Pinto, demitido no fim do ano. Na ocasião, o capitão vascaíno disse que não estava de "sacanagem", mas reconheceu que não conseguiu jogar bem sob o comando do português. E admitiu que tudo mudou com a chegada de Luxemburgo.
- Mandei mensagem para o antigo treinador pedindo desculpas porque não consegui jogar no meu melhor nível, deixei claro que em nenhum momento foi de sacanagem. Infelizmente não deu certo, não deu liga.
- Com a chegada do Vanderlei, ele conhecendo, deu força ao nosso grupo. Em poucos treinamentos, parece que as pernas voltaram a ficar vivas. Foram apenas dois jogos, faltam 10, temos que voltar a ter sempre essa concentração. A reta final do Brasileiro é muito difícil, nosso objetivo é manter o Vasco na Série A, que é o que infelizmente sobrou.
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Melhora estrutural
- Posso falar o que eu vivi nesses anos que estou aqui. Estruturalmente acho que teve uma mudança muito grande, principalmente no que se diz sobre o CT. É uma mudança muito grande em relação a onde treinávamos, onde concedíamos coletivas no sol. Claro que não conseguimos dar o resultado em campo, nosso melhor momento foi com o Vanderlei em 2019, conseguimos levar o time à Sul-Americana. Acho que a gestão Campello plantou essa semente e espero que com a próxima gestão o Vasco possa estar conquistando algo em campo.
Volta de Benítez
- Na verdade foi uma minissérie, não chegou a ser uma novela. Martín é muito querido pelo nosso grupo, é um argentino muito brasileiro, sempre está brincando. Sabemos da qualidade dele, nos ajudou muito em campo. Tenho certeza que com a volta dele estamos muito mais fortes.
O que Luxa trouxe para o Vasco?
- O Luxa trouxe foi ele ter vindo. Só a presença dele realmente mudou o clima, mudou o entusiasmo que estava faltando. No final do ano passado, minhas últimas atuações não eram aquilo que o torcedor está acostumado a ver. Me cobro muito. Não estar bem acabou me jogando para baixo. Esse momento de ser questionado serviu de aprendizado. Pode ter certeza que tirei muita lição disso. Fiquei muito chateado porque às vezes quando você está mal as pessoas querem te jogar para baixo.
Sequelas da Covid-19?
- Para mim, é difícil falar se tive sequela ou não. Depois do que passei na minha vida, todas as coisas são mais fáceis. Às vezes esqueço que eu não sou um super-herói. Tive a covid-19, tive diarreia, nada mais, mas nada de pulmão. Fiquei debilitado com certeza. Nos últimos dias de covid-19, consegui correr na esteira. Sexta eu treinei, sábado fui ao treino, o treinador pediu para eu jogar com o São Paulo e disse que não dava. Depois de três treinos, eu já estava jogando. Em nenhum momento uso isso como desculpa porque todo mundo estava passando por isso.
Foi um ano muito difícil. Teve essa doença no ano, você contrair um vírus, ficar 10 dias sem trabalhar e logo depois ter que jogar. Foi uma loucura.
Esquema de Sá Pinto não deu liga
- Infelizmente não deu liga, não conseguimos jogar no outro sistema. O momento é de confirmar o Vasco na Série A. Confirmando o Vasco na Série A, teremos chance de conquistar outros objetivos.
Defesa funcionando e elogios a Bruno Gomes
- Acho que isso tem a ver com o modo de jogar. Quando a gente não toma gol, não é só a defesa. Quando toma muito gol também não é. Tenho exemplos muito claros disso na carreira. Tive um treinador na Roma que não ligava para quantos gols tomasse, importante era quanto fazia. Fazíamos muito gols, mas também levava muito. A questão de tomar ou não gols tem a ver com o método de jogar.
- Vanderlei voltou, e acho que é fundamental ter um primeiro volante. O Bruno Gomes dá uma proteção muito grande para nós. Menino que dispensa comentários, vai ser um dos melhores primeiros volantes do Brasil. Com certeza estamos muito mais protegidos, e o time todo está correndo e marcando.
Voltaram a jogar futebol com Vanderlei
- Na primeira conversa do Vanderlei, ele disse que queria que o time jogasse futebol. Passou total confiança para nós. No primeiro tempo do jogo com o Atlético-GO, a gente teve uma superioridade muito grande em posse de bola, era uma coisa que a gente não tinha mais. A gente jogava sempre sem a bola. O Vanderlei passou a confiança de que a gente precisava jogar futebol
Elogios a Werley
- Werley é amigo pessoal, sou dois anos mais velho do que ele. Conheço desde a base do Atlético. Cara que mesmo quando estava fora, eu falava para ele ter paciência. Sempre quando jogamos juntos, e eu e ele conseguimos fazer grandes jogos. Tem liderança, mostrou que está pronto. Era um momento que o Ricardo ia sair jogando, teve problema de saúde, e o Werley conseguiu fazer grandes jogos. Fico feliz por ele, é um cara trabalhador e que merece estar bem.
Alheio à turbulência política
- Acho que estamos vivendo com tranquilidade, tendo o Vanderlei aqui nos blinda de muitas coisas. Estamos focado realmente nesses últimos 10 jogos, esse é o pensamento de todo o elenco. Não tem outro pensamento que possa vir à cabeça nesse momento. Único foco que temos agora é disputar esse campeonato de 12 jogos.
Jogou no sacrifício com problema no tornozelo
- Poucas pessoas sabiam disso, mas não gosto de falar sobre isso. Não quero que seja uma desculpa. Realmente tive um problema que estava me dificultando, acho que seria muito fácil ficar fora com gelo no tornozelo. Preferi ficar recebendo as pedradas.
Duelo com o Coritiba
- Jogo muito perigoso, muito difícil. Acho que será muito parecido com o que encaramos contra o Botafogo. A equipe deles está jogando as últimas fichas, e essa reta final de Brasileiro será muito difícil. Vamos entrar muito concentrados para não cair nessas armadilhas.
Apoio dos torcedores nas redes sociais
- A torcida do Vasco é muita emoção. Vai ao extremo muito rápido. Teve a mudança, mas a gente sabe que jogar num clube como esse tem que estar preparado para a cobrança. A camisa é muito pesada, e a gente tem de estar preparado. Tem que ter muita atenção em não acreditar em tudo que colocam na rede social. Quando você está mal, e uma pessoa vem falar do seu caráter, isso te joga ainda mais para baixo. Se o torcedor estivesse em São Januário, tenho certeza que teríamos muitos pontos a mais. Sinto muito falta do torcedor gritando meu nome, pensei que seria rápido, estamos em 2021 e ainda não aconteceu. Que o torcedor continue nos empurrando nas redes.
Carinho por Henrique
- Não o conhecia antes de vir para o Vasco, e ele me surpreendeu muito. Treina com intensidade muito alta. Estou quase para completar 100 jogos e estive com ele nuns 80. Eu me entroso mais com o lateral do que com o zagueiro. No meu momento difícil, fui criticado até por defender o Henrique, mas gosto dele não só como pessoa, mas também como jogador.
- Nesse jogo com o Botafogo, ele tirou na linha e fez grande cruzamento para o Talles. Antes desse lance, ele cruzou meio afoito e cruzou errado. Nessa bola que ele pegou, gritei: "Calma!". E ele cruzou para o Talles.
Marcação adiantada
- Com a chegada do Vanderlei, estamos roubando muito bolas no campo ofensivo, jogando com defesa alta. Nosso número de finalizações cresceu muito.
Fonte: ge