Léo Matos: 'Quem está no Vasco da Gama, tem que se sentir um privilegiado por estar aqui'
Mesmo sendo um dos nomes mais experientes do elenco vascaíno, o lateral-direito Léo Matos se surpreendeu com o nível de exigência do novo treinador do clube, Vanderlei Luxemburgo. Foi o que revelou o jogador de 34 anos, em coletiva concedida nesta terça-feira, no CT do Almirante. Segundo o atleta, o grupo tem reagido bem à troca de comando mais recente.
– A conversa nos últimos dias, desde a apresentação dele (Luxemburgo), tem sido nessa batida, que temos um campeonato à parte e temos de ser campeões desses 12 jogos. É um treinador super experiente, exigente, deu para perceber no treinamento. Ontem mesmo tomei duas chamadas dele que eu não estava acostumado. Mas é normal, isso faz o jogador ficar mais ligado ainda mais nessa reta final – revelou o jogador.
Léo também comentou sobre o jogo de quinta-feira, contra o Atlético-GO, fora de casa, um dos rivais diretos do Vasco na briga contra o rebaixamento.
– A expectativa é boa. A preparação tem sido bem conduzida pelo Luxemburgo e seus auxiliares. Trabalhei com o (Maurício) Copertino no Figueirense. O jogo contra o Atlético-GO é de seis pontos, estão lutando no mesmo setor que a gente. Mas acredito que temos condições de chegar lá e ganharmos a partida.
Contratado com o Brasileirão em andamento, no fim de outubro, o latera-direito rapidamente ganhou a vaga de titular de Yago Pikachu. O jogador, no entanto vê a competição interna como normal e saudável.
– Pikachu foi um dos jogadores que melhor me recebeu no elenco. Desde o início temos uma relação excelente. A competitividade é natural. Em um momento eu posso estar jogando e em outro momento ele pode ser escolhido pelo professor e eu estar no banco – completou.
VEJA OUTROS ASSUNTOS DA COLETIVA DE LÉO MATOS:
Mais sobre Luxemburgo:
Me referi às chamadas, mas isso faz parte do futebol. Existe uma cobrança, ainda mais vestindo a camisa de um clube como o Vasco da Gama, tem que existir. Não só foi comigo, mas com os outros jogadores. Cada atleta tem de saber administrar essa situação e entender que é para ajudar. Nunca se colocar para baixo. Porque quem está no Vasco da Gama, tem que se sentir um privilegiado por estar aqui. Aliás, o Pássaro (diretor executivo) disse na apresentação que, se fosse 10 anos atrás, qualquer um de nós, que estamos aqui hoje, assinaríamos um contrato com o Vasco. Em relação às cobranças, é natural a cobrança, eu e meus companheiros recebemos muito bem. Sabem que isso é só vai vir para ajudar e somar até o fim do campeonato.
Dobradinha com Pikachu:
Ele joga de lateral, mas tem boas características para atuar no meio-campo. Ele atuaria mais no lado interno e deixaria o corredor para eu fazer as ultrapassagens de profundidade. Combinaria bem se o Luxemburgo optasse por essa situação.
Pressão por resultados:
A pressão existe nas duas pontas da tabela. Ou na parte de baixo, você brigando nesta zona desconfortável ou na parte de cima, para ganhar títulos. Eu já passei por alguns momentos de pressão, nas duas partes. Anos atrás, quando eu estava no nosso rival (Flamengo), eu também tive uma dificuldade no Campeonato Brasileiro, em 2005. Não é nenhuma novidade para mim, sei o caminho para sair desta zona desconfortável. O caminho é trabalhar todos os dias, com muita cobrança e tenho certeza que vamos sair dessa situação.
Ausência da torcida:
Essa situação de jogar sem torcedor é complicado. Ainda mais que o Vasco tem a sua casa como trunfo. São Januário e seus torcedores que realmente marcam presença abafando os adversários, quando a gente joga em casa. Mas, infelizmente é um momento diferente, todas as equipes estão sofrendo com isso e a gente não tem muito o que lamentar.
Críticas nas redes sociais:
Sobre as redes sociais, criei há pouco tempo uma conta. Eu não tenho muito acesso. Criei porque alguns amigos e familiares insistiram. Eu não fico olhando muito não. Nem nos momentos bons ou ruins. Tento viver uma vida paralela com o futebol quando estou fora daqui. Logicamente, às vezes olho para ver um feedback dos torcedores. Depois de uma vitória, serão elogios, depois de uma derrota, terão muitas críticas. Mas eu prefiro me abster desse relacionamento de internet. Para mim, não é tão vantajoso. Claro que olho um pouco, mas não sinto tanta influência em relação a isso. Meus companheiros não sei o relacionamento que eles têm com a mídia social. Com certeza observam um pouco mais, mas todos encaram de uma forma bacana.
Onde o Vasco deve mudar para evoluir?
No meu ponto de vista é que a gente vinha em evolução nos treinamentos. Precisávamos melhorar algo em relação a posse de bola, na troca de passes. Uma coisa que a gente se cobrava muito. Agora, temos de ter mais regularidade. Não pode ganhar do Santos, em um jogo nota 8. E depois ir para Curitiba e fazer uma partida tão ruim como aquele. Temos de refletir e lembrar o que fizemos de bom naquela partida para repetir. Não podemos viver em uma "montanha russa" de partidas muito boas e outras ruins, porque agora, a quantidade de jogo não permite. Temos que ter maior regularidade e estabilidade.
Jogos diretos contra os times do Z4
Tem alguns jogos por vir Botafogo, Coritiba, Atlético-GO, no próximo jogo. Temos de ganhar esses jogos, muitos partidas serão em casa. Porque é o único caminho que resta para sair da zona desconfortável. Acredito que podemos fazer uma belíssima campanha nos últimos 12 jogos.
Treinadores estrangeiros x brasileiros
Existem alguns trabalhos e treinadores com mentalidades diferentes. Mas, sinceramente, não consigo ver a diferença entre um e outro. Mas em relação a conceito de jogo. Estamos em um país que é pentacampeão do mundo e nossos treinadores foram cinco vezes campeões. Por que achar que quem vem lá de fora é o melhor? Aqui temos excelentes treinadores. O Luxemburgo dispensa comentários. O Sá Pinto é um excelente treinador também, com experiência, mas não conseguiu obter os resultados. Sabemos que no Brasil, independentemente do trabalho do dia a dia, se os resultados não vierem, haverá a troca.
Conhecimento de Luxemburgo antes de chegar ao Vasco:
Até antes mesmo do Luxemburgo ser cogitado como treinador, um mês atrás, quando eu cheguei, o bate papo com os jogadores que estavam aqui, era sobre o Luxemburgo. Conversas de bastidores, vestiário… conheço bastante sobre ele, mesmo antes de vir para cá. Ele é um treinador que exige, mas quando tem de dar moral, apoia. Acredito que a gente vai evoluir muito com a chegada dele.
Fonte: Esporte News Mundo