O duelo entre Internacional e Botafogo, hoje (12), coloca frente a frente Abel Braga e Eduardo Barroca, técnicos que tiveram os caminhos quase cruzados no início do ano e, agora, vivem situações parecidas em seus respectivos clubes. O jogo válido pelo Campeonato Brasileiro acontece no Beira-Rio, às 19h.
Apesar dos cenários distintos do Colorado e do Alvinegro na competição, a conquista dos três pontos se torna essencial para os dois lados. Abel, anunciado em 10 de novembro, tenta o triunfo para fazer o Inter voltar à briga pela ponta da tabela, posição que já ocupou, e aliviar um pouco a pressão após as eliminações na Copa do Brasil e Libertadores. Já Barroca, que vai fazer a estreia depois de se recuperar da Covid-19, tem a missão de fazer o Botafogo reencontrar o caminho das vitórias em meio à crise e luta para sair da zona de rebaixamento.
E as trilhas dos dois em 2020 já estiveram, indiretamente, ligadas, com a já costumeira "dança das cadeiras" dos técnicos no futebol brasileiro.
Abel Braga iniciou a temporada no comando do Vasco. Apesar da expectativa no retorno ao clube onde marcou época como jogador, o trabalho acabou não engrenando. O time de São Januário ficou fora da semifinal da Taça Guanabara, não vinha bem na Taça Rio e perdeu o primeiro jogo da terceira fase da Copa do Brasil para o Goiás. Neste cenário, começou a ser contestado.
Antes de decidir o futuro de Abel, que acabou deixando a Colina em meados de março, a diretoria cruz-maltina fez sondagens no mercado e procurou Eduardo Barroca, então à frente do Coritiba. Além de recusar o convite, o hoje técnico do Botafogo ligou para Abel para que o colega não supusesse que estaria disposto a tomar sua vaga — como publicado por Mauro Cezar, colunista do UOL Esporte. Diante das conversas frustradas, o Vasco efetivou Ramon Menezes.
"Passo o meu respeito pleno ao Abel, como história de vida e desportiva. Nós, que somos da 'nova geração', digamos assim, precisamos nos espelhar em profissionais como ele, o Vanderlei [Luxemburgo], o Mano [Menezes], o Felipão... Respeito demais o Abel. O meu foco é só o Coritiba", disse Barroca, em entrevista coletiva concedida à época.
Abel voltou a trabalhar oito meses depois, ao ser contratado pelo Internacional, onde ganhou recepção de ídolo. Técnico de grandes conquistas, a bagagem no Beira-Rio pesou a favor na avaliação da cúpula colorada na busca por um substituto de Eduardo Coudet, que foi para o Celta de Vigo, da Espanha.
Desde a chegada, porém, houve a queda na Copa do Brasil, para o América-MG, na Libertadores, para o Boca Juniors, da Argentina, e perda de posição no Brasileiro, competição em que o Colorado, outrora, era apontado como um dos favoritos.
Já Barroca foi demitido do Coritiba no fim de agosto e, em outubro, acertou com o Vitória, para a vaga de Bruno Pivetti. No último dia 27, porém, formalizou o retorno ao Botafogo, substituindo o argentino Ramón Díaz, demitido sem sequer ter estreado.
Pouco após a chegada, porém, testou positivo para Covid-19 e o auxiliar Felipe Lucena foi quem esteve à beira do gramado nas derrotas para o Flamengo (1 a 0) e para o São Paulo (4 a 0).
Fonte: UOL